Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Para Renan Fillipi da Costa
Minha alma indomável!
Margeia o rio hialino...
Vai mergulhar os pés...
Nas límpidas e imaculadas.
Águas do Aqueronte...
Para depois voar livremente…
Pelo céu...
Ao sabor dos ventos alísios!
***
A minha negra alma!
Inconstante e livre...
Aproveita o belo dia ameno de sol...
Sem nuvens...
Desafia a realidade liquefeita!
Vai naufragar...
No oceano bravio!
Ouve o canto!
Da divina deidade...
Abraço a kianda sagrada.
E desaparece no pelágio!
Sem fim...
***
Minha alma livre corre o mundo...
Dobrar as esquinas...
E não conhece mais limites!
Desafia a tudo e a todos.
Embrenha-se...
Em meio à multidão dissoluta.
***
Meu sagrado estro...
Ganha os céus...
Voa pelo cosmo!
Para se perder...
No além do infinito!
***
Minha negra alma
Já não conhece mais limites!
Vai até Arcádia!
Pede a bênçãos...
Aos pastores da noite!
Entoa a écloga em êxtase!
Embriaga-se junto a Dionísio!
Arvora-se...
Entre as belas e diáfanas bacantes!
***
Minhas negras linhas correm livremente!
Ganhas as ruas...
Da cidade portuária!
Perde-se no infinito...
Dá um eterno adeus a musa sagrada
E parte por fim.
***
Minha alma sôfrega negra alma...
Vagueia pelo mundo dos sonhos!
Vai enamorar...
A magnífica e imortal negra Valquíria
Perde-se...
No labirinto encantado do Fauno.
Para morrer sob o olhar da Medusa.
Samuel da Costa é poeta, contista e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
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