Por Cecília Meireles (RJ, 1901 - RJ, 1964)
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil;
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
(Nota do Editor: Cecília Meireles é patrona da cadeira nº 08 da Academia de Letras do Brasil, Seccional Distrito Federal - ALB/DF, ocupada pela acadêmica Meireluce Fernandes da Silva)
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