Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Enquanto as guerras
Deixam seus mortos,
As nuvens carregadas
Tiram o brilho do sol,
As flores se molham com
Os pingos da chuva
E no chão se avista o retrato da fome,
Eu visto as asas do poeta
Para escrever esses versos.
Nem que seja uns rabiscos
Em papéis velhos.
A vida mesmo é cheia
Dessas coisas velhas.
A gente vasculha
E relembra antigos amores,
Canções que contam um pouco de nós,
Talvez até o velho relógio
De parede
Que não marca mais as horas.
Não importa. O que importa é
Cada sentimento e histórias que ficaram.
O tempo dirá o sentido delas.
Diz o poeta cansado: dê tempo ao tempo.
Chegou a hora de seguir
O seu conselho,
Só não sei se serve para o caos
Que está lá fora.
Passos acelerados, sorrisos guardados,
Fones nos ouvidos, trânsito agitado,
Uma guerra diária.
Se possível por um momento
Desacelerar o planeta…
Pensando nisso, a primavera seria
Mais longa e as flores
Com mais tempo de vida.
Clarisse da Costa é poetisa, contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina.
Contato: clarissedacosta81@gmail.com
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