sábado, 1 de março de 2025

O ARAUTO DO FIM DO MUNDO

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

Para o poeta André Pinheiro 

 

No pôr-do-sol

No fim da noite

É meia-noite! É o arauto!

Do fim da vida

Do fim de tudo

É meia-noite

É no fim de tudo

Que se celebra a vida!

São os Santos

Os mártires!

Pois é no martírio...

Que se conhece a vida!

Que se respeita a morte!

Que se consagra a vida!

São nas segundas...

Que se celebra a vida

Que se bebe o álcool... 

Que se espera a morte!

Que se recita os versos!

Sou eu! A espera a morte!

Que não vivo a vida!

Que eu ouso o meu nome!

Sou eu que em prantos

Grito: Estou vivo

E bem vivo por sinal...

É na segunda que eu fico em casa

Para celebrar a vida!

Para esperar a vida!

É na segunda-feira

 Que eu fico em casa!

A esperar a vida!

Fragmento do livro: Uma flor chamada margarida, de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.

Nenhum comentário:

Postar um comentário