domingo, 1 de janeiro de 2023

POESIA NA ÁRVORE

 Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

(Em memória de Raquel da Costa e Isabel Cristina da Costa)

 

Eu prefiro as frases feitas...

Adoro lê-las...

E pensar que elas são minhas!

***

Dizer: – Vou te amar para todo o sempre!

Usando velhos clichés.

***

Finjo ser poeta!

Às vezes até contista...

Nessas horas uso antigos clichés.

Porque dizer: – Eu te amo!

Não é dizer bom dia.

***

Escuto velhas músicas!

E chego a pensar que a dor.

É realmente minha.

Mas não é!!!

***

Às vezes...

Penso em ser prosador!

Para voltar para a minha infância!

Onde eu corro de novo.

Entre becos e vielas...

De braços bem abertos!

***

Mas volto para o tempo presente...

Mais-que-perfeito!

Onde finjo ser o aedo...

Na pós-modernidade líquida!

A ignorar regras, rimas e métricas...

E desdenhar antigas elegias!

Todas as fórmulas arcaicas...

Prontas e acabadas.

Desusadas formas de amar musas,

Virgens intocadas e santas vaporosas...

***

Às vezes….

Finjo ser eu o versejador!

Nos tempos pós-modernos!

E em meus versos!

Sinto que não fostes embora...

Estás perdida entre os meus versos...

Mais profanos...

No estro meu...

Às vezes finjo que não te perdi,

Para todo o sempre!

***

Às vezes leio antigas poesias.

Mas somente às vezes!

E penso que são meus...

Aqueles idílios de saudades...

***

Nessa hora eu gostaria...

De ser um poeta de verdade.

Para pensar que não a perdi!

Para todo o sempre...

***

Imortalizar-te-ia...

Minha sacrossanta musa,

Em meus versos mais profanos!

***

Às vezes...

Penso ser eu o poeta!

Na pós-modernidade liquefeita.

A usar velhos clichés!

Para poder ousar dizer:

–Te amo, não é bom dia!


Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

 

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