sábado, 1 de julho de 2023

LUAN E GAEL, TRAIÇÃO!

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Não! Estava impossível não escutar os barulhos. Eu fingi estar dormindo, eu queria saber o que realmente Luan estava fazendo na sala de baixo. Como eu não pude perceber, que a viagem de férias repentina e os atos repugnantes de Luan. Afinal, eu e o Luan tínhamos um compromisso firmado de anos. Levantei da cama e desci as escadas, fiquei intacta quase no final das escadas, queria descer de vez, mas simultaneamente, eu não queria. — E se fizesse minhas malas e fosse embora? — Poderei comigo mesma. Seria mais digno comigo mesma! Mas não, eu resolvi encarar toda a podridão. Terminei de descer as escadas sem fazer barulho e lá estava o que mais temia eram Luan e Gael estavam nus. Bom, eu prefiro não descrever o resto que eu presenciei.

Descobri assim, qual era o motivo pelo qual Luan não me tocava mais. Parada, eu tive um mal-estar, o ódio me embriagou. Não, não havia mulheres no meu caminho, uma voz incómoda estivesse no meu inconsciente me avisando o tempo todo. Luan percebeu a minha presença, ficou na olhando, no entanto, permaneceu parado, no sofá, ao lado de Gael.

 Que sorte a minha não ter oficializado o casamento com Luan. Não se tratava de preconceito, por serem dois homens, mas por desrespeito comigo. Subi as escadas em um rompante e fiz as minhas malas e, de malas prontas, desci correndo, passei correndo pelos dois e Luan mal falou comigo. Nem se quer me deu uma explicação. Já Gael era somente sorrisos.

— É isso mesmo que está vendo senhorita, somos amantes, há cinco anos. — Disse-me Gael em triunfo e emendou com um deboche. — Adeus, dona Margarete, vá com Deus.

        Então era aquilo? Eu sustentei as luxúrias dos dois, com o dinheiro da empresa do meu pai por cinco anos. A felicidade dos dias, semanas e meses se transformaram em letargias por anos, consumiu a minha relação com o Luan. Eu estava completamente cega. Luan vai me pagar! E com juros, prometi para mim mesma.

Na recepção do hotel paguei a conta, do que eu devia e fui embora sem olhar para trás, ao passar pelo hall de entrada do hotel, vagarosamente ganhei as ruas. Algo, mexeu comigo ao sair do hotel, deixe tudo não concreto para trás. Tornei-me outra mulher. Rompi com Luan, cortei todos os vínculos com ele, não demorou muito para o meu ex-marido me suplicar o meu perdão, como um tolo que era.

Não era preconceito, e repito, era o amor-próprio e respeito por mim mesma falando alto. Enfim, fui em busca da minha dignidade. Eu precisava.

 

Fabiane Braga Lima, poetisa, contista e novelista em Rio Claro, São Paulo.

Contato: debragafabiane1@gmail.com

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