Por Izemar Fernandes Batista (Brasília, DF)
Volta-se de um amor
como um fogo de artifício:
apagado, vencido.
Volta-se de um amor
como uma cachoeira:
derramada, jogada, lá embaixo.
Volta-se de um amor
como um barco depois da procela:
dilacerado, roto.
Volta-se de um amor
como passarinho que perdeu o ninho:
desesperado, aflito.
Volta-se de um amor
como uma flor no ocaso do dia:
pendida, despetalada.
Volta- se de um amor
como um menino surrado:
choroso, desiludido.
Volta-se de um amor
como um palhaço despedido do circo:
destronado, traído.
Volta-se de um amor
como um rio que seca:
trincado, vazio.
Volta-se de um amor
como um náufrago:
cansado,
arquejando,
sozinho,
na praia.
Volta-se de um amor,
assim.
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