Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Não
foi nada fácil escrever este livro, encarar o silêncio de muitas mulheres
sofridas, fazer com que elas me contassem suas histórias e que tivessem
confiança em mim. O livro vem para dar voz a tantas mulheres negras. Ele passa
pelo período escravocrata e vai até os dias atuais.
Escrevendo
este livro eu pude perceber várias particularidades que todas nós mulheres
negras temos, o preconceito por causa do cabelo, o preconceito por causa da cor
da pele, a difícil aceitação por nós mesmas e a nossa família, a alta afirmação
diante da sociedade, o salário bem abaixo do homem, a aceitação do corpo e
difícil luta contra a sociedade machista.
A
nossa história passa pela relação do ser criança, do ser filha, do ser mulher,
do ser mãe. Depois a nossa relação com o mercado de trabalho.
Mas
por que o título Nagô das Negras?
Primeiro
que a palavra Nagô tem o sentido de caminho e toda essa ideia de caminho traz a
percepção do quanto a mulher negra andou e tanto tempo que ela levou para
chegar até aqui conquistando espaços.
Com
tudo isso a mulher negra passa pelo processo da aceitação e depois pelo
processo de como lidar com o racismo, seja racial ou estrutural.
Clarisse
da Costa é cronista e poetisa em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato:
clarissedacosta81@gmail.com
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