Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
Sentir o peso do ar
É como sentir os notívagos sussurros
Dos gélidos ventos
Que supram nas da meias-noites
***
Deixei a minha sôfrega alma amargurada
Travestido em preto
Sozinha ganhar as ruas
Ir até o campo santo
Deixei ela partir sem dúvidas
E sem medos... E sem culpas
***
Enquanto em casa balões coloridos
Mais leves que ar
Sobem e ficam presos no teto
No chão tem o palhaço tedioso
Contando uma bufonaria sem graça
Desconfio que seja o psiquiatra
gestaltdiano
De mamãe
***
Neste momento de puro mistério
Entre coloridos bolos e pacotes de presentes
Cantares desafinados e confetes multicores
Eu queria de fosse noite
Quando há promessas de voo noturnos
E álgidas revoadas de negras aves
***
Impaciente! Finjo estar feliz
E forço um sorriso
Assisto uma dançarina que cospe de fogo
Para muito além das meras performances
Um contorno de uma expressão artística
Em um vislumbre apenas
Tomou o eu criança infanta
***
Assim como brinquei de ser criança
Enquanto era criança com alma velha
E os trágicos sentimentos negros
Sempre cheios de tristeza e dores
Que me atormente
O eu jovem criança adulta
Fragmento do livro Sustentada no ar por negras asas fracas, de
Clarisse Cristal, poetisa, cronista, contista, novelista e bibliotecária de
Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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