Por
Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
A
beleza nasce nas subjetivas
De
olhares desejos
De
leve sorrisos maliciosos
E
depois vai para muito além
Das
aparências físicas
***
Muitas
das vezes ser mulher
É uma
das melhores das sensações
Que a
vida por proporcionar
Pelo
menos para mim
***
És
elegante, divertida e muito atrevida
Disse-me
um desconhecido
Ao pé
do meu ouvido
Corei
e depois fomos para a cama
Nos
divertimos muito
Depois
eu disse para o desconhecido
E não
brinco com o amor
Dei-lhe
um ardente beijo na boca
E o
dispensei! E nunca mais o vi!
***
Disseram-me
que o burlesco
É uma
arte sensual e sexual
E não
é então somente
Dançar
seminua e sexy em um palco
Em um
obscuro clube noturno da marginal leste
Ouvindo
efusivos aplausos
E
estrondosos assobios
Advindos
de uma pequena massa disforme
De
pessoas desconhecidas
***
Gostaria
de dizer que ganhei
De
mamãe! Os meus salamaleques
E
leques de penas sintécticas
Mas
não é verdade
Eu as
comprei na rua 1520
***
O
burlesco é uma arte para poucos
É
técnica! É ter postura de palco
E a
graça divinamente sedutora
***
A
imagem dantesca
De eu
ficar paralisada no palco
Somente
para alguns momentos
Parece-me
assustador
A
princípio
***
Então
decidi cultivar o meu amor próprio
E
parar valorizar as pessoas
Que me
detestam
E
começar a compor
Um
novo opúsculo digital
Um
alfarrábio com as suas algaravias
Que
ninguém lerá
***
Uma
vez no palco
Não
consegui parar de dançar
E
quando desço do palco
Canto...
sensualizo... seduzo
Ganho
a audácia
E a
excitação do início fica no passado
Mas eu
não tenho amor pelos fãs
No
amanhã não voltarei aos palcos
Sou
livre
Fragmento do livro, Sustentada
no ar por negras asas fracas, de Clarisse Cristal, poetisa, cronista,
contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa Catarina.
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