Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
‘’Quem é você?
Juro que não te conheço!
E nunca sei onde você está...’’
Fabiane Braga Lima
O
mundo está ruidosamente barulhento
Os
estrondos das ondas oceânicas
Quebrando
na expandida orla atlântica
Se
misturam com o caos urbano
A
poucos andares abaixo
De
onde vivo
***
Voz
desconhecidas em idiomas estranhos
Advindas
das maquiarias eletrônicos
Espalhados
pelo meu apartamento
De repente
ficam mais maviosas,
Audíveis
e amáveis!
***
Vou me
resguardar
No meu
espaço preferido
Guardar-me-ei
dentro de mim
Eu a
absoluta afra-deusa
Reinarei
para todo o sempre
Entre
as brumas na cidade das nuvens
***
Adoro
este momento presente!
Este é
o meu ano favorito!
Ser eu
a subcelebridade em belas-letras
De um
midiático lugar paradisíaco
E
artificial fabricado
***
Desvencilhou-se
do mundo das fantasias!
Encarou
a hirta realidade!
Não
gostou do que viu!
E
alcance voo!
Mas
quem mais fez isto?
Nos
dias de hoje?
***
Eu não
tenho mais dúvidas
As
pessoas não leem nas entrelinhas
E eu
amo ver as coisas
Com
filtros em preto e branco
E
lembrar do crítico local
Não
que foi tão simpático assim comigo
***
Mas
desde quando
As
minhas negras linhas
Tem
sinuosas curvas sedutoras e suaves
Das
passantes meninas do job praiana?
E das
morrarias vizinhas dos arranha-céus?
Estribilhos
espremidos no vai e vem
De
duas movimentas avenidas
Eu sou
então sou a papisa suprema
Mergulhada
em delirantes devaneios nevoentos
Sufocada
defronte ao oceano Atlântico
Segregada
em uma cidade sazonal
***
Só
posso dizer que quando
Eu
vejo na rua um ser estranho
Que
sorrateiramente aproxima de mim
Eu
mostro o meu lado mais suave
E
quando os outros passam
E não
me notam, não me reconhecem
Conforme
as estações passam e não ficam
Fragmento do livro, Sustentada
no ar por negras asas fracas, texto de Clarisse Cristal, poetisa, cronista,
contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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