Por Fabiane Braga Lima (Rio Claro, SP)
Durval acariciou os meus cabelos, naquela tarde de domingo e nos despimos na sala. Fizemos amor ali mesmo como se não houvesse amanhã. Em seguida, estávamos nós dois abraçados e nus na sala, não percebi que a porta estava aberta.
Na segunda-feira, novo dia, como de costume fomos trabalhar. Durval trabalha como corretor financeiro, na bolsa de valores eu trabalho como enfermeira. Bom, não era isto que meus pais queriam para mim, mas é o que gosto de fazer. Quem sabe mais para frente, eu possa estudar medicina e realizar o desejo dos meus pais e o meu também. Um intuito que tenho há tempos.
Anoiteceu no dia seguinte, hora de Durval chegar e a primeira coisa que ele fez foi ver o nosso filho Gael, que tem apenas três meses. Gael é uma criança especial. Infelizmente, é nossa dor no nosso ágamo. Não é fácil ver um filho vegetar na cama, sem perspectiva de melhoras.
Durval, parecia nervoso, deve ser stress no trabalho calculei. Deitou-se, sem ao menos tomar banho. Estranhei a quebra da rotina, ele é sempre tão asseado. Logo depois, deitei-me ao lado de Durval,
— Lana, preciso descansar! — Disse-me hostil, logo ele, sempre carinhoso e paciente comigo.
Acariciei seus cabelos.
— Chega, Lana! Indolente, também preciso dormir, estou fatigado. Amanhã será outro dia
— Durval, quero saber o que está acontecendo? — Perguntei nervosa.
— Queres saber a verdade? — Perguntou Durval ríspido.
— Lógico que quero meu amor...
— Perdi meu emprego! Está satisfeita?
Fabiane Braga Lima, contista, poetisa e novelista em Rio Claro, São Paulo.
Contato: debragafabiane1@gmail.com
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