sexta-feira, 1 de setembro de 2023

BRIAN: SUSPENSE

Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)

 

Brian fingia não olhar para Jane, apenas fingia, mas a seguia com olhos famintos de águia, pelos corredores da concessionária.

— Fez as planilhas da semana que te pedi!?— Inquiriu com doçura para Jane ao interfone, ele tinha a vista passar apressada, de cabeça baixa, ela passou na frente do escritório.

— Sim, está em cima de sua mesa! — Respondeu Jane, de forma mecânica e apática pelo interfone.

— Grande garota! — respondeu sarcástico Brian.

Jane saiu sem direção, pelos estreitos corredores do escritório da concessionária, ela chorando como de costume. De repente Jane parou e olhou para um homem corpulento. Jane notou pelo uniforme que o homem usava, que era o segurança do hotel, onde ela e Brian haviam se hospedado no final de semana.

— Preciso que a senhora volte ao hotel, vocês esqueceram algo, que parece ser muito importante! — Falou constrangido o segurança, falou deu meia volta e desapareceu em meio aos corredores.

Jane, pensou profundamente o que seria talvez, um estratagema de Brian? Quem sabe? As cartas estavam na mesa e, ela queria mesmo respirar novos ares, ficar longe dali. Então Jane, decidiu voltar ao hotel, sem avisar ninguém, ela pegou as chaves do carro da concessionária, um veículo exclusivo para funcionários e pegou a estrada. No meio do caminho Jane, pensou no absurdo da situação, se qual for a pendência com o hotel, que não poderia ser resolvido a distância?

Chegando no hotel, uma recepcionista loura e sorridente a informou que ela deveria subir até a suíte presidencial. Jane intuiu os ávidos braços fortes de Brian, que a envolvia em um jogo sedutor e perigoso para ambos. Jane pegou de forma abrupta a chave eletrônica, da mão da recepcionista e tomou rumo do elevador privativo.

Ao chegar na porta da suíte presidencial, uma elegante concierge, a esperava, ela parecia uma cópia da recepcionista que lhe passara a chave eletrônica, a funcionária sorriu e sem nada dizer, ela abriu a porta do quarto. Jane levou um susto, ela entrada do o luxuoso quarto. O ambiente estava decorado com velas aromáticas vermelhas e brancas, pétalas de rosas vermelhas ao chão e ao final tapete de pétalas, Jane viu várias flores de diversas cores na cama de casal. Uma leve sinfonia de violinos pairava no ar, era uma versão de uma música moderna, um sucesso instantâneo e descartável que Jane adorava. Jane adentrou no quarto de forma abrupta.

— O senhor Brian, pediu para decorar o quarto, para a senhora e deixou uma caixa em cima da cama, deve ser algo importante creio eu. — Falou com uma voz cândida a concierge, ela que estava atrás de Jane. Jane agradeceu a concierge e a dispensou, a funcionária meneou a cabeça para Jane, ela que ainda estava atônita e olhando para frente, para o quarto da suíte. Jane entrou e se trancou no quarto.

Jane, caminhou nervosa ruma à cama do quarto, pegou e abriu uma delicada caixa de madeira, era um porta joias ricamente decorado. E nela havia um magnífico anel de noivado cravejado de diamantes e um bilhete escrito à mão. Jane reconheceu a elegante caligrafia de Brian e ela leu em voz alta e com calma o que estava escrito: ‘’Aceita, se casar comigo? Estou perdidamente apaixonado por você. Ei, não houve festa. Desculpe-me, queria apenas te fazer ciúmes. ’’

Jane ficou intacta e sem reação, ela olhava profundamente para o bilhete de Brian. Parecia mesmo, que o poderoso e influente empresário, estava apaixonado por Jane e disposto a se casar com ela. Pensou Jane naquela hora. Afinal, Brian queria jogar, um jogo bem perigoso, ou estava mesmo apaixonado por ela!? Continua...

 

Fabiane Braga Lima, contista, poetisa e novelista em Rio Claro, São Paulo.

Contato: debragafabiane1@gmail.com

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