Revista literária virtual de divulgação de escritores, poetas e amantes das letras e artes. Editor: Paccelli José Maracci Zahler Todas as opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores. Aceitam-se colaborações. Contato: cerrado.cultural@gmail.com
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
MESÓSTICO SOBRE O HINO NACIONAL BRASILEIRO
Por Paccelli José Maracci Zahler (ALB, Brasília, DF)
no ipiranga, um
Heróico brado,
o
sol da lIberdade
No
céu.
O
peNhor
dA igualdade
Conseguimos
conquIstar
cOm braço forte.
Nosso peito desafia
a
própriA morte,
pátria idoLatrada.
Brasil sonho
intenso Raio
de Amor e
de eSperança,
céu rIsonho
e Límpido.
a imagEm do
cruzeIro
Resplandece
nO teu lábaro.
MESÓSTICO SOBRE O HINO DA INDEPENDÊNCIA
Por
Paccelli José Maracci Zahler (ALB, Brasília, DF)
filHos da pátria,
podeIs ver a mãe
geNtil.
raiOu
a liberdade
Do
brAsil.
gente
brasIleira,
loNge
vá temor servil,
Da
pErfídia
Poderosa,
zombou
dEles o Brasil!
Não
temais,
Do
universo
Entre
as nações
resplaNdece o Brasil.
ou fiCar
a pátrIa livre ou morrer
pelo brAsil.
AVISTAMENTO (MESÓSTICO)
Por
Paccelli José Maracci Zahler (ALB, Brasília, DF)
Um ovni seguiu durAnte
Varios
mInutos e
de forma perigoSa,
um aviao, afasTando-se
quando a aeronAve baixou de altitude.
Assustou os pilotos da coMpanhia
aérEa, em serviço
eNtre a
noiTe
de 1 e 2
passadOs
PRESENCIA EN LO CALLADO DE LA HOGUERA
Por Mireya Piñeiro
Ortigosa (Guantánamo, Cuba)
Lo esencial es invisible para los ojos (Saint-Exupery)
No es fácil admitir
nuestra ceguera
cuando estamos en búsqueda
afanosa
de toda luz y esencia que
se posa
sobre lo misterioso y su
frontera.
Pero aquello que vive de
su espera
y la pupila casi ni lo
roza,
se nos revela un día,
clamorosa
presencia en lo callado de
la hoguera.
He conocido el silbo de
los trenes,
el decursar sin tiempo de
los techos,
los matices contrarios de
la ausencia.
y el palpitar que en la
mirada tienes.
no he de buscar la clave
de los hechos
en la señal, sino en su
tranparencia.
TÁCITO
Por Pedro Du Bois
(Balneário Camboriú, SC)
Acordo: faço-me desconhecido
ao amigo: sofro suas dores: retorno
ao ponto inicial no me dizer ávido
em consolos: reencontro palavras
ao negar o confronto: acordos
não escritos perduram
silêncios.
VISTAS
Por Pedro Du Bois (Balneário Camboriú, SC)
A estrada
automóveis
caminhões
morro recortado
no barulho da obra a nova
casa desconstruída no que contém
da paisagem
(Revisito os passos do homem
na caminhada: não
habitualidade).
OUTROS
Por Pedro Du Bois
(Balneário Camboriú, SC)
Fala de lugares distantes
penso noites e dias. Conta histórias
sobre povos inalcançáveis
lembro o mendigo em esquinas
indevassáveis. A mão estendida
ao gosto do passante.
Registro minha desconfiança sobre animais
ferozes dispersos em florestas. O pássaro
entre grades pia a sua dor.
O DIA MAIS MÁGICO DO ANO
Por Urda Alice Klueger (Blumenau, SC)
Nós começávamos a esperá-lo
muitos dias antes, lá pelo começo de Dezembro, quando, diariamente, na hora do
almoço fazíamos um xis sobre o calendário pendurado na parede, perto da mesa, e
depois contávamos quantos dias faltavam para o Natal. Outro sinal era o do
canto das cigarras, infalíveis anunciadoras de Papai Noel – ouvir a primeira
cigarra era a certeza de que a magia começara! Depois, havia outros sinais,
como meu pai instalando o velho pisca-pisca num pessegueiro que havia diante da
nossa casa, e a faxina geral que se fazia na casa, e a coroa do Advento na mesa
da sala, o dia de se fazer doces-de-Natal, os cantos de Advento na Igreja, o
vestido novo a ser provado, a ida à cidade para se comprar novos sapatos...
parecia que o dia não iria chegar nunca, mas, numa manhã, ele estava lá!
24 de Dezembro sempre foi,
para mim, o dia mais mágico do ano. Eu me lembro, na infância, do grande
nervosismo que tomava conta de todos nós desde a manhã desse dia. Minha mãe
amanhecia cuidando dos últimos detalhes, deixando a casa impecavelmente limpa,
e dando bronca na gente, que estávamos tão excitados que derramávamos o Toddy
na toalha da mesa e deixávamos o cachorro entrar em casa e outras coisas assim.
Meu pai, nesses alturas,
estava no jardim, cortando um pinheiro, e corríamos para vê-lo. Ele plantava o
pinheiro cortado num lata cheia de terra, e carregava tudo para dentro, para a
sala de assoalho rebrilhante de tão encerado, e é claro que alguma terra
acabava caindo no brilho do assoalho, e que nós pisávamos em cima incontinenti,
e saíamos sujando a casa toda, e aí vinha o motivo para apanharmos a primeira
vez naquele dia. Ninguém ligava quando apanhava, o que a gente queria era ver o
pinheiro enfeitado, e quando meu pai buscava a caixa com os enfeite de Natal,
havia um frenesi de excitação tomando conta de nós.
Até aí, minha mãe já havia
limpado a terra que caíra no chão encerado, e tudo era muito solene, com eles
pendurando cuidadosamente as bolas coloridas de forma simétrica pelos galhos do
pinheiro, e nós a querermos ajudar. Sempre conseguíamos derrubar alguma bola no
chão, que se estilhaçava espalhando
miríades de cacos de vidro colorido pela sala toda, os quais tentávamos
ajuntar antes que minha mãe ficasse muito braba, eu, totalmente encantada pelo
brilho do vidro quebrado, e nessa horas sempre um caco de vidro entrava no dedo
de alguém e produzia abundante sangramento, o que deixava minha mãe mais
nervosa do que já estava.
Nunca esqueço que, o tempo
todo, nesses dias de Natal, o rádio estava ligado na Rádio Nereu Ramos, que
transmitia músicas natalinas entremeadas com votos de boas festas de todas as
casas comerciais da cidade e, mais que tudo, eu gostava daquelas musiquinhas
tocadas pela harpa paraguaia de Luís Bordón, e o dia fugia dentro dos muitos
afazeres, ao mesmo tempo que parecia que nunca iria anoitecer.
No final da tarde, enfim,
estava tudo pronto, tudo no seu lugar, e era hora de tomarmos banho e botarmos
roupas limpas. Era dia claro, ainda, e jantávamos frugalmente, pão com sardinha
e nata, enquanto lá fora, as cigarras quase arrebentavam de tanto cantar,
emissárias certas de que a magia só iria aumentar com o cair da noite. Nessas
refeições de prelúdio de Natal, era mister que comêssemos uma melancia, e a
degustávamos nervosamente, loucos para que a noite caísse e as coisas
começassem a acontecer.
E então escurecia. Estava
chegando a hora. Minha mãe pegava seus melhores pratos de porcelana, enchia-os
de doce de Natal e os levava para a sala. Ela e meu pai acendiam as velinhas
coloridas do pinheiro enfeitado, dando-lhe um ar de magia que só poderia
existir, mesmo, numa noite assim. E nós nos sentávamos, angustiados,
expectantes, quase explodindo de tensão, porque sabíamos que logo, logo, Papai
Noel iria bater na porta. O mundo ficava tomado de tal encanto que era difícil
de suportar, enquanto as cigarras continuavam cantando e o pisca-pisca do
pessegueiro continuava piscando. As velas do nosso pinheirinho ardiam
misteriosamente, quando ouvíamos o portão bater, certeza inconfundível que o
bom velhinho viera. E então tínhamos certeza de que não poderia haver no mundo
nada melhor do que aquilo, aquele dia de nervosismo e aquela noite de magia!
Sobre a autora: Urda Alice Klueger é escritora, historiadora e doutora em Geografia, reside em Blumenau, SC.
ORAÇÃO DOS QUE NÃO SABEM REZAR
Por Newton Rossi (Brasília, DF)
Senhor!
Que estas palavras, que não dizem tudo,
Possam chegar um dia aos teus ouvidos!
Chegar como quem chega sem bater à porta...
Sem roupa nova, sem nenhum requinte
E sem mesmo saber como chegou!...
Que o ódio seja extinto pela Paz,
Que haja compreensão e tolerância,
Que os povos se entendam como irmãos!
E que no coração da criatura humana,
Pleno de equilíbrio e de harmonia,
Viceje a planta da fraternidade!...
Senhor!
Que estas palavras, que não dizem tudo,
Possam transpor os mundos no infinito,
Levando o apelo mudo dos aflitos,
Os gemidos de dor dos desgraçados,
O remorso dos maus, e dos bons o perdão...
E a ânsia oculta da espécie humana,
De atingir, sem saber como, a perfeição!...
Escuta-as, Senhor!
São palavras que não foram decoradas,
Não foram feitas apenas para os lábios...
Mensagem de pureza, que mais é um clamor,
Dos que não sabem dizer, dos que não podem falar,
Dos que só sabem sofrer, dos que só sabem sentir,
Dos que só sabem esperar...
Esta é a oração dos que não sabem rezar.
Senhor!
Que estas palavras, que não dizem tudo,
Possam chegar um dia aos teus ouvidos!
Chegar como quem chega sem bater à porta...
Sem roupa nova, sem nenhum requinte
E sem mesmo saber como chegou!...
Que o ódio seja extinto pela Paz,
Que haja compreensão e tolerância,
Que os povos se entendam como irmãos!
E que no coração da criatura humana,
Pleno de equilíbrio e de harmonia,
Viceje a planta da fraternidade!...
Senhor!
Que estas palavras, que não dizem tudo,
Possam transpor os mundos no infinito,
Levando o apelo mudo dos aflitos,
Os gemidos de dor dos desgraçados,
O remorso dos maus, e dos bons o perdão...
E a ânsia oculta da espécie humana,
De atingir, sem saber como, a perfeição!...
Escuta-as, Senhor!
São palavras que não foram decoradas,
Não foram feitas apenas para os lábios...
Mensagem de pureza, que mais é um clamor,
Dos que não sabem dizer, dos que não podem falar,
Dos que só sabem sofrer, dos que só sabem sentir,
Dos que só sabem esperar...
Esta é a oração dos que não sabem rezar.
DISPERSÃO (PEÇA EM DOIS ATOS)
Por
Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
Renan Fillipi da Costa)
I
Sagrem
a vida
Não
chorem
Não acendam
velas
Nem
incensos
Não me
tragam inexatas flores
Não
orem... nem rezem
Por
mim
Quando
eu morrer
II
Dispersem
As
minhas cinzas
Para
além do infinito
Quando
eu morrer
Por
fim
NEGRA ROSA (SIBILINA PAIXÃO)
Por
Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
Gilda Carvalho)
Eu estava
Apaixonando-me
perdidamente
Por ti
E lutando desesperadamente
Contra
esse sentimento
Tão
paradoxal
Que
vinha tomando...
Conta
da minha vida
De
forma tão abissal
***
Aí escuto a tua ignota voz
Dizendo
que me quer
Que
vai me amar
Para
todo sempre
O que fazer?
***
Entreguei-me...
Por
inteiro
Coração,
dentes, lábios, pele
E o
meu jeito perdido de olhar...
E tudo
mais
FIM DA INFÂNCIA
Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
Volto
ao ponto de partida
Onde tudo começou
Para
nós dois
***
Quando
eu nunca
Cansava de ti
De
algo assim tão intenso
Um
sentimento tão bom
Tão meu
***
Difícil
agora
É para
mim
É perceber por fim
Que os nossos dias gloriosos
Ficaram
para trás
Foram-se
Para
todo o sempre!
***
Que somente
O passado longínquo
Nos salva
Dos
dias atuais de tempestades
E
turbulências sem fim
CAPRICÓRNIO
Por
Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
a negra Valquíria)
Um
desejo hialino
E nada
mais
Que
isso
***
Um
adeus ignoto
Em
negras linhas alvaresianas
Sem
beijos sibilinos
Nem
abraços decadentistas
Sem
choros vaporosos
Nem
negras lágrimas de dor
***
Um
simples adeus
Simples
assim
E nada
mais
Para
além disso
***
Dizer
para a sacrossanta musa
Um
adeus
E nada
mais
Para
além disso
***
Entre
plumas
De
cristais quebrados
Incendiando
o estro meu
Incinerando
o profano vergel
Outrora
orvalhado
***
Um
adeus
E nada
mais
Para
além disso
EM DIAS DE SOL E CALOR, EM NOITES DE TEMPESTADE DE FRIO
Por
Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
Victória Butler Rodríguez e Mari Gomes)
Em
dias de sol e calor
Minha
alma serena
Passeia
livremente
Pela
charneca em flor
Nesses
dias de extrema felicidade
Eu tenho sentimentos bons
Pensamentos
probos
***
Minha
alma leve navega
Pelo
mar da tranquilidade
A
brisa matinal oceânica
Faina
o meu negro cabelo
E
beija o meu rosto hialino
***
Em
dias de sol e calor
Minha
alma aventureira
Não
conhece limites
Corre
o mundo livremente
Encontra
e abraça a vida
E
aceitando
O
convite dela para um bailar
***
Em
noites de tempestade
E de
muito frio
Minha
negra e cansada alma
Passei
perdidamente pela noite
Eviterna
***
Em
noites de tempestade e de frio
Vagueio
solitária e languidamente
Pelo
negro vergal em dor
Choro
e sofro
Todas
as dores do mundo
Pelo
amor que se foi
Por
tudo que não veio
E
nunca virá
***
Em
noites de ventos intempestivos
E muito frio
Minha
alma diáfana
Percorre
o vazio em mim
***
Na alvorada
No
dilúculo de um novo dia
A
minha crença
De
tê-lo ao meu lado
***
Na
aurora de um novo dia
Vivo
sem esperanças alguma
De
viver dias melhores
DIÁSPORA SURREAL
Por
Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
a poetisa Sheila Gois)
Ela
disse
Que ia
ali à esquina
E
voltava logo
Disse isso
Sem
olhar para trás
***
Estas
vendo seu moço
Quanto
alvoroço
Como a
vida é engraçada
Ficar
aqui sozinho, infeliz e sem nada
***
Ela
colocou a melhor roupa e disse:
- Eu
vou ali na esquina
Meu
amor
E
volto daqui a pouco
E não
demoro
***
São
intermináveis nanossegundos
De
solidão eviterna
***
Estás
vendo seu moço
Quanto
alvoroço
Quanto
drama
Por
causa de bela, vaporosa e diáfana dama
***
Ela
disse para mim:
- Vou
ali na esquina
E já
volto...
***
São
eviternos nanossegundos
De
abstrações desesperadas
De
solidão liquefeita
No
pós-modernismo contemporâneo
***
- Vou ali na esquina
E já
volto meu amor
SIN/PECADO
Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para Fáh
Butler Rodríguez)
Pediu-me
Para
apagar as luzes
Para
sagra
O
nosso amor clandestino
No
breu absoluto
O
nosso
Suicídio
assistido na pelágio
Profundo
***
Pediu-me
Para
apagar todas as luzes
Então
somente
E nada
mais para, além disso
***
O
clandestino amor
Consagrado
na fossa abissal
Pelágica
paixão
Em
tempos de guerra
De
desespero e dor
Sem
fim
***
Pediu-me
Para
apagar as luzes
E
acender as velas
Amor
transfigurado
Descortinado
em dias de paz
***
Pediu-me
Para
espera-lo na alcova
Vestida
de minudência apenas
E nada
mais
PERDIDO NO UNIVERSO INFINDO EM TI
Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)
(Para
Victória Butler Rodríguez)
Vem
minha doce criança...
Do
amor puro!
Vamos
juntos singrar
O
oceano dos sonhos em mim
***
Vem
minha querida
Dá-me
a tua delicada mão...
Vamos
juntos voar
Pelo
céu sem nuvens
E
alçar as estrelas
Os
astros!
Perdermo-nos
no universo infindo
***
Vem
meu amor imortal
Sentir
o noturno eflúvio da Halfeti
Do
sagrado vergel da Afrodite
***
Vem...
Vamos
juntos sagra
O
nosso divinal amor
Diante
do altar dos deuses imortais
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