domingo, 1 de outubro de 2023

EM MULTIVERSOS INFINDOS

Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)

 

A afro-deusa já não cabe mais

Em sintécticas e sinfônicas poesias

Em eufônicos estribilhos abstratos

Em etéreos e aéreos

Poemas sonolentos neossurrealista

Lançadas aos sabores atrozes

De ciclônicos e velozes

Ventos alísios vorazes

***

A ninfeia de ébano

Dos milenares e nevoentos

Bosques cantados

Já não cabe mais

Em fluídas éclogas pós-modernas

Em idílicas églogas pastoris fluídas

De amores platônicos vãos

Entoadas pelo vate decadentista

Para muito além

Das álgidas infinitudes astrais

***

A afra musa desassossega

Em hialinos desassossegos

Flanou sozinha por fim

Foi semear em negros prantos

O sidéreo e cristalino amor puro

Em multiversos agrafos

Para muito além dos astros-mortos


(Fragmento do livro Astro-domo, de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina)

 

 

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