Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
O
tempo estava nublado, com certeza iria chover. Luan, era meu companheiro,
morávamos quinze anos juntos. Infeliz, nunca quis se casar comigo, dizia que
era caro o cartório todas as vezes que assunto vinha à baila. Bom, mas eu amo
aquele infeliz, então, parei de insistir, não tínhamos filho para cuidar, pois
Luan era estéril. E, apesar dos contratempos, somos um casal feliz. Esta noite, resolvemos viajar, tirar uns dias
somente para nós dois. Precisamos, pois não fazemos amor, fazia muito tempo, e
eu, estava surtando com a distância de Luan. Ele estranhamente estava muito
calmo e eu desconfiada
A
viagem foi longa e cansativa e por fim chegamos ao hotel. Tudo pronto, estava
louca para ficar a sós com o meu marido.
—
Gleice, vou tirar uma soneca. — Visou Luan bocejando assim que entramos no
quarto e dispensou o carregador de malas.
— Não,
não posso acreditar, Luan! Estou esperando por hoje! E você vai tirar uma
soneca? — Disse eu indignada aos berros.
Luan
resolveu deitar-se no sofá, se jogou no primeiro que encontrou, se sequer se
trocar. O meu companheiro passou horas dormindo no sofá, só se levantando para
ir ao banheiro e quanto serviço de quarto trazia as refeições.
Luan, sempre foi assim, uma pouco distante,
mas hoje em dia nem me toca: — Será que estou envelhecendo? Ficando feia? —
Perguntei para mim mesma várias vezes.
No
segundo dia, ao cair da noite percebi, que Luan saiu, quebrando a nossa rotina
tediosa e ele voltou pouco tempo depois sorrindo, tem algo estranho nesta
história pensei naquela. E como não pensei nisto antes, Luan deve ter um caso,
com outra mulher. De repente, o telefone tocou e Luan atendeu apresado e logo
desligou, depois a campainha da porta tocou e o meu coração acelerou. Eu fui
atender, para o meu espanto, era um amigo do serviço de Luan, que veio fazer
uma visita inusitada, bem no meio das nossas férias. Eu constrangida
cumprimentei Gael e logo fui nervosa para o quarto, deixei os dois homens
sozinhos, pois deveriam ter assuntos de homens para falar. Os dois se alojaram
na sala de estar.
Lá do
quarto escutei conversar lasciva, entre Luan e Gael, os dois grandes amigos.
Céus, eu tive a certeza de que Luan estava mesmo, me traindo com outra mulher.
Retribuirei na mesma moeda pensei enfurecida!
No
outro dia, acordei e fui procurar por Luan, vasculhei o quarto e o infeliz
tinha desaparecido eu estava decidida a ter a minha aventura. Peguei o telefone
e chamei o serviço de quarto, eu estava tensa. Um jovem funcionário do hotel,
batei na porta, ele trouxe o que pedi, champanhe em um balde gelo, a abertura
do meu café da manhã. O jovem belamente uniformizado me olhou sem jeito, estava
somente usando um de banho roupão e completamente nua. Peguei-o pela mão, e sem
proteste dele, fomos para o quarto, Luan havia saído com Gael como de costume.
Eu tive a minha breve aventura, uma aventura matinal com um completo
desconhecido.
Luan
chegou logo em seguida, com Gael, estavam amimados. Mas, onde estavam as
mulheres? Não, eu estava realizada dei-lhe o troco, e como foi gratificante. Me
chamo Gleice, sempre efetuei tudo por Luan, chorei escondida quando me
humilhava. E pensei na empresa que meu pai me deixou, dando em confiança para
Luan gerenciar a ele todo o acesso e confiança. Não me importei mais com os
gemidos de prazer constante na minha cabeça. E junto a visão de ver o meu
marido com outras mulheres. Eu tive o meu momento, a minha vingança.
Texto
de Fabiane Braga Lima, poetisa, contista e novelista em Rio Claro, São Paulo.
Contato:
debragafabiane1@gmail.com
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