sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

DOS RIDÍCULOS DA VIDA: EM BELAS-LETRAS NO REALISMO MÁGICO

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

        Anos antes, de eu ouvir um molho de chaves tilintarem no ar, sim os tilintares do milho de chaves ainda me assombram, sempre a me colocando no meu devido lugar. Sim, são nos pequenos atos do cotidiano, que as grandes elucubrações se revelam e nos revelam. Eu tive os meus dias de Coronel Aureliano Buendía, eu parada e diante de um pelotão de um fuzilamento, mas quem nunca teve esses momentos na vida? E lá estava eu, no início do século XXI, em um conclave, que se revelou em uma espécie de julgamento, na verdade uma aplicação de uma pena! Pois o julgamento ocorreu antes, em outro lugar sem a minha presença. Coisas da vida, lá quem mandou eu me imiscuir com sacrossantos querubins e querubinas, em uma militância social/política.

            Chutes no traseiro à esquerda à parte, senti finais, que aquele meio não era para mim, uma vez que, em um outro conclave, com essas mesmas figuras mitológicas. Um querubim-mor, graduado, me chamou de canto, ele estava muito preocupado, pois em um jornal de circulação local publicou um texto, em versos, com o meu nome ao final. Sim, querubim-mor estava muito preocupado pois um alguém, estava usando o meu nome, em uma obra literária. E lá vai eu explicar que o texto era meu, para espanto da figura mitológica, sim um homem negro, periférico, um modesto funcionário público e habitante dos subsolos.

            Um pouco de contexto aqui, no primeiro decénio, no início do século XXI, eu frequentava o curso de comunicação social, com habilitação em publicidade e propaganda em uma universidade e ativo nos movimentos sociais, na localidade. Eu tive a infeliz ideia de colaborar com a imprensa e produzir veículos de informação subterrâneas, fanzines ou no popular, revistas alternativas fotocopiadas. E pior, usar o meu próprio nome nas publicações.

            Voltando para o início do texto, para os muitos ridículos da vida, eu isolado, apartado depois do chute na minha traseira, dado à esquerda, com força fui me embrenhar na graça e no perfume, em belas-letras. Claro que era e sou, enquanto dedilho este texto, agente do aparato repressivo estatal, fui fazer a luta de classes, organizar a minha categoria, tentar pelo menos. Em suma, eu não desapareci do cenário sócio e político local. 

            Mas como o assunto aqui é ridiculices, em uma sociedade estratificada, segui a minha vida na solidão à esquerda, produzir as minhas belas letras, colaborar com a imprensa, participar do cenário cultural local, com muita força. Eu não sou o coronel Aureliano Buendía, não lutei trinta e duas revoluções e não perdi trinta e duas revoluções. Depois de uma longa jornada pelos subterrâneos da cultura local, livros lançados, das muitas ridiculices, dos pequenos embates nos subsolos do localismo, perdi e ganhei pequenas batalhas.

            Poderia eu aqui ressaltar grandes e pequenos embates, com querubins e querubinas à esquerda e a direita, desde uma dessas figuras mitológicas a esquerda veio ter comigo, ressalta que eu de ter um editor a direita. Um canalha pequeno burguês, segundo o querubim graduado, daí lembrei para figura mitológica, que o canalha pequeno burguês, vivia me convidado para jantares na casa dele. E ressaltei que eu nem sabia, onde e aonde ele morava, falo do querubim inquisidor.

            Finalizo aqui, que mais tarde aprofundo nas pequenas ridiculices, que ocorreram nessa pequena saga. 


Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br

 

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