quinta-feira, 1 de maio de 2014

MANIFESTO DOS ESCRITORES E INTELECTUAIS DO DISTRITO FEDERAL


A Constituição Cidadã , em seus artigos 215/216, trata a cultura como item relevante para a consecução dos objetivos da República.

NÓS, OS ABAIXO-ASSINADOS, ESCRITORES, INTELECTUAIS E CIDADÃOS BRASILEIROS, POR MEIO DESTE, FAZEMOS AS SEGUINTES PROPOSTAS E REIVINDICAÇÕES AO PODER PÚBLICO E ÀS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS:

Pela urgente valorização dos escritores do Distrito Federal.

Por uma política cultural efetiva para os escritores do DF com o fomento, a produção, a edição, a difusão e a distribuição e comercialização do livro.

Pela democratização, desburocratização e regionalização do Fundo de Apoio à Cultura do DF.

Pela inclusão cultural dos escritores de Brasília nos eventos literários oficiais promovidos pelo poder público, com a inserção nos cronogramas e programações.

Pela desburocratização dos meios de acesso ao livro e à leitura com a inclusão dos livros dos escritores do DF nas livrarias locais e de rede.

Pela criação do Instituto do Livro do Distrito Federal.

Pela regulamentação, aplicação e estudo da Literatura Brasiliense nas Escolas do Distrito Federal.

Pelo apoio efetivo ao funcionamento das instituições e entidades literárias do DF.

Pela democratização da mídia e dos meios de comunicação para que atuem de forma mais abrangente, criativa e menos excludente.

Pelo incentivo e a preservação das identidades culturais, garantindo à população contato com o fazer cultural e artístico do DF.

Pela inclusão das Regiões Administrativas do DF nos programas e eventos culturais e educacionais organizados pelo poder público.

Pelo fortalecimento das bibliotecas públicas e escolares do DF.

Pelo não ao “apartheid” cultural e a conspiração do silêncio.

Os escritores e intelectuais do DF entendem que pagam muitos impostos e taxas, os quais, em parte, vão para gastos com propaganda e marketing publicitário e que estes, por sua vez, não são revertidos para a área cultural local. Não existindo, portanto, uma política efetiva de valorização, divulgação e inclusão dos escritores do DF que ficam à margem do mercado editorial e das ações e programas oficiais, sempre em desvantagem em relação aos escritores de fora que são tratados e cultuados com deferência.

Gustavo Dourado
Presidente da Academia Taguatinguense de Letras (ATL)
Presidente da Academia Brasileira de Letras de Cordel
Representante da União Brasileira dos Escritores

Representante da União Mundial dos Escritores



(NotaO Manifesto foi lido no Sarau Recital Golpe Nunca Mais/Homenagem ao escritor Gabriel García Márquez, no dia 20 de abril de 2014, na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Recebeu a assinatura de centenas de escritores, intelectuais, professores, pesquisadores, artistas, autoridades, jornalistas, procuradores, promotores, militantes, sindicalistas, universitários e servidores públicos, entre outras importantes categorias.)

CANTO-BRASÍLIA

Música de Tiãozinho Rodrigues
Letra de Nestor Kirjner


DÓ de quem não vê
o amor sobre esta terra!
SOL de juventude,
vibrando nas luzes da nossa canção.
RÉ, renascerá o amor
em toda a Terra,                                
SI houver um Canto-Brasília
nas vozes  e no coração.


FÁ, faço de tudo
se for “pra” chegar na alegria.           
Eu reclamo poesia da grama
e das pedras que amam o chão.        
MI faço de louco,
invento céu, mundo e espaço!
Meu abraço é tão pouco
pra minha cidade caber neste amor.

Flor do meu país, planejada fantasia
LÁ da cuca dos homens
que sabem que a forma da Terra seria
um, um coração, se a paz sobrevivesse em nós,
eu e você, um milhão, um bilhão, o povo, a multidão.

Já, viva Brasília!
Você, meu irmão desta era!
Descubra a cidade que dá para o mundo uma nova lição.
Vem, cante comigo, candango de frases sinceras!
Brasília, Brasília , virão cantar todos a nossa canção.

(Refrão)


Brasília, 21 de abril de 1982.

(Nota do Editor: Uma belíssima homenagem a Brasília, DF, do confrade Nestor Kirjner, que ocupa a cadeira nº 14 da Academia de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal - ALB/DF, cujo patrono é Vinícius de Moraes)

PRIMEIRO DE MAIO

Por Gustavo Dourado

1º de maio de 1886:
A luta do operário...
Trabalho organizado:
Melhoria de salário:
A violência do poder:
Presente em meu diário...

Primeiro de Maio é história:
Trabalhadores em luta...
A gravidade da vida:
A incessante labuta...
O sistema que oprime:
Com a sua ganga bruta...

"Trabalhadores, uni-vos":
Karl Marx já dizia...
Na dialética da vida:
Sobrevive-se na agonia...
Escravidão pós-moderna:
Novo tempo se anuncia...

É o capital que oprime:
Com a sua mais valia...
O magnata que lucra:
Que reprime a poesia...
Que acorrenta o sonho:
E a ilusão da fantasia...

É hora de despertar:
Buscar a cidadania...
Na greve, na passeata:
Assembleia do dia-a-dia...
Na fábrica, no sindicato:
Que a peleja se anuncia...

Chega de alienação:
Liberte-se, se oriente...
A união faz a força:
Na rebeldia da gente:
O grito da multidão:
Revolução permanente...



CORDEL PARA GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ

Por Gustavo Dourado

(Homenagem da Academia Taguatinguense de Letras)

Gabriel García Márquez:
Cem Anos de Solidão...
Macondo se silencia:
Navega pela amplidão...
Realismo Mágico do Ser:
Toca a alma e o coração...

Nasceu em Aracataca:
Na terra colombiana...
Em 1927:
Em região altiplana...
Na cordilheira andina:
Gabo, grande alma humana...

Brotou em 6 de março:
De Luísa e Gabriel...
Gabriel Elígio, o pai:
Farmacêutico fiel...
Luísa Santiaga, a mãe:
Teceu bem o seu papel...

O casal teve onze filhos:
Com destaque a Gabriel...
Famílias García e Márquez:
Na terra de leite e mel...
Na Colômbia de outrora:
Nos tempos do coronel...

Criado pelos avós maternos:
Nicolás e Tranquilina...
Histórias encantadoras:
De memória cristalina...
A Guerra dos Mil Dias:
Narrativas diamantinas...

Contos e causos da vida:
Do raio da silibrina...
Los Andes colombianos:
Natureza em sua sina...
A montanha misteriosa:
À história se inclina...

Influência dos avós:
Despertaram o menino...
Até oito anos de idade:
Iluminava-se el nino...
No coração da Colômbia:
Com o espírito transandino...

Mudou-se para Barranquilla:
Com a família novamente...
Com a morte do avô:
A saudade inclemente...
Kafka e a Metamorfose:
Gregor Samsa em sua mente...

Estudos em Barranquilla:
Famoso Liceu Nacional...
Pai de Gonzalo e Rodrigo:
Em saga fenomenal...
Uma vida com Mercedes:
No plano sentimental...

Universidade de Bogotá:
Aos vinte anos de idade...
Ciências Políticas e Direito:
Em busca da diversidade...
Deu asas ao jornalismo:
Abandonou a faculdade...

1948, Cartagena:
Jornal “El Universal”...
Contos em “El Heraldo”:
Em coluna cultural...
Roma, 1954:
Correspondente internacional...

Primeiro livro "La Hojarasca":
O seu primeiro romance...
Publicado em 1955:
Não teve um grande alcance:
No início da carreira:
Era olhado de relance...

Andou o vate Gabriel:
Pela Europa afora.
Roma, Paris, Madri:
Fez bem a sua hora...
Ação como jornalista:
A boemia lhe aflora...

Passagem por New York:
Alinhamento com Fidel...
Perseguido pela CIA:
Espionagem a granel...
Vai residir no México:
Sai da terra de Babel...

Gabriel José García Márquez:
Um notável escritor...
Ativista e político:
Jornalista e editor...
Viveu com Mercedes Bacha:
Na vida, seu grande amor...

O México em seu caminho:
Presente em sua história...
Foi suporte e alicerce:
Para a linda trajetória...
A Gabriel García Márquez:
Um diamante de glória...

Em 1961 publicou:
"Ninguém Escreve ao Coronel"...
Relato de um Náufrago:
Publicaram em papel...
No “El Espectador”:
Deu seu toque menestrel...

Em 1967:
Cem Anos de Solidão...
Em 1982:
Recebeu consagração...
Nobel pelo conjunto da obra:
Tempo de grande emoção...

A Terceira Resignação, A Outra Costela da Morte:
O Enterro do Diabo: A Revoada...
Nabo, o Negro que Fez Esperar os Anjos:
A Má Hora: o Veneno da Madrugada...
Amargura para Três Sonâmbulos:
Cândida Erêndira e a Sua Avó Desalmada...

Um Senhor Muito Velho Com Umas Asas Enormes:
Textos do Caribe, Me Alquilo para Soñar...
Todos os Contos, Como Contar um Conto...
Olhos de Cão Azul, a vida sempre a fitar...
O Rastro do teu Sangue na Neve:
Cheiro de Goiaba, Viver para Contar...

Do Amor e Outros Demônios, O Enterro do Diabo:
Doze Contos Peregrinos, Gabo em ação...
O Outono do Patriarca, Diálogo do Espelho:
Notícia de Um Sequestro, Revolução...
Miguel Littin, Clandestino no Chile
Entre Amigos, canta o nosso coração...

O Amor nos Tempos do Cólera:
Crônica de uma Morte Anunciada
Escritor admirado:
Tem a obra comentada...
Cem Anos de Solidão:
O mais lido na jornada...

Memórias de Minhas Putas Tristes:
O General em Seu Labirinto...
Alguém Desarruma estas Rosas:
Deixe bom cheiro no recinto...
Os Funerais da Mamãe Grande:
Sorver um gole de vinho tinto...

Eu não Venho Fazer um Discurso:
A Bela Palomera, Tempo de Morrer...
Parceria com Ruy Guerra:
Arte ao amanhecer...
Escuela de Cine y TV em Cuba:
O cinema em seu viver...

Na longa vida de Gabriel:
Cinema sempre presente:
Oedipo Alcalde com Triana:
Um mito efervescente...
Gabo deixará saudade:
Na alma da sua gente...

O Verão Feliz da Senhora Forbes:
Tantos livros em sua vida...
Maria de Mi Corazón:
Roteiro em sua lida...
Livros, cinema, política:
Colômbia e Cuba querida...

Realismo Mágico presente:
Narrativa latino-americana...
O Nobel de Literatura:
Tinha a alma soberana...
Andou pelo mundo afora:
Com a verve colombiana...

Gabriel García Márquez:
Realidade e fantasia...
Superstição, contos, causos:
Sonhava de noite a dia...
América Latina na alma:
Transmutação da poesia...

Realidade Fantástica:
Pensamento criador...
Amava rosas amarelas:
Sentia o perfume da flor...
A arte em sua alma:
Nuances de trovador...

Faulkner e Hemingway:
Leitura e influência...
Com Calderón Hermida:
A arte da confluência...
Com Jorge Amado amizade:
Sábia eterna consciência...

Destaque na criação:
Nobel de Literatura...
Muitos livros escreveu:
Valorizava a leitura...
Criador apaixonado:

Nunca perdeu a ternura...

MADRUGADA

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Foram três horas de madrugadas
atravessadas em dúvidas
existenciais que a última notícia
fala em sangue na morte do cântico
da igreja no apagar
das luzes e o cão no apartamento
cala o sono ao sonho. Amanhece
o corpo em esplendorosa cama.

Foram três horas de madrugadas

acesas no fechar dos olhos.

ENVENENAR

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

O veneno atua. O agir envelhece.
Passos cadenciam músicas.
Ouvidos temem o silêncio.
O veneno conclama a vontade
a partir do medo. O agir condensa
a partida em doses: repete
o nome. Nomina. Denomina
no esgotar o espaço e sufocar

o corpo ao cansaço.

CAÍA NEVE NA CIDADE...

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Dizem que à hora da morte, o filme da vida, desenrola-se: cenas, episódios, posturas, ocorridas ao longo da jornada, voam a velocidade estonteante.
Acredito que assim seja.
Com o avançar da idade, ao envelhecer, velhas recordações, esquecidas no armário da memória, imergem, com pormenores tão nítidos, que parecem contemporâneos.
O que vou contar, saltou da gaveta, das muitas que o subconsciente guarda.
Acordara a cidade nessa longínqua manhã de Inverno, coberta de fino manto de neve. Estava frio de rachar. O cinzento pálido do céu, parecia crivo, peneirando neve, como se fosse alva farinha.
No final da tarde estava na praça principal da cidade. Nem viva alma… Três entroncados homens, envoltos em quentes samarras, enfrentavam a nevada, arrastando os pés, enfiados em rijas botas de cano alto.
À porta da igreja, mulher trajada de negro, com o rosto quase sumido por lenço preto, espreitava, de esgueira, o cair da neve.
Conversavam, animadamente, à porta de livraria, dois sujeitos de meia-idade, esfregando freneticamente as mãos enregeladas:
- A neve é perigosa… para quem anda no campo!
O outro concordava, sacudindo a cabeça, batendo com força os pés, na soleira da porta:
- Conheço quem ficasse marcado, devido a queda. A neve é bonita… mas traiçoeira!
Endireitei, a passos miúdos, para a “Casa da Ribeira”. Para não escorregar, cosi-me, o mais que pude, às paredes.
A neve caía em rolão. Varrido de mansinho pelo vento frigidíssimo, que soprava da serra, flutuavam leves flocos de neve, verdadeiros farrapinhos de fofo algodão.
Levemente, bati à porta.
Silêncio absoluto.
A rua era toda branca. Crianças brincavam, pulavam e corriam, soltando alegres gargalhadas, lançando bolinhas de neve amassada. Por descuido, uma atingiu homem baixo e gordo, que subia a rua. O bando, como passarinhos assustados, dispersou.
Dos quintais, cobertos de neve, cachorros, transidos de frio, choravam lugubremente, num pranto canino.
Torno a bater.
De longe, chega o som estridente de um galo, rasgando o ar com seu imponente: cocorocó.
Aconchego, ainda mais ao pescoço, o largo cachecol de lã.
Na janela iluminada, da casa contígua, garotinho, de nariz esmagado na embaciada vidraça e olhos esbugalhados de espanto, mirava o cair da neve
Abre-se a porta.
De mansinho, galgo o pequeno lance de escadas.
Silêncio. Nem um ruído. Terão saído?
Nesse instante, vem da salinha, voz doce, arrastada, suave como murmúrio:
  - “ Entre…Entre… venha p’ra aqui. A braseira está acesa…
A passos leves, caminho, encolhido.
A saleta estava mergulhada em sombra.acolhedora
Beijo, respeitosamente, a dona de casa: senhora jovem, de beleza cativante.
Timidamente, acerco-me da lareira, colocando as pesadas botas na borda do suporte que sustinha a braseira, onde três tronquinhos incandescentes, refulgiam.
À volta, tudo permanecia nos mesmos lugares: Ao fundo o armário. À esquerda, o aparelho de TV. Arrimada à janela, que dava para o quintal, a mesinha redonda, coberta pela camilha verde, que caía até aos pés. Sobre ela, a toalhinha beije
Na cozinha, além da porta entreaberta, tudo era negro…
- Janta connosco.
Agradeço, recusando:
- Aguardam-me para jantar… - Esclareço, exaltando de alegria.
- Telefone a dizer que janta aqui. - Insiste.
Acedi. Era o que desejava: estar na companhia amiga, das únicas amigas que tinha.
Em breve, para minha alegria, chegam as meninas. Traziam sorrisos nos lábios e alegria nos olhos. Estavam a estudar.
Com elas vinha rapazinho, de pele clara, face risonha, tão amoroso, que ganhara há muito a minha afeição.
Colocados, com cuidado, os pratos de porcelana e os talheres, na mesinha, foram abertas as lâmpadas elétricas. A louça e os talheres faiscaram intensamente. A salinha saíra da penumbra.
Durante o repasto, acicatado pela curiosidade, levantei a vista. Que agradável surpresa! Com a sagacidade própria da adolescência, uma das mocinhas, a Flavinha, dissimuladamente, observava-me com fixidez… e leves sorrisos de pejo bailavam nos lábios delicados.
Encheu-se a alma de jubilosa alegria; e onda de felicidade afogueou-me o rosto, rosando-me a face.
Era noite. Caía neve… Vento frio percorria as ruas da cidade… mas no âmago do coração, vivas chamas de esperança, esquentavam-me a alma.
 Minhas fantasias de adolescente eram inocentes bolinhas irisantes de sabão: subiam, brilhavam, resplandeciam, quebravam-se, e sumiam-se como as ondas nas areias da praia.

Dos velhos sonhos, que se esfumaram no deslizar dos anos, ficaram apenas, para minha dor: tristezas, desilusões, desencantos…e saudades do tempo perdido, que já não é.

RETRATO

Por Cecília Meireles (RJ, 1901 - RJ, 1964)

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil;
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?


(Nota do Editor: Cecília Meireles é patrona da cadeira nº 08 da Academia de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal - ALB/DF, ocupada pela acadêmica Meireluce Fernandes da Silva)

MAL SECRETO

Por Raymundo Corrêa (São Luis, MA,1859- Paris, França, 1911)

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N´alma e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora,
Ver através a mascara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez, existe
Cuja ventura unica consiste,

Em parecer aos outros venturosa!