domingo, 1 de outubro de 2023

O VENTO OUTONAL

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Eu senti o vento do outono, a minha pele pálida e o meu corpo trêmulo ficou intacto. Plantei sementes férteis e as reguei para que, os frutos ficassem mais doces e as raízes, ficassem mais fortes. Deixei o passado para trás e todo caos enterrei. E pela primeira vez me fiz dona de mim, criando um vínculo com a mãe natureza.

As folhas velhas caíram, pois o vento do outono estava forte e no chão lá estava o passado. Olhei o meu rosto no espelho, brilhava, era um presente, o hoje, as sementes férteis, nas quais eu plantei.

Como mulher, me enxerguei. Eu sei, sempre estarei me moldurando. Mas quanto ao passado, o vento do outono levou. Enterrei meus (eus) junto aos cacos. E, o grito que me atormentava se silenciou, dando espaço a uma nova mulher…! Liberta!

 

Fabiane Braga Lima, é poetisa, contista e cronista em Rio Claro, São Paulo.

Contato: debragafabiane1@gmail.com

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