Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Desculpa Pai
Por todas as ausências
Pelos egos
Pelas intransigências
E a loucura de querer ser
Bem mais que o mundo.
Usei dos falsos julgamentos
Trouxe a negativismo
Para dentro do seu lar
E ousei falar de amor.
Quem sou eu para dizer que amo?
Um ser humano cruel?
Cheio de ódio, preconceito e violência?
Ser humano este que
Não sabe o sentido da palavra pai!
Abro a boca e digo blasfêmia.
Como enquanto tantos por aí
Passam fome.
Dou gargalhadas enquanto
Muitos sofrem com o racismo.
Dou as costas para as mulheres
Que sofrem com a violência doméstica
E outras com assédios e estupros.
Sou o ser humano fracassado
Que cria datas festivas para lucrar
Não para espalhar amor.
Pai, Cristo africano de todas as lutas,
O que dizer para você
Diante desse cenário caótico?
Fechar os olhos e orar?
Sei que a fé transforma muitas vidas.
Hoje morreu uma vida. Amanhã nasce outra.
Só lhe agradeço por estar presente.
Clarisse da Costa é poetisa, contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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