domingo, 1 de setembro de 2024

MINHA MÃE É PRETA 2

Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)


Da minha cor

Eu tiro a força da minha mãe

Que na sua esperança

Por dias melhores

Viu seu filho morto

Na cruz da opressão;

Na minha mãe

Memórias e traços da nossa história

Escritas na pele

De quem só conheceu a dor;

Minha mãe é preta,

Princesa das favelas

Dos cantos das periferias

Dos sonhos da nossa negritude.

Diante da submissão

E do olhar perverso

Entoa o canto dos orixás;

Com os olhos voltados

Para o filho excluído

Julgado e condenado;

Açoitado na terra da desigualdade;

Guerreira e rainha do mar

Algoz da liberdade!

Clarisse da Costa é poetisa, contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina.

Contato: clarissedacosta81@gmail.com

 

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