Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro,SP)
Parece que Téo me deu um ultimato. Uma semana para me lembrar de coisas que havia me esquecido completamente. Eu já não me sentia bem na casa de mamãe, então, resolvi voltar para casa e ficar perto de Téo e assim o fiz. E não tem como negar, ele me passa segurança e eu o amo muito.
Hoje estou de folga do serviço, quero dar uma volta, enfim esquecer certas complexidades da vida. Resolvi, então, ir até a mercearia, aqui no morro não existe um supermercado. O proprietário da mercearia, está realizando a limpeza do comércio. A água que ele usa no chão está completamente suja, tudo muito nojento, mas preciso de mantimentos para a casa.
— Está bem sujo o chão! — Falei sem pensar para o merceeiro
— Sim, tenho muitos clientes, e aqui morro, não há asfalto! — Justificou o comerciante.
— Bom, isso é verdade! — Acabei concordando com o homem.
Peguei os mantimentos, paguei e ao sair do comércio, Téo estava lá na frente da mercearia, com a cara fechada parecia estar me seguindo.
— Que bom que está aqui! — Falei sorrindo com os olhos.
— Faz tempo que cheguei, estava lhe admirando. — Disse com a voz que ele tem.
— Já que está aqui, vamos para casa, estou exausta, meu amor. — Sugeri.
— Não, não exausta, está humilhando pessoas, infelizmente só sabe fazer isso ultimamente.
— Falou Téo e dando meia volta e se afastando de mim com muita pressa.
— Téo, volta aqui! — Gritei no meio da rua, chamando atenção de todos e todas à minha volta.
— Uma semana, lembre-se! — Gritou Téo a plenos pulmões.
Fiquei horas vagando a esmo, sem saber o que fazer, preciso mudar, ser uma pessoa mais digna, não um verme, como dá a entender Téo.
Fabiane Braga Lima, contista, poetisa e novelista em Rio Claro, São Paulo.
Contato:
debragafabiane1@gmail.com
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