Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC)
Para
a poetisa Fabiane Braga Lima
Na
mesa de trabalho dele
Deixei
um fugidio recado
Para
a minha paixão
Para
a minha fluída ilusão
Supra-romântica
E
supra-real
***
Deixei
um floral bilhete sucinto
Para
o meu inefável amor
Compus
em caligrafia rápida
E
nada enigmática
Antes
da minha pausa
Para
o café
E
depois apressada atravessei
A
rua apoplética
E
adentrei em um café colonial
Pedi
um café expresso no balcão
Para
uma estranha pessoa
***
Em
uma cinza manhã outonal
Ousei
deixar um recado
Uma
breve e inusitada epístola
Uma
impudica carta convite surreal
Para
o cândido amado meu
A
minha idílica paixão liquefeita
Que
assim dizia:
Futuro
consorte meu! Luz eufônica da minha vida.
Eu
perdi a clepsidra de papai
Já
não que horas são
Então
venha com ardor! Beijar-me ao final do turno.
Bem
antes que o mundo acabe.
Assinado:
C C
Clarisse Cristal é poetisa, novelista e bibliotecária em Balneário Camboriú,
Santa Catarina.
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