Por João Bosco da Silva (Feira de Santana, BA)
O que fizeram com o tempo
teimoso?
Só de pensar, meu triste relógio
está parado.
O tempo é um vendaval de
acontecimentos,
que nos empurra na estrada
para todo lado,
quando magoado de muitos
ressentimentos.
Precisamos sair de vez do
passado tinhoso,
para ver tudo que eu passei de
costas,
assustado com pessoas que faziam
perguntas,
e com medo de quem sabia todas
as respostas,
pois quase ninguém conhecia as
duas juntas.
Não existe verdade absoluta,
mundo teimoso.
As agruras do presente são
como um protesto,
por falta do que não me basta,
sobrando...
Vou deixar somente a metade do
meu resto,
Pois tudo o mais é o que ainda
está faltando.
Quanto mais a vida nos faz
carinhoso,
pode transformar toda a vida
mais rude,
mas dá a oportunidade de um
recomeço,
conhecendo como é a verdade da
virtude,
e os que têm valor real, pois
não têm preço.
Quando o trem da vida pode
passar vagaroso,
não leva os passageiros para
fora dos trilhos,
A estrada é longa e tem até
seus requintes,
mas carrega no fundo do
coração pais e filhos,
durante as novas idades
maduras seguintes.
Por mais que o tempo seja
assim tão caridoso,
às vezes pode nos dar
sentimento de vingança.
Mas é no espaço contido entre
o amor e a paixão,
que devemos ter cuidado para
cultivar a esperança,
buscando reviver um pouco mais
a gratidão.
Acordemos enquanto o sol
desponta fabuloso,
mostrando que há vida na
construção da saudade.
Matemos um leão a cada dia num
jogo bruto,
mas reguemos as pessoas com
feliz dignidade,
para que essa boa semente gere
sempre bom fruto.
Sobre o autor: João
Bosco da Silva é Mestre em Educação Superior e em Formação de professores,
escritor, professor universitário, Especialista em Estudos Literários,
compositor e músico. É Vice-Presidente da Academia Brasileira de Artes
Integradas – ABAI.
Tem trabalhos publicados em
setenta e oito livros, entre solos e antologias pelas editoras Literarte,
Mágico de Oz, Funtitec, Comunicação, AFBNB, Helvétia, Recanto das Letras,
Futurama, Becalete, Sucesso, EHS, Versejar, Pensador e Dialética.
Participa de 12 (doze)
Academias de Letras e Artes do Brasil e 6 (seis) representações no exterior.
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