sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

CANTO TRISTE (POEMA CANTADO)

Poema de Paccelli M. Zahler, com arranjo e interpretação de Anand Rao, parte do Projeto Música Poética 2011, "Anand Rao musica poemas de Paccelli José Maracci Zahler".


A VOZ DO AUTOR: CORDEL PARA CORA CORALINA

Por Gustavo Dourado


(Apresentação originalmente produzida em vídeo para a coluna Canto do Escritor do portal Memento Mori (www.mementomori.com.br)

POEMA VISUAL 12 - POEBIOGRAFIA DO PROF. PAULO DINIZ

Por Paccelli José Maracci Zahler

ESPAÇO

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

Escalo o espaço (apoiado na rocha)
e desprendo-me ao pássaro
(não apoiado na rocha).

Desdigo a palavra amorosamente

                               sussurrada.

POEMA VISUAL 11 - ACADEMIA TAGUATINGUENSE DE LETRAS

Por Paccelli José Maracci Zahler

ESCADARIA

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)

A escadaria traduz
na inclinação do espaço
                    a ambição do corpo
                    em descompasso

degraus suspendem
instantes
decompostos no subir
                      e descer

patamar apropriado
na tradução não literal
da ocupação do corpo

a escadaria traduz
o elemento inovador: estágio
                                   inconcluso
                                   de me dizer

                                   em casa.

MUDAR

Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)


Mudo o número. Troco
o ritmo. Ouço músicas
atravessadas.

              Repito a senha
              no cancelamento
              das tentativas.

Sou música repetida
e instrumento soado

falso aos ouvidos.

SER POETA É SER MAIS ALTO

Por Florbela Espanca (1894-1930)

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

AMAR

Por Florbela Espanca (1894-1930)

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,

Que me saiba perder... pra me encontrar...