Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Mas se ele for mesmo um assassino, como provar? O que fazer? Até então sou considerada uma bruxa pelos meus vizinhos e dentro de mim existe um forte desejo sexual por ele. É meu tio eu sei, mas acima de tudo ele é o homem que conseguiu me seduzir.
Como controlar meus impulsos sexuais? Como fugir desse homem? Eu tentei me relacionar com outros homens, sempre acontecia algo. Conheci Carlos, me senti completamente envolvida. De início bons amigos, encontros e conversas descontraídas até que a atração física surgiu. Então vivemos uma amizade colorida, quem não gostou nada disso foi meu tio Felipe. Disse que eu não poderia me envolver com outros homens além dele.
Encarei tudo isso como ciúmes e continuei com a nossa amizade. Mas como falei sempre acontece algo, de repente Carlos sumiu, não retornou minhas ligações, pensei até que tinha ido embora. O triste foi saber que ele não tinha se mudado e sim que ele havia falecido. Pelo que me falou seu primo, Carlos não apareceu em casa após o nosso encontro e foi encontrado morto num terreno baldio 4 dias depois.
Eu senti muito. Chorei quando vi
seu corpo no caixão, parecia que muitas coisas estavam para mudar em minha
vida. Até ouvi uma voz feminina falando sobre mudanças. Assusta? Sim. O medo
também nos dá ensinamento. Ninguém imagina que a sua vida vai mudar drasticamente,
você só quer viver um dia de cada vez. Foi o que eu pretendia fazer ao sair do
cemitério.
Clarisse da Costa é
poetisa, contista, cronista e designer gráfico em Biguaçu, Santa Catarina.
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