terça-feira, 3 de dezembro de 2013

PAIXÃO

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

a paixão devora olhos e corações
de épocas e sentidos com que
passamos horas e dias frios
para chegarmos a esse tempo
e encontrarmos o vazio
de não havermos encontrado
a pronúncia exata das palavras
na maneira certa de dizer
estamos aqui e a paixão
permanece em nossos olhos
embaçados em lágrimas
de reconhecimento
como naquelas horas
e como serão em futuros
tempos de mãos entrelaçadas

chegamos sem esquecer e sobrecarregamos
a memória e as lembranças com as imagens
nas músicas em altos sons
       e perguntas presas
    em gargantas curtas
   de desejos e secura

a nossa história recortada em quadros
passados lentamente entre as lentes
dos óculos que usamos e nos servimos
para enxergamos o que não vimos cedo

estávamos cegos em blindagens jovens
e tínhamos a certeza de que as incertezas
seriam dos caminhos as trilhas e as armadilhas
que não nos pegariam na passagem

essa paixão extravasa a hora
fôssemos pessoas espiando
o lado de fora de cada um
meros espantalhos em hastes
de empregos e desesperanças
de que tudo termine logo após
o instante em que os corpos
se desencontrem

somos mais que paixões ardentes
dos dentes cravados das serpentes

ávidos pelo fim da história.

CHÁ

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Bebo em goles apequenados.
Na boca o calor
                  da água perfumada.

                  O gole prolonga
                  a indefinição do instante

         no perfume retirado
         do gosto amargo

         em gesto de regresso.

BRINCANDO AO SOL

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Domingo. Tarde de Verão. Anos sessenta.

Na ampla varanda, virada para a cidadela, a menina de pele morena, brinca.
Descalça, perna descoberta, num leve cicio, tagarela baixinho com o boneco Bonifácio
Ao redor, espalhado no chão de marmorite, há fragmentos de antigos brinquedos, roupinhas de variegadas cores, e folhas de papel de jornal, que lhe servem de tapete.
A luz quente do sol da tarde, patina-lhe a pele bronzeada, cor de centeio, e arranca brilhos e rebrilhos doirados, dos delicados e macios cabelos castanhos.
Seus olhos escuros, lampejam de contentamento. Balançam, dançam, sem cessar: ora se cravam no desengonçado boneco; ora se fixam, enternecidos e ridentes, nos meus.
Paira no tépido ar, doce perfume rescendente, que vem da cozinha. É a mana, que tem a massa do bolo da merenda, no forno.
Ao longe, muito ao longe, andorinhas acrobáticas riscam arabescos no céu azul - ferrete; e passarinho, todo cinza, de peito manchado de amarelo, que descansa na arvorezinha do quintal, canta, a espaços, chilreios tão harmoniosos, que dir-se-ia que são para alegrar este quadro de sublime beleza.
Recostado no largo varandim de ferro, olho inebriado, em fascínio e amor, a menina de pele morena.
Seus olhos meigos riem-se e saltam de alegria, e dos delicados lábios vermelhos, vermelhos como cerejas, soltam-se inteligíveis palavras, tão suaves, num murmúrio tão doce, que mal quebram o silêncio desta serena tarde de domingo.
Se tivesse poder, poder mágico, a visão encantadora, permaneceria para sempre, parada no tempo.
Mas a amorosa aguarela, de tons quentes, cheia de sol e poesia, não passa, infelizmente, de saudosa recordação

***
Debruçado no parapeito da janela de meu quarto, sentindo a luz reconfortante do sol de Inverno, bafejar - me o rosto, recordo o passado, que se esfuma, deixando na memória, pálidas lembranças de felizes momentos.
Esse quadro, ocorrido num passado longínquo, vive dentro de mim: vejo, nitidamente vejo, de alma enlevada: a menina, na flor da infância, na idade da inocência, brincando descuidadamente, na sacada de sua casa.
Esta luz clara que acaricia-me a face; este sol refulgente e acolhedor, é o mesmo que iluminou o quadro amoroso, o momento sublime, que vivi: de menina, na flor da idade, brincando ao sol, na sacada de sua casa.
No crepúsculo da vida, na quietude do quarto, em época natalícia, recordo, a menina que brincava ao sol, numa tarde de domingo.
Menina que esperava-me no portão de sua casa, e corria, enlaçando os frágeis bracitos, ao redor de meu pescoço.
Onde estarão, agora, os lábios rubros, que se franziam em botão, para cobrirem-me de carinhosos beijos insalivados?
E as mãos macias, cor de areia, minúsculas e aveludadas, que se colavam às minhas, para correrem casas de sua casa?
E a menina, que brincava, inundada de sol, numa tarde de domingo, na varanda de sua casa?
Decerto á casada. Cercada de filhos. Uma santa e sisuda mamã.
A tez, já não deve ser macia, como pétalas de rosas, nem, os lábios rubros como cerejas, nem, os cabelos se doiram ao receberem luminoso raio de sol.
Mas no carpo disforme - pelos anos e maternidade, - vive, dormindo e sonhando, a menina de outrora, que brincava na sacada encharcada de sol.
Ao envelhecer, rodeada de netinhos travessos, há-de, por certo, recordar com saudade, esse e outras cenas da infância feliz.
Compreenderá, então – se ler este recordo, – meu doce recordar.

Aguça, o rodar dos anos, as lembranças, e deixam-nos sensíveis ao tempo que já não é…ao passado que passou.

O BARBANTE QUE NOS UNE A DEUS

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Em pleno Inverno, em serena manhã, de cerrado nevoeiro, guri, de tez bronzeada, boca larga, olhos negros como azeviche, caminhava, descalço ao longo do extenso areal. Preso à mão direita havia fino e sólido barbante de nylon, quase transparente.
Corria, vindo do Sul, leve e fresca brisa, tão suave, tão delicada, que mal lhe acariciava o jovem rosto moreno.
A espaços, o garotinho, puxava o fio, sacudindo, energicamente, a mão, imprimindo rápidos e fortes puxões, ao barbante, que vibrava, distendendo-se.
Pacatamente, sentado em banquinho de madeira, coberto a esmalte azul celeste, homem, esquelético, seco, entrado em anos, passeava a vista: ora para a cano de pesca, ora para o gurizinho.
Indiferente ao incisivo olhar do pescador, o petiz soltava sonoras risadas, que sumiam-se na densa serração, diluindo-se no sussurrante som embalador do oceano.
Atónito, surpreso com o que observava, interroga-o, intrigado:
-O que está você a fazer?! Puxando o que não se vê?!
O rapazinho, volta-se para o pescador. Fica, por momentos, pensativo. Depois, entortando ligeiramente a cabeça, diz:
- É certo que não se vê, mas eu sei que escondido no nevoeiro, está a estrela, que responde, com leve puxão, ao meu comando. - Respondeu espevitadamente a criança.
Esta curiosa história, contada por Billy Grahm, ilustra, perfeitamente a relação que o cristão deve ter para com Deus.
Como a pipa (papagaio) do caboclo, também não descortinamos o Senhor…mas sentimo-Lo, do mesmo jeito, como o gury sentia a estrela.
Ao longo das vicissitudes da vida, quem for crente - os agnósticos só têm acasos, - sente-se, muitas vezes, a Mão protetora de Deus.
Quantos problemas insolúveis, não se resolveram, a contento, por intervenção do Poderoso?
Deus conhece as nossas necessidades, antes de Lhe pedirem auxilio.
Ele sempre entrega o fio de Ariadna, para conseguirmos sair do tenebroso labirinto em que insensatamente nos metem.
O “fio” que nos une a Deus, chama-se: oração.

Como o rapazinho, que se divertia brincando com o papagaio, numa manhã de intenso nevoeiro, também nós, sabemos, mesmo sem O ver, que lá longe, em parte incerta, no Céu sem fim, está Aquele que tudo pode e tudo sabe, pronto a dar-nos o “fio” que une a nossa consciência a Ele.

AMIGO DE VERDADE

Por Paccelli José Maracci Zahler

Está sempre do teu lado
No mais difíceis momentos
Divide o fardo pesado
Alivia teus sofrimentos
Alegrias também divide
Ao longo da caminhada
Quando parte, deixa saudade
Ao rumar por outra estrada

DESENCONTRO

Por Paccelli José Maracci Zahler

Tua presença aquece minha alma
Como os primeiros raios de sol,
Após longa noite de inverno.

Meu coração bate diferente
E volta a ser adolescente
Como se o tempo pudesse voltar.

Em minha mente, fervilham versos
Que descrevem meus sentimentos,
Que só podem ser compartilhados
Quando nossos caminhos se encontram.

Nossos caminhos são outros,
O suficiente pra deixar saudade
Num longo e terno abraço.

Porém, são breves encontros
E uma lágrima discreta
Guardada com propriedade.

O BOM CORRUPTO

Por Paccelli José Maracci Zahler

O bom corrupto
Num gesto abrupto
Apropria-se da verba alheia,
Do erário público,
Da pensão das viúvas
E dos aposentados,
Mantendo-se elegante,
Um verdadeiro dândi,
Com o mesmo ar impoluto
Do homem probo e respeitado.

DÚVIDAS

Por Paccelli José Maracci Zahler

Espinhos
Que abalam o espírito,
Desestruturam a alma,
Balançam o coração
Em hora imprópria.

Terrível situação
No momento da decisão!

sábado, 2 de novembro de 2013

ALINA Y YO...ENTRE LAS OLAS

Por Chantal Cardoso Herrera (La Habana, Cuba)

Cuentan que hace muchos años existía en el planeta Tierra, un pequeño poblado llamado Luz, el cual poseía un limpio y caudaloso río. Pero lo que muy pocas personas sabían, es que este contaba con una gran historia que pasó de generación en generación y que después, fue esa leyenda la que ayudó a construir un mundo nuevo, un lugar donde el trabajo de todos llevó a la prosperidad del ser humano, al regalo, cada día, de esa semillita de amor, que es nuestro planeta.

Dicen nuestros bisabuelos que todo comenzó, cuando Alina, la sirena más bella y sensible que se desplazaba por las aguas diáfanas y cristalinas de ese río, cantó por primera vez, y entonaba con emoción el siguiente estribillo:
Vamos todos a cantar
Para que en el mundo haya amor
Juntemos nuestras manos
Por un planeta mejor.

Nadando, nadando, nadando
Voy por el agua brillando
Cuidemos este recurso
Por el bien de los seres humanos.

Esta melodía era tan hermosa que las mujeres lloraban, su voz se convertía en rocío que endulzaba el aire, las gaviotas, los pelícanos y todos los animales la creían su diosa, porque ella cantaba por el amor a la naturaleza, a nuestras aguas, ella alzaba su voz siempre pensando en el bienestar de los hombres y mujeres de un mañana. No había momento más mágico y especial que cuando se sentaba en la enorme roca del río y comenzaba a contarnos las maravillas que nos rodeaban, que son las más sencillas, pero las más preciadas a la vez, las que no se pueden ver con los ojos, sino con el corazón. Era tanto el sentimiento que sembraba, que pudo crear un pequeño pueblo tan solo con desearlo, un lugar donde nunca faltara la armonía y la unión.

En el diminuto poblado el fruto del trabajo era repartido en partes iguales. Poseía veinte casitas de tejados rojos y ventanas azules, por las que siempre entraba el canto del gallo por las mañanas. Nunca podían faltar las risas de los niños en el parque y las abuelitas recordando cuando eran jóvenes y hacían travesuras. Las mujeres se dedicaban a tejer, bordar o zurcir abrigos, medias, camisas y otras prendas para los hombres del pueblo, los cuales se dedicaban a extraer de algunas plantas, sustancias medicinales para la pequeña farmacia, o fibras de uso textil. El trabajo de unos dependía de los otros, eran una gran familia. Pero dicen que el lugar más hermoso de ese pedacito de tierra era el elegante río, donde se desplazaba Alina, pues ese lugar, cuando el cielo se teñía de negro, era invadido por una dulce y leve voz, que cultivaba a todos, una radiante rosa de amor y sobre todo, esta canción los mantenía unidos y preparados para seguir conquistando el futuro.

Cuando se ponía el ocaso, el cielo se llenaba de matices, mientras el Sol decía adiós y mientras se iba ocultando detrás del horizonte, los últimos destellos de luz iban desapareciendo, para darle paso a la pálida Luna, que parecía un faro vestido de batas negras moteadas de estrellas. Así eran las tardes en el poblado Luz que ocupaba un poco de mundo. Todo a nuestro alrededor desbordaba de alegría, las metas trazadas se cumplían a pesar de las vicisitudes, porque en la unión está la fuerza.

Un tormentoso día, la suerte y la felicidad se esfumaron, pues corrientes marinas arrastraron a la sirena hacia mar abierto, en el cual se quedó totalmente perdida y aislada de su hogar. Después de tal desgracia pasaron meses incesables de búsqueda, la ansiedad se reflejaba en los rostros de los pobladores y la preocupación se hacía visible cada vez más. Fue inútil, ya todos habían perdido la esperanza y el silencio reinó durante innumerables días.

Pasaron años y años y, el que era un pequeño pueblo fue creciendo y se industrializó, se crearon enormes empresas, a las que se les incorporaron diversas tecnologías, que hacían más rápida y eficiente la productividad. Ya no era un pedazo de mundo, el número de habitantes creció, ya no eran esos niños, ni esos abuelos, ni esas mujeres, todo pasó de generación en generación, pero nadie recordaba el sonoro canto de Alina. Alina desapareció….

Pero con el desarrollo, vinieron también los problemas, pues las grandes industrias derramaban desechos tóxicos al mar, los que contaminaba las blancas aguas, tornándolas oscuras y acabando con los animales marinos que allí habitaban, los cuales servían de alimento al hombre. Se iban destruyendo a ellos mismos, pues el agua es un líquido indispensable para realizar las labores de la casa, vía de comunicación y medio de transporte. La que mantiene hermosos y brillantes los cultivos, una de las riquezas más preciadas que tiene el hombre. Agua es vida, y el desperdicio y contaminación de ésta, es la desgracia del planeta.

Con la acumulación de residuos, vino el cambio climático, que cada día nos quita un poco de mundo, que es el efecto de la negligencia y el descuido. Esto se empezó a notar cuando un día la lluvia, que parecía fuego, nunca antes vista, quemó decenas de árboles de caoba y robles, los suelos quedaron empobrecidos, a lo que llamaron después la desertificación. Nadie sabía porque ocurrían todas estas catástrofes, no tenían conciencia de que ellos eran los principales causantes. Hasta que se les ocurrió pensar que todo esto sucedía porque la bella sirena perdida nunca más apareció llamando a la fuerza y la unión. No iban a perder lo que tanto les costó forjar, así que pensaron en una idea, para que Alina volviera a invadir los corazones con su bello cantar.

Comenzaron a llevar a cabo un programa de descontaminación de las aguas, algunos buzos se lanzaron al mar con cestos de basuras, fabricados con materia prima, para recoger los desperdicios. Los niños junto con los guardabosques, empezaron a sembrar árboles que contenían en sí el deseo de un mañana mejor, donde el trabajo de todos llevó a la prosperidad del ser humano. Se sacrificaron, pero valió la pena, porque no hay cosa más hermosa que ver al Sol brillando sobre un planeta limpio y saludable, y juntos lo logramos. Pero que sorpresa, ¿qué es lo que se ve allí en el horizonte? Es Alina…… que con su precioso aleteo y su canto,  le da vida a la flor más marchita.

-Regresó, dijo un viejo, desde la orilla de la playa cuando las luces de la ciudad se iban apagando, porque sintió latir nuestros corazones.

Me acerqué a la arena y pude oír su divino cantar, mientras me quedaba dormida, con Alina, entre las olas………..





LA VIDA DENTRO DE UNA LAGRIMA

La vida surge de una lágrima y renace de una sonrisa,

Chantal Cardoso Herrera (La Habana, Cuba, Octubre/2013)

Nuestra historia comienza hace siglos, cuando no existía la Tierra y solo había vida en un pequeño pueblo en medio de la nada. Las personas que allí habitaban se respetaban y admiraban mucho y sobre todo valoraban con agradecimiento lo que la naturaleza había puesto en sus manos, tierras para plantar con dedicación y abnegación, hortalizas, viandas, café, todo el suministro necesario para alimentar a los pobladores, lo que dios les había regalado, la oportunidad de vivir.

 Sin embargo siempre existió la magia, la que llena los corazones de matices y sacan las sonrisas ocultas en los rostros tristes, y en este caso se encontraba  una pequeña niña de cabello del color del océano, ojos del resplandor del cielo, sonriente, alegre, disfrutando el suave y delicado aroma de cada rosa, de cada azucena, de cada amapola, que encontrara en el largo rumbo de su armónica vida, parecía un rayo de Sol, que entraba por las persianas y la luz de la Luna que se reflejaba en el lago, esa era Dulce mar.

Dulce mar se paseaba por los campos de maíz y dejaba que el viento le endulzara el rostro, ella le daba luz al bello lugar que cada día florecía. Pero una mañana el cielo se tornó oscuro y un gran tornado arrasó con el poblado, fue acabando con la felicidad, que iluminaba los rincones. La pobre niña de ojos azules intentó resguardarse del fenómeno, pero la suerte no la acompañó y sus cristalinas aguas corrieron por los campos y ella se convirtió en flor, en todas las flores,  que más tarde reinaron la Tierra.

Pasaron los años y nadie recordaba a Dulce mar que se encontraba en cada flor que volaba por los aires, pero ya no podía proteger con el amor interior que reinaba en su joven corazón, al mundo y todo se debía a que el llanto no le permitía ayudar, la obra más hermosa. La causa del sollozo de la joven era porque en  el planeta empezaron a abundar las sequías, debido al cambio climático, por la acumulación de desechos tóxicos, que producen gases como el dióxido de carbono, que trae como consecuencia el efecto invernadero y el calentamiento global.

 Los hombres comenzaron a talar los árboles indiscriminadamente, dañando el medio ambiente, que hacía llorar sin consuelo, a la lastimada flor de pétalos perfumados por el viento. Tanta negligencia existió que arrojaban a los verdes bosques, desechos tóxicos, a esos árboles,  que son tan importantes, pues nos brindan oxígeno indispensable para vivir, sirven de refugio, de protección y alimento a muchísimos animales, y sus raíces se entierran y ayudan a evitar la erosión,

 El agua comenzó a escasear y debíamos ahorrar el agua que teníamos. La situación se hacía más compleja, así que necesitábamos tomar una decisión inmediata, la naturaleza nos llamaba, Dulce mar se marchitaba. Comenzaron a tomar medidas que fueran una forma de aprovechar racionalmente los recursos, un ejemplo fue la instalación del riego por aspersión, que garantiza un mejor uso del agua, se ahorra en un 70 por ciento menos que si se utilizara el riego por aniego. También influye en la disminución de los volúmenes de agua que antes recibía el manto freático, que presenta grandes cantidades de sales. Así contribuimos a forjar un mundo mejor, donde Dulce mar viva en una flor.

Cuentan los que lo vieron que después todo cambió, los bosque se llenaron de frondosos árboles, por los que siempre entraba un rayito de sol, las sequías cesaron y Dulce mar salió de las flores y se convirtió en niña que salta y juega por el mundo. Todavía falta mucho por hacer, pero de algo estamos seguros la vida renació de una sonrisa, la sonrisa de Dulce mar.


JANELA ABERTA

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

A janela aberta
permite o frio
e o inseto: o calor
                  e o inseto

                    o dia
                     e o inseto
          
a noite
na estrela
derradeira

              a janela aberta
              traz o som da rua
            
                      o silêncio
                      e a diferença da rua
                      concretada em prédio:

                            a janela
                            se repele

                            em paisagem.

FACA

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Na amurada
a faca
espera
a mão.

O corpo
estende o sentido
ao espaço

            e a faca
            queda
            imóvel

            sobre o piso.

SERES

Por Pedro Du Bois (Itapema, SC)

Com o irmão troca palavras
senhas e sinais
criptografados em tempos idos

o irmão surpreendido
o irmão surpreso: o surto psicótico
                             no reconhecimento

o irmão vem de longe em visita
trazendo o passado entrevisto.

         Na mala repousa o cisco
         no olho do dia da partida.

Quebra o segredo

e deságua em abraços.

D. DUARTE E A BÍBLIA

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Não há, no mundo Ocidental, família que não possua, pelo menos, um exemplar da Bíblia, mesmo as que se declaram agnósticas.
A divulgação do Livro, mormente o Novo Testamento, foi de tal forma feita, que praticamente não existe quem não conheça passagens do Evangelho.
Bem sei, que a maioria das Bíblias, encontram-se guardadas nas estantes, já que a leitura Desta, ainda é rara entre católicos, apesar das recomendações constantes da Igreja, para que seja diária.
Mas, na Idade Média, não foi assim. A Bíblia era para uso exclusivo de mosteiros e palácios. Os crentes tinham conhecimento Dela, pelos sermões e homilias.
A descoberta da imprensa, facilitou a difusão.
Mesmo assim, parte da literatura medieval sofreu influência do Livro.
Na “ Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela”, D. Duarte cita passagens do Evangelho, assim como no “Leal Conselheiro”.
Não admira, já que o rei possuía, na biblioteca, excertos do “Evangelho “, e seu pai, El-Rei D. João, chegou a traduzir “ Salmos” para a linguagem de então.
D. Duarte era, para a época, rei de elevada cultura. Fundou a primeira biblioteca real, no paço, e escreveu várias e curiosos livros. No seu reinado foi nomeado Cronista -Mor, Fernão Lopes.
Sabe-se que nessa livraria havia vários livros da Bíblia, entre eles:” Actos Apóstolos “, o “Livro dos Salmos” e “ Géneses”, todos em latim.
Há dúvidas se existia, no paço, exemplar da Bíblia completa; é de crer que não, mas que D. Duarte conhecia excertos, não há duvida, pois chega a citá-los no “ O Leal Conselheiro”.
Recomendava D. Duarte que não se devia ler muito de uma acentada, para se poder compreender e meditar melhor, e não enfartar a mente.
Recomendava a leitura do Evangelho, e esclarecia que há passagens obscuras, que nem os entendidos podem explicar, sem receio de errarem; mas, diz o rei, que se não percebermos, um versículo, passemos a outro.
Assevera D. Duarte que sempre aprendemos com a leitura do Evangelho, e se O conhecermos bem, podemos esclarecer os que não podem ou não tiveram oportunidade de O lerem.
Devido à Bíblia, a língua portuguesa está impregnada de hebraísmos e expressões desse povo.
Na opinião do rei, a leitura do Evangelho não é perda de tempo, muito pelo contrário.
Infelizmente, apesar de estarmos a séculos da Idade Média, ainda há muitos crentes que adquirem a Bíblia para engalanarem a estante.
Certa ocasião fui visitar senhora de elevada cultura. Sabendo que era católico, quis deslumbrar-me, mostrando uma Bíblia ilustrada de Doré, ricamente encadernada a couro e de vistosas folhas doiradas.
Ao entregar-ma, declarou eufórica: - “ Agora meu marido já tem uma Bíblia à sua Altura!”
Essa mulher apreciava os livros, como muitos avaliam os homens: pelas vestes e aspecto exterior.
Pensava a boa senhora, que o marido ficava mais ilustre por possuir luxuosa Bíblia.

Esses livros, de elevado custo, em regra, não são para serem lidos, apenas servem para deslumbrar as visitas.

BOM GOSTO É SINÔNIMO DE RIQUEZA?

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Quando meus avós paternos faleceram, meu pai tinha oito anos. Foi nomeado Conselho de Família, e coube à avó materna a missão de tutora.
Como órfão indefeso, parte do modesto património, foi lapidado, não pela tutora, que era uma santa mulher, mas por alguns membros do Conselho de Família, que aproveitaram sua ingenuidade.
Mas isso, são, como se usa dizer, águas passadas.
Do pequeno património que meu pai recebeu, havia velha casa de alforge, do século XlX, de ar sisudo e solene, cujas largas e grossas tábuas do soalho, encontravam-se luradas de caruncho, e com fundos sulcos de esfregas, a carqueja e piaçaba.
Após o casamento, estabelecida a vida, meu pai iniciou o embelezamento do velhíssimo prédio.
O dinheiro era escasso; não permitia obras profundas.
Os gastos soalhos, foram cobertos a viochene, e receberam generosa camada de cera. Nas partes degradadas, pequenos tapetes taparam as mazelas.
As paredes de estuque, enegrecido pelo fumo de candeeiros a petróleo, foram forradas a papel. As salas nobres, a tons escuros; os quartos, a cores alegres.
As grosseiras portas de castanho, levaram esmalte branco, que tapou indesejadas imperfeições; e as inestéticas almofadas, das mesmas, substituídas por vidraças, alegradas a papel vitral.
Os velhos móveis foram cuidadosamente encerados e colocados harmoniosamente. As paredes guarnecidas de aguarelas e óleos, quase todos da sua autoria, já que cursara Belas-Artes. Completava a decoração, pratos de faiança e estatuetas oferecidas por artistas, que meu pai, como jornalista, ajudou a divulgar-lhes a obra.
Terminado o modesto arranjo, passou de simples trabalhador a abastado proprietário.
Os que o visitavam, gabavam-lhe a bela casa e saiam convencidíssimos que recebera herança ou lhe saíra a lotaria.
Até familiares, que conheciam seus proventos, estranhavam tanto “luxo”, e murmuravam, ente si, que estava rico, para ter casa assim.
Engraçado, se tem graça, é que empresários de sucesso e gestores abastados, comparando suas moradias, despidas de carpetes, de paredes nuas e móveis maltratados, invejavam-lhe o gosto; interrogando-se de onde provinha tais rendimentos.
Daqui se conclui, que ter bom gosto e lar cuidado, para muitos, é sinónimo de abundância e dinheiro.
Esse conceito, tão entranhado está, mormente em quem nunca viveu em ambientes de bom gosto, que torna-se difícil mudarem de opinião.

Para eles, casa cuidada é sinónimo de riqueza.

REFLEXÕES PARA O DIA DE FIEIS DEFUNTOS

Por Humberto Pinho da Silva (Vila Nova de Gaia, Portugal)

Despreocupadamente, vagueio ao longo de estreito carreirito de terra pardacenta, entalado entre campas rasas, no cemitério local.
Diante de mim, ladeando o caminho, há jazigos, de mármores brancos, bem cuidados, alegrados de frescas flores, que adoçam enjoativamente o leve ar doirado da manhã; e outros, desventrados, enegrecidos, de densa poeira, de pedras e cruzes quebradas.
Em todos ou quase todos, tristes palavras de saudade eterna.
Agora reparo numa singela capelinha, toda branca, toda resplandecente, faiscando à macia luminosidade da manhã coberta de sol. Nela, lê-se, inscrito a negro a palavra - “Ninguém”…
Ninguém?! Sim, ninguém! Para quê mencionar nomes!? Já não existem!; e muitos morreram, também, no coração de amigos e familiares.
Com eles, pareceram, igualmente: os da sua geração, os objetos que usaram, e, quantas vezes, a casa onde nasceram e viveram.
Tudo desapareceu. Tudo mergulhou no pó do esquecimento. Existiram, mas é como nunca existissem.
Piso a terra sagrada, respeitosamente; há nela gerações desaparecidas, metamorfoseadas, transmudadas em seiva, que corre nas verdes folhas dos velhos ciprestes do cemitério.
Sob a terra que calco, apodrece quem: riu, sonhou, sofreu e chorou. Os que receberam acotoveladas e ingratidões. Os que amaram e odiaram com ardor. Todos irmanados, todos reduzidos a pó. Como se nunca tivessem nascido e vivido.
Pensativo, melancólico, taciturno, meditando na vida e na morte, nas vaidades e orgulhos, na cobiça e na inveja, regresso tristemente a casa.
Por desfastio, folheio volume encadernado a percalina preta, com filetes a prata, do ano de 1913, da “Ilustração Portuguesa”.
Diante de meus olhos míopes, passam, a preto e branco, imagens de: artistas, jornalistas, escritores, empresários, professores, políticos de sucesso. Figuras iminentes, incontornáveis, inesquecíveis; mas, para mim, homem do século vinte e um, ilustres desconhecidos, que as enciclopédias esqueceram-se de registar.
Compara-se a morte a uma porta; à passagem de um rio; ao sono reparador; à feia lagarta, que se torna na bela borboleta. Para mim, a morte, é o segundo nascimento:
Sai a criança das trevas para a luz; morre o homem da ignorância para a Verdade. E sempre, nos nascimentos, há: choro e dor.
Brevemente os crentes, irão visitar seus mortos. Bonita e significativa tradição.
Costume, pelo facto de o ser, perdeu significado. Felizmente, a maioria, ainda conserva respeito, lembrando-se, que em breve - anos ou décadas, - serão pó, serão nada: sejam sábios ou iletrados, ricos ou pobres.

Tudo passa. Tudo desaparece. Tudo se extingue. Tudo se torna terra e poeira; em poalha; em polvilho de nada.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

PERFIL: MANOEL IANZER

 
Posted by Picasa

Por Paccelli José Maracci Zahler

Manoel Francisco Madeira Ianzer, administrador de empresas, microempresário e poeta, natural de Bagé, RS.

RCC. O senhor estudou no Grupo Escolar Silveira Martins. Quais são as melhores recordações de sua passagem por lá?

Ianzer: Estudei de 1958 a 1961. A mais marcante foi no primeiro ano, minha professora Lígia foi a melhor de todas. Muito educada, carinhosa e sensível com os seus alunos.

RCC. Naquela época, já pensava em dedicar-se à Literatura?

Ianzer: Não. Só pensava estudar e jogar futebol por brincadeira.

RCC. Quando o senhor ingressou no Colégio Estadual Dr. Carlos Kluwe?

Ianzer: Em 1965 e fiquei até 1967 (3ª série ginasial).

RCC. Naquele período, o senhor já trabalhava no Banco da Província do Rio Grande do Sul?

Ianzer:  Entrei no Banco em 1968 e fiquei até 1969, quando viajei para São Paulo.

RCC. Como foi prestar o serviço militar em 1967, no auge do regime militar no Brasil?

Ianzer: Foi bem tranquilo em Bagé. Ficamos de prontidão no quartel no dia que o Presidente Castelo Branco passou o cargo para o General Costa e Silva.

RCC. O senhor serviu no tradicional 12º Regimento de Cavalaria?

Ianzer: Prestei o serviço militar na 3ª Cia Média de Manutenção, ao lado do Rec Mec. Depois foi transferida para São Gabriel.

RCC. Nas décadas de 1960 e 1970, Bagé ficava localizada em uma área de segurança nacional, onde manifestações políticas não eram bem vistas. O senhor, como militar, chegou a participar de alguma operação preventiva ou de repressão como, por exemplo, a ocupação da redação do Jornal Correio do Sul?

Ianzer: Não, em nenhum momento participei ou fui envolvido em operações de ocupação ou repressão.

RCC. Por quanto tempo o senhor serviu como militar?

Ianzer: Durante 11 meses.

RCC. A sua transferência para Porto Alegre, RS, deu-se em função do serviço militar?

Ianzer: Não, já tinha dado baixa. Não tive interesse em seguir a carreira militar.

RCC. Em que escola de Porto Alegre o senhor concluiu o curso ginasial?

Ianzer: Na Escola Padre Rambo, no bairro Partenon.

RCC. O senhor radicou-se em São Paulo incentivado por sua irmã, Maria Ondina?

Ianzer: Morei uns meses em S.Paulo (1970), quando encontrei a Luzinete e começamos o namoro. Depois fomos para Porto Alegre. Ela não se adaptou ao frio do sul, resolvemos casar e voltar para a capital paulista. Nessa época minha irmã já estava aqui, isso também ajudou.

RCC. Em São Paulo, durante o colegial e a faculdade de Administração de Empresas, o senhor, já trabalhava na Calispa, órgão ligado à Bolsa de Valores de São Paulo?

Ianzer: Quando casei e vim para S.Paulo, parei de estudar. Retomei os estudos bem depois, quando trabalhava na Corretora Codesbra.

RCC. Foi a busca de novos desafios que o fez ingressar na Codesbra – Corretora do Bradesco?

Ianzer: Depois do auge de 1970/71 da Bolsa de Valores, as coisas se acalmaram um pouco e tudo no mercado se ajustou, principalmente salários mais altos foram cortados. 
Recebi o convite para trabalhar na Codesbra, Corretora do Banco Bradesco, do gerente Sr. Aldo Andreoni - que me apresentou para a diretoria da corretora (Sr. Amaral, Sr. Paulo Carneiro e Sr. Alcides Lopes Tápias - este foi ministro do Presidente Fernando Henrique Cardoso). Foi enviada uma carta para a diretoria do Banco em Osasco (o presidente era o Sr. Amador Aguiar) e após 2 meses, foi aprovada a minha contratação para o cargo de chefia (eu estava com 25 anos). A minha contratação foi exceção, porque o Banco só admitia contínuo e escriturário, para fazer carreira na empresa. Voltei a estudar, terminei o Colegial e fiz Administração de Empresas na Faculdade São Judas Tadeu - 1985. Trabalhei 15 anos e cheguei ao cargo de Gerente administrativo.

RCC. Pelo seu histórico como bancário e corretor de valores, esperava-se que o senhor se tornasse empresário em uma área similar. Por que hidráulica?

Ianzer: O banco em situação difícil, devido o plano verão do Presidente Sarney em 1989, demitiu 30 gerentes. Com a minha demissão da corretora, fui convidado por um amigo para sociedade, algum tempo depois resolvi montar a minha empresa.

RCC. Voltando à Literatura, o senhor lançou seu primeiro livro de poesias “Galhos secos ou floridos, em 1980” mas, certamente, a sua atividade poética começou bem antes. A musa inspiradora foi sua esposa Luzinete?

Ianzer: Voltando aos anos 50/60, cantava com minha irmã e uma amiga no programa matinal da Rádio Cultura, aos domingos, com Adolfo Moraes no violão e Mary Terezinha com sua gaita. Era obrigado pelo meu pai, para ter direito de ir ao cinema - matinê. Como cantor, fui um fracasso! Então, ele exigiu que eu declamasse poesia gaúcha, me saindo bem nessa atividade. Paramos quando a Mary foi embora de Bagé com o Teixeirinha, em 1961.
Passei a gostar de poesia e após 1970, comecei a escrever. A Luzinete é minha musa inspiradora.

RCC. Fale-nos sobre sua participação na Feira do Livro de Bagé.

Ianzer: Participei das feiras de 2008 e 2011. Nos eventos ainda tive o auxilio e a presença constante de minha irmã Alaide Yanzer Médici. A participação nas Feiras foi muito importante, porque passei a ter contato com pessoas de excelente nível cultural, que com a afinidade e a troca de experiências valiosas, se tornaram amizades verdadeiras. Entre eles, a escritora e poetisa Sonia Alcalde (primeira amiga virtual), a escritora e poetisa Sarita Barros, o escritor Brandt Acosta, a artista plástico Rejane Karam Osório, o poeta e professor Diogo Correa,  a procuradora jurídica da Prefeitura de Bagé - Liane Silveira Fernandez Machado, ex-prefeito e escritor Luis Simão Kalil, a turma do Grupo Sonido del Alma Gaucha.  Além deles, conheci inúmeras pessoas, grandes de coração e de alma.

RCC. Recentemente, o senhor lançou o livro de poesias “Painel do tempo” em co-autoria com sua filha Danielle. Como foi essa experiência?

Ianzer: Começou com uma brincadeira entre pai e filha, pela internet. Mandei uma poesia e ela respondeu poeticamente.

RCC. O que nos chama a atenção é que sua filha Danielle é doutora em Ciências Biológicas. O senhor acredita que ela puxou ao talento poético do pai?

Ianzer: A Danielle tem muita sensibilidade e emoção, e pouco tempo para se dedicar a poesia.

RCC. Seu filho, Rogério, também aprecia e se dedica a arte poética?

Ianzer: O Rogério aprecia a poesia. Até o momento, não demonstrou interesse para se dedicar.

RCC. O senhor espera que suas netas, Luanna e Milena, também se tornem poetisas?

Ianzer: A Luanna sempre foi uma menina bem agitada. A Milena tem um perfil bem delicado e sensível. Mesmo assim, acredito que as duas irão trilhar outros caminhos.

RCC. Onde o senhor  promoveu o lançamento dos seus livros?

Ianzer: Na Bienal de São Paulo, 2008; na Feira do livro de Bagé, 2008; em São Lourenço da Mata, PE, 2009; na Bienal de São Paulo, 2010; no Zio Vito Restaurante, São Paulo, 2011; na Feira do livro de Bagé, 2011; na Livraria Nobel, Shopping Total, Porto Alegre, 2011; no Carmel Salão de Festas, Belo Horizonte, MG, 2012; na Bienal de São Paulo, 2012; no Chaves Bar, Galeria Chaves, Porto Alegre, 2012; no Santa Maria Bar Lanches, Cachoeira do Sul, 2012; e no Madre Maria Restaurante, Bagé, 2012.

RCC. Quais são seus próximos projetos literários?
Ianzer: Tenho um blog sobre a minha cidade - "Bagé além da fronteira" ( http://bagealemfronteira.blogspot.com.br ), que pretendo passar para um livro. Uma obra que contará os casos e momentos interessantes vividos na nossa cidade. Uma oportunidade para os mais jovens e estudantes ficarem por dentro de muitas histórias do povo que aqui nasceu e deixou um legado importante de fatos e cultura; e, também, um blog de poesias  http://manoelianzerpoesia.blogspot.com.br.
Aqui fica o meu agradecimento ao Paccelli Zahler, pela oportunidade de manifestar as minhas opiniões e contar um pouco da minha história na Revista Cerrado Cultural.
Para encerrar - "não estou aqui para fazer fama e nem decifrar enigmas, mas simplesmente para poetizar a ALMA."

A ALMA É LIVRE

Por Manoel Ianzer

a alma é livre
para sobrevoar através dos sonhos
os lugares mais distantes
de um mundo místico
             e enigmático

a alma é livre
para bailar ao som de uma harpa
acenar pelos cantos de uma trajetória
ou pelas curvas da atmosfera

a alma é livre
para ouvir uma simples sinfonia
sem qualquer repressão
dos meros terríveis mortais

a alma é livre
das algemas
de um alforriado de qualquer
                                    cor


(Do livro “Sem Ponto”)

PERDÃO MEU DEUS

Por Manoel Ianzer

Deus de caminhos
Deus de estradas
Deus de encontros
e eu não me encontro

Deus de pura luz
Deus de grandiosidade
Deus de generosidade
e eu não me regenero

Deus de paz
Deus de amor
Deus de tranquilidade
e eu na minha intranquilidade

Deus infinito
Deus líder
Deus afeto
e eu me sinto afetado

Deus poderoso
Deus sublime
Deus presente
e eu me considero ausente

Deus tudo
Deus completo
e eu repleto
de promessas para cumprir

Deus de tolerância
Deus de indulgência
e eu na minha intransigência
cheio de dívida para pagar


(Do livro "A internet tomou conta do planeta Terra...)

UMA FOTO ANTIGA

Por Manoel Ianzer

olhei aquela foto antiga
Escola Silveira Martins
eu tinha apenas 12 anos

um filme veio a minha cabeça

foto de escola
que não se esquece jamais
aquela pose com ar de gente grande
cheio de orgulho e juventude

minha primeira professora
tão carinhosa e meiga
uma verdadeira mestra
nobre em seus atos
foi como um raio de luz
aquele clarão de sabedoria
que alegrou meus dias
passou tão rápido
mas deixou sua marca
de inteligência e amor


(Do livro “Painel do Tempo”, Ed. Scortecci, 2011)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

SÃO TANTAS COISAS

Por Danielle Ianzer

É tão difícil pensar
são tantas coisas a aprender.

É tão difícil falar,
são tantas coisas a passar.

É tão difícil conseguir,
são tantas coisas a querer.

É tão difícil vencer,
são tantas coisas a lutar.

É tão difícil viver,
são tantas coisas a fazer.

Mas como fazer,
Se só consigo sentir?


(Do livro “Painel do Tempo”, Ed. Scortecci, 2011)