Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Point Blank 1ª parte
Raimundo Nonato Corrêa Júnior
era parecido fisicamente com o do pai, exceto no temperamento, isso saíra à mãe
diziam. Não levava desaforo para casa, coisa normal para quem vive no recôncavo
baiano. E ao saber que o prefeito, a pretexto de pressões sociais, que a
população da pequena cidade fizera, que cairá sobre seus ombros, despediu o pai
de Raimundo embora da prefeitura.
O guarda-livros Raimundo
Nonato Corrêa, muito popular e amigo de todos, fora pego desviando verbas da
prefeitura. Pai de oito filhos e funcionário público respeitado.
Muitos atribuíam o fato como
obra do próprio prefeito de acusar o guarda-livros de desfalque. O medo do
prefeito era que Mundinho, como Raimundo Nonato era conhecido, ser chamado a concorrer
nas próximas eleições para prefeito. Era a muito que Raimundo era assediado
pela oposição. Mas, quem mesmo não absolveu a demissão de Raimundo foi o filho
mais jovem da família Corrêa.
Point Blank 2ª parte
A Mauser destravada, que apontava para o vazio da caatinga, com seu mato ralo e
árvores tortuosas. O jovem, mirrado e bem alinhado, não ligou para o sol
abrasador sobre sua cabeça, nem a boca seca que pedia água. E a arma não
parecia pesar nada, nas mãos do rapaz, de seus quatorze anos de idade, que
nunca pegara em uma arma antes na vida.
Ele mesmo se espantou com a
facilidade e naturalidade da coisa toda. E como era fácil esperar o carro do
prefeito passar e diminuir na curva. O prefeito, com seu terno branco inconfundível
e, como ele deveria estar ao lado do motorista e não no banco traseiro. A ira
animal que tomava conta de Raimundo Nonato Corrêa Júnior parecia não ter fim e
tinha que dar um tiro na cara do Cabra safado’’ que tanto prejudicou seu pai e
sua família.
Contato:
samueldeitajai@yahoo.com.br
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