sábado, 1 de julho de 2023

SILÊNCIO DOS AMORES

Por Izemar Fernandes Batista (Brasília, DF)

 

Do tempo, inquietas lembranças esvoaçam

sobre mim e, solenemente, uns vultos passam.

Sombras exaustas, débeis, espectros sem cor,

procissão de vidas que sonhavam o amor.

 

Trêmula, as sombras achego ao meu abraço.

Confusa, os espectros eu beijo. Destraço

o tempo... Sua tenra luz tremeluzente

converteu os meus sonhos em ventura ausente.

 

Amor, Felicidade e Dor, os três, vencidos.

todos acalentados, mas, de vez, perdidos

nas pungentes lembranças do exaurido encanto.

 

E leves, tristes, evolam-se num arquejo,

deixando o meu abraço, esquecendo meu beijo,

mas, levando as fúnebres notas do meu canto.

 

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