Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
(Para Sebastião Lucas
Pereira)
Cansei de ser negro!
Cansei de ser parado pela polícia!
De ser confundido
Com m bandido qualquer...
De ter relações promíscuas
Com os políticos
Sendo sempre massa de manobra
Na mão de algum abnegado...
Não! Eu não quero mais ser negro
Ser minoria nas universidades;
Ser tachado de preguiçoso...
Ser o primeiro de lista dos
desempregados
Não quero ficar para trás
De tudo e de todos
Cansei de ser preterido
Das oportunidades
De ter um futuro melhor
Eu não quero mais ser negro
Cansei de ser excluído de todas as
formas
E de todas as maneiras
Definitivamente estou cansado de
celebrar
Meus ritos as escondidas
Dos olhos da sociedade
Não! Eu não quero mais ser negro
E ter a responsabilidade de ser:
Melhor nos esportes
Em tablados e nos palcos
Não! Eu não quero mais
Ter um passado negro
Que lembra a escravidão
De sentir dores infindas
Quero renunciar ao meu futuro
De aflições...
Eu não quero mais ser negro
Chega de sofrer o banzo
Na pós-modernidade
Fragmento do livro: Uma flor chamada margarida, de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
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