Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
‘’Que a celestial luz da
poesia,
Arranque todas as dores de
minha alma
E coloque no lugar o puro
amor.’’
Fabiane Braga Lima
A cair de alturas impossíveis, os pés de Luna alcançaram suavemente o chão. Ela, de olhos fechados, relutava em abri-los, não por medo de perder a única coisa, que era só dela e que raras vezes, ela se dava o direito de provar. Deixar o mundo em vigília, foi uma opção, ir até a terra dos sonhos, enquanto sonhadores acessavam este recanto obscuro, somente enquanto dormiam, Luna adensava a si mesma e sonhava acordada.
Ao abrir os olhos, Luna percebeu que tudo estava lá, ou quase tudo, com os olhos embaçados viu o deserto da desolação sem fim, de Calibor, a terra do deus soberano raptor de almas. Ela não desejava fazer uma visita ao soberano, pois já tinha problemas demais com Hastur. Foi com desespero que Luna percebeu as alterações no deserto, o Páramo de Luna, onde ela queria andar de pés descalços pelas finas areias e mergulhar os delicados pés nos pequenos lagos azuis.
A sonhadora em vigília, olhou para cima e viu uma ave Mori, Luna sabia que essas aves, só aparecem aos bandos e quando aparecem são presságios de grandes tragédias. A sonhadora em vigília, foi ao Páramo a procura de paz e tranquilidade, mas nuvens negras se avizinhavam e uma tempestade de dores e sofrimentos infindos não tardaria a cair.
A sonhadora em vigília, olhou para dentro de sim e notou que estava usando uma leve túnica núbia, sandálias grego egípcio, braceletes e brincos núbios incrustado de rubis e safiras, um colar de ouro romano e um diadema amarelo incrustado de diamantes na cabeça. Os olhos castanhos rasgados deram lugar para intensos olhos azuis e apelo amendoada ainda estava lá.
Luna respirou fundo, avançou, adentrou no limiar do deserto, grasnares aves Moris forçaram a sonhadora em vigília, olhar para cima e se deliciar com a revoada macabra das aves agourentas.
E ao retornar a marcha a quilômetros
de distância, Luna viu o impossível, ela viu uma astronave, a nave batedora
Queen Of Sorrow se deteriorava em pleno deserto. Aves Moris, bailavam acima da
nave batedora, os animais místicos bailavam a poucos metros acima. Um pouco
mais à frente um cemitério de embarcações e veículos de transportes, eram
drakares, naus portuguesas, galeões espanhóis, astronaves de ataque Dukhais,
naves de transportes bekamas, bigas romanas e caças russo mig 35. E umas
infinidades de veículos de transportes militares, o pesadelo de Luna estava só
começando.
Clarisse Cristal,
poetisa, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa
Catarina.
Samuel da Costa, poeta, contista e novelista em Itajaí, Santa Catarina.
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