sexta-feira, 1 de agosto de 2025

DUETO: NO CELESTIAL PÁRAMO TRANQUILO (DESATINO OU DESTINO?)

 Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

Fez-me refém da tua loucura,

Grito contido, desejo omitido.

Preciso possuir teu corpo.

***

Aqui o astro rei brilha soberano 

Aqui a serenidade me abraça

E a tua celeste figura delgada 

 Traz-me a paz serena

Em harmonias maviosas

De sintécticos violas, violoncelos e violinos 

***

Insanidade!

És a primícia que ofereço aos deuses,

 Mistério que toma meu corpo,

Invade meus desejos libidinosos,

Transbordando de vasta saudade.

***

Alva! Sinto os cristalinos versos teus

Os teus celestiais louvores

As tuas sacrossantas preces

Com abissal ardor e melancolia edílica 

***

Mas não te sinto, se esconde em versos profanos,

Heresia, me faz teu atroz pecado!

Imploro! Deixe-me sentir teu corpo sobre o meu.

 Diga-me se é loucura ou fantasia!?

Não me torture.

***

Alva! Sinto-te aqui flórea

Alva! Sinto-te diáfana

Alva! Diga somente para mim

Que não és uma doidivana quimera brumosa

A endoidecer a minha álgida razão pura 

*** 

Afasta-se do nada,

Deseja-me intensamente e me ignora...

Juro! Não consigo desvendar tuas inúmeras faces,

 Nem ao menos te esquecer posso.

Complexidade que alimenta,

Paixão que aos poucos machuca,

 Minha cura, sem juras...!

    ***

Cândida e serena

Quisera te trazer para o astral vergel

Dos místicos aedos decadentistas

Cândida e inefável

Quisera eu trespassar a realidade liquefeita

E te alcançar arcangélica

No celestial páramo tranquilo

 

Fragmento do livro: Duas lágrimas, duas vidas e dois sorrisosTexto e argumento de Fabiane Braga Lima, novelista, poetisa e contista em Rio Claro, São Paulo.

Texto e revisão de Samuel da Costa, novelista, poeta e contista em Itajaí, Santa Catarina. 

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