Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
(Em memória de Moacir da Costa)
Retoquei minha vida
Achei forças e alicerces
Em lugares que eu não conheço
Fiz que o amor brilha-se
Restaurando nossa inocência
Impulsionando nosso puro amor
Patrícia Raphael
Um breve momento
Um instante apenas que é
A nossa efêmera passagem
Neste plano terreno
***
Uma lufada aterradora
Um negro brilho vago
Nos aterrados olhares
De todos os ascetas diaspóricos africanos
Em um abrupto trespassar
Para o novo mundo
***
Uma luz que se apagou
Uma vida breve
Em tétricas dores eviternas
***
Entres melodiosas sonatas
De negros prantos
E angelicais lágrimas
Um adeus dorido
Em infinitos risos infandos
E quiméricas margaridas vagas
Na cosmovisão astral
De os augustos
Afros Aedos decadentistas
A negra luz da pós-modernidade
Liquefeita
***
São sectos e mais sectos
De atrozes, vorazes e velozes
Tumbeiros genocidas
Onde todos os suicidas alquebrados
De todos as trêmulas negras almas
Diaspóricos insepultas
Foram lançados na abissal
Dorsal Atlântica
***
Uma celestial chama incandescente
Lá nas tensas alturas
Onde arcangélicos querubins
E benfazejas querubinas
Alheios as dores terrenas
Flanam sonhando no páramo
Entre eflúvios de ebúrneos lírios
E níveas e excelsas rosas polares
Fragmento do livro Astro-domo, de Samuel da Costa, contista, poeta e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
Contato: samueldeitajai@yahoo.com.br
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