Revista literária virtual de divulgação de escritores, poetas e amantes das letras e artes. Editor: Paccelli José Maracci Zahler Todas as opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores. Aceitam-se colaborações. Contato: cerrado.cultural@gmail.com
domingo, 1 de dezembro de 2024
ABC DO PRECONCEITO
SOU ETERNA ENLUARADA
Por Nauza Luza Martins (Brasília, DF)
Sou
mulher de 60+ e ainda tenho a lua como cúmplice e companheira. Sou Enluarada.
Ai de mim, que sofro de amores perdidos por aí nas curvas do tempo. Não me
importa. Sei que meus lamentos românticos são como cada fio de luz da lua que
brilha em meu rosto à espreita na janela. Em qualquer lugar do mundo onde você
estiver podemos nos conectar em cada fase da lua.
Se
ainda busca o rastro das estrelas te convido a frequentar a lua em cada fase
dela. Nunca falha. A lua é constante. O calendário lunar é certo. Se liga,
venha banhar-se comigo no mar em dias de lua cheia. Verá a real cor dos meus
olhos. Minha essência, o melhor da minha
beleza de mulher dona de mim, apaixonada pela vida e por ti. Não me falte. Te
espero na próxima lua cheia em nossa praia favorita.
Quero
me abraçar a ti para me aquecer em nossos banhos de lua. Tocar teu corpo me dá
choque elétrico. Temo morrer de amor. Teu cheiro me embriaga, tua voz soa longe
me ressuscitando da experiência de quase morte por amor. O vento frio da noite
de lua nos leva ao aconchego do nosso ninho de amor. Você criou nosso cantinho
aconchegante. Lá somos um só. Os raios de lua irradiam nossas verdades contidas
em nosso olhar. Queimam nossa pele que só encontra lenitivo no corpo a corpo,
pele a pele, olhos nos olhos, boca faminta explorando os espaços de nossos
corpos propícios ao desenrolar do nosso desejo, aos perigos do nosso olhar
enluarado.
Nauza Luza Martins
Brasília, 19/08/24.
Sobre a autora:
SINFONIA INCENDIÁRIA
VERSOS DO NORDESTE
Por Henrique Lucas (Careiro, AM)
Peço licença com alegria ao nosso Pai Criador
Para descrever com humildade e sabedoria
Esta terra linda que a natureza consagrou
Batizando de Nordeste um sarau de poesias
A pátria Brasilis de bravos, da arte e do amor
Alagoas de Zumbi, o Palmares o sol da libertação
Vidas Secas de Graciliano, dos marechais do sertão
Em Maceió tem candomblé, fé, esperança e tradição
Rio Velho Chico, alimenta e sacia a sede da população
Bahia de Castro Alves e do nobre Jorge Amado
Terra de fé, dos tambores de um povo abençoado
Tem festas e praias o ano inteiro eita povo animado
Teu Pelourinho de cores coração de São Salvador
Estado do acarajé, és um romance-agreste de amor
Ceará meu coração, meu mar, meu torrão de Assaré
Da Jandaia, o berço de Iracema, de José de Alencar
Povo valente, cabra da peste, espaçosos e certezas
Canta na terra da poesia popular, o Cariri a Fortaleza
Maranhão de Gonçalves Dias “terra onde canta o sabiá”
Do Poema Sujo que gritava a liberdade de Ferreira Gullar,
Povo erudito e popular dos lençóis de areias e arroz de
cuxá
Sob a lua de palha folcloreia o boi-bumbá, cultura e raiz
Cidade de São Luís a ilha do amor da poesia deste povo
feliz
Paraíba de Augusto dos Anjos, terra leste tropical
Do Auto da Compadecida de Ariano Suassuna genial
Em tuas praias Manaíra e Tambaú dos verdes cacoais
Oh São Francisco, abençoe João Pessoa em seus faróis
Ao canto de tua natureza que dedilha tuas orquídeas e sóis
Pernambuco terra do sol de Cabral e Bandeira
Atlântico Marco Zero, linda Olinda brasileira
És um paraíso do nosso Deus Criador
Da cidade velha a Boa Viagem a gaivota a voar
Povo ordeiro de Recife no canto galo e frevo para amar
Piauí do delta Parnaíba, Frank Aguiar e Osmália Lira
Teus parques, arqueologia e pinturas históricas
Da Caatinga as mangueiras Terra de nossas memorias
Das palmeiras babaçu, marujada, reisado cultura que fascina
Das cascatas e praias banha-se a menina cajuína Teresina
Rio Grande do Norte
de Renata Mar a poesia de sal
Berçários de areias de prata que alimenta esta terra
O braço forte potiguar, na vela ao vento a surfar a bela
Natal
Duna que espelham os olhos mundo, pau-brasil e jatobá
És Natal a rainha do litoral, a esperança do farto pescar
Sergipe de Fausto Cardoso de um soneto de amor
De Atalaia a São Cristóvão antiga Capital
A fé em São Francisco e a alegria do povo do forró
Biguá, acauã e beija-flor enfeitam este estado azul
É para viver a natureza na beleza da metrópole Aracaju
Obrigado meu Deus, meu poeta maior e Criador
Permita-me mais um pedido deste poeta e pecador
Não deixe a seca castigar este povo trabalhador
O Nordeste é poesia, é raça é o DNA deste país
Viva o Nordeste Brasileiro, o cordel da vida feliz!
OCEANOS ATLANTIZANTES
Por Paulo Henrique Medrado (Vitória da Conquista, BA)
Dialogar
Logar em outra dimensão
Usar a conta para contar um conto, um desencontro, um
encontro de mentes...
Mentalizar, vasculhar e perscrutar sem ferir a mente
do outro,
Deixar um aviso: piso em solo sagrado e saio
eticamente.
E perceber que a realidade não mente e que o homo
sapiens traz algo de aprendiz de feiticeiro e quiçá, mudar a rota da energia
para outra matriz diligentemente,
Deixar o rio seguir seu curso, o corpo sentir seu
pulso e a natureza naturando seu frondoso percurso,
Sobre outros modos, moldes e modelos modeláveis com a
natureza e por ela, com ela e para ela reorientar o curso feito raiz...
Sentir o ar no pulmão
Sentir o sol na tez
Sentir o afeto na tempestade,
Diferenças, multiplicidades, singularidades nos
oceanos atlântizantes de águas que adoçam mesmo quando salgam...
Subvertendo o saber, o sabor aceito, vendo nascer
novas teorias sobre outros efeitos, consilientes, que promovam autocorreções
conscientes.
EL DÍA D
Por María Vilalta (San Lorenzo, Prov. de Santa Fé, Argentina)
Por la orilla de la sombra
recorre el cuerpo
sus temblorosos agujeros.
Por la calle vienen
palabras ajenas.
Y entonces
una palabra sencilla
desprevenida
sutura
con remiendos de luz
los huesitos.
Sobre a autora:
María Vilalta es profesora en Ciencias Económicas, post título en Lengua y Literatura (UNR); maestria en enseñanza del Latín y Cultura Clásica (Tech - Universidad Tecnológica); diplomada en Gerenciamiento Empresarial, título universitario otorgado por la UCA Córdoba y la sede de ciencias económicas UCA Rosario. Cursó el Segundo año aprobado en Licenciatura en Letras de la Universidad Nacional del Litoral, de la provincia de Santa Fe.
Tiene dieciocho libros publicados, entre los que se cuentan como últimas novelas,“Tánger en los ojos de Drissi” , “Con permiso de hablar”, “Te buscaré un amante”, “La línea de tu mano” y “Las dos patas del perro” (Premio Escriduende a la mejor novela negra 2018 otorgado por la Editorial Sial Pigmalión), también el cuento infantil “Medias Perdidas”. Post Título en literatura infantil de la UNR (Universidad Nacional de Rosario). Obtuvo 15 premios internacionales, y 56 nacionales. Ha sido traducida en el corriente año 2019, al árabe en Marruecos, donde su novela “Te buscaré un amante” se encuentra en todas las librerías del país.
Algunos de sus premios: Primer Premio de la SADE (Sociedad Argentina de Escritores) en Poesía 1993, Concurso Interprovincial, Chaco, Formosa, Misiones, Corrientes, Entre Ríos, Córdoba, Santiago del Estero, La Pampa, Santa Fe. Primer premio en poesía Concurso Internacional The Cove Rincón Internacional, Miami EEUU. Participó por selección de jurado en la muestra internacional de Poetas Iberoamericanos de la universidad St. Thomas University – Frederinton, New Brunswick. Canadá – Abril 2001 y en grabación en el programa radial “La voz y la palabra de poetas iberoamericanos contemporáneos” – Año 2001/2002/2003. Medalla de oro y Embajadora itinerante de La Casa del Poeta Peruano.
Participó en numerosos encuentros y
congresos nacionales e internacionales como ponente y dictado de talleres en
Paraguay, Perú, Puerto Rico, Ecuador, México, Uruguay, Colombia, Panamá,
Canadá, España. Francia. Marruecos, Túnez y
California, EEUU.
TATUAJES
Por Maria Vilalta (San Lorenzo, Prov. de Santa Fé, Argentina)
El
muchacho tenía un largo tatuaje en el cuello. La mujer esperaba su turno. El
uniforme de trabajo parecía darle una pátina de orgullo.
La
mujer cincuentona le preguntó ¿Qué es? Ese
cuello casi negro la había intrigado.
Una
máquina, dijo él. ¿No te da miedo? Insistió ella. La miró con algo de
desprecio.
Ella
avanzó para completar el trámite en Aguas del Estado y se olvidó del asunto.
Por la
noche no sabríamos si fue la pregunta ¿No te da miedo? O la casualidad que la
máquina se activó. Trituró todo el cabello del joven que amaneció pelado.
Sonambulismo, dijo él. Se preocupó recién a la segunda noche: vio un charco de sangre junto a la almohada y
media oreja arrancada.
Dicen
que no tuvo tiempo, escuchó la mujer cuando regresó a completar su trámite a
los cinco días.
¿Qué
pasó? ¿El muchacho del tatuaje?
¡Señora,
no pregunte! Tenemos suficiente con que haya caído aquí. Algo lo estaba
comiendo.
¡Ah!
¿Quiere
pasar de una vez?
No,
gracias volveré en otro momento. Puede que la máquina siga su camino.
¿Qué
máquina?
La
mujer no llegó a contestar, sintió la punzada en su dedo gordo. Después vino lo
de la sangre.
GAITINHA DE DUAS CONVERSAS
Por Severino Moreira (Bagé, RS)
Bueno. Se havia uma coisa que eu, sempre, tive
vontade, era de ser gaiteiro. Mas de que jeito?
Nascido e criado nas grotas de Santaninha da Boa Vista
e numa pobreza que até Deus tinha pena, como iria comprar uma gaita? Até que um
dia, mexendo nuns cacarecos, lá, na tapera da minha avó, eu achei uma gaitinha
de “duas conversas”. Tinha sido do meu tataravô, ficado para meu avô e, por
fim, para meu tio Arancíbio. Achei e me adonei da gaitinha.
Gente de Deus! Me atraquei a treinar na tal gaita e,
numa semana, já fazia uns floreios e, em poucos meses, já tocava um lote de
marca. Até o xote laranjeira, eu já floreava!
Foi aí que me achei tocador. Então, convidei o Chico
Fumaça, primo do João Forquilha, que arranhava mais ou menos um violão de
cravelha, encilhamos os pingos e se “larguemo” no rumo de um bolicho, pra “mó”
de mostrar que era gaiteiro e cantador.
Chegamos no bolicho! Eu, de gaita atada nos tentos; o
Chico, com violão a meia espalda. Apeamos, palanqueamos os pingos e entramos
arrastando esporas no piso de chão batido, já metendo gaita e violão e cantando
uma milonga do “Gildo”.
De chegada, pedi dois lisos de canha, para calibrar a
goela e “se abancamos” num canto. Eu, metendo gaita; e o parceiro, que não se
fazia de rogado, seguiu dedilhando o pinho.
Por aí, as horas escorreram no tic-tac do despertador
velho, que ficava num canto do balcão. A peonada de lotezitos atracada num
carteio; uns, no truco; outros, no solo e, mais uns, na escova. Do lado de
fora, uma cancha de bocha e mais uns “çoco” jogando osso...
E nós meta gaita e violão. Apareceu um borracho para
batucar num couro seco e dê-lhe canha.
Bateu a sede. Pedi mais uma canha. Veio a fome. Pedi
uma tripa de salame, meio quilo de gajeta e uma rapadura empalhada e, por aí,
se foi a tarde; e adentrou a noite.
Foi quando me dei conta que o bolicho já estava quase
vazio e, se não apurasse o tranco, não pegava pouso na pensão da Filoca. Então,
resolvi pedir ao bolicheiro a soma do que havia consumido. “Um gaiteiro
iniciante até paga para tocar!’
--Bueno! –
disse o bolicheiro – são quatro lisos de canha, um quilo de salame, meio quilo
de bolacha, duas rapaduras e cinco pintos.
--Epa, seu! Mas os pintos, eu não comi! – respondi ao
bolicheiro.
O bolicheiro, com toda a paciência do mundo, explicou:
--Não, seu! Os
pintos, o senhor não comeu! Mas é o seguinte, sabe como é... Os bichinhos com
fome, os farelinhos de bolacha caindo no chão; e o senhor batendo com a sola da
bota para marcar o compasso da gaitinha... E apontou para baixo da cadeira.
Quando olhei, devia ter sete ou oito pintinhos
esmagados embaixo da cadeira... Então, resolvi pagar logo, e me fazer de
“sonso”, antes que o “home” inventasse de contar direito.
(Membro do Movimento dos Escritores Bageenses - MEB)
BRASIL DE MIL FACES
Por Luiza Oliveira (Bagé, RS)
Nos braços vastos deste chão gigante,
cada estado é um mundo a revelar.
De norte a sul, em canto triunfante,
culturas mil vêm juntas celebrar.
No Amazonas, a dança do folclore;
no Pará, o Círio une multidões;
no Ceará, a poesia nunca morre;
na Bahia, axé move corações.
No Sul, a gaita canta a tradição;
em Goiás, as modas tocam a alma;
no Centro, o Pantanal é oração.
Cada estado é um verso que se espalma
do Acre à Paraíba; em comunhão,
faz do Brasil um hino que nos acalma.
(Membro do Movimento dos Escritores Bageenses - MEB, Bagé, RS)
PALAVRAS NAS DÚVIDAS
Por N’Dom Calumbombo (Luanda, Angola)
Às vezes, escrevo cansado em apuro, me aprumo com o tempo resguardado nas minhas noites sem brio. Traço ponto no silêncio, e os linhos que sobre a ranhura traz muitas vezes, aqui que teares cozem minha mente de estar partido. Parto-me em grão, como uma criança entre as pernas da mulher da ki'anda que tem a dor da manhã nas suas costas com o grau de bico em alta temperatura. Zungar com o fardo na cabeça é um mistério com a matriz desorientada.
Ela vinha abrigo e eu concentrado no seu copo embriagado todos os dias. Mergulho no seu campo de festejo e fico fora de jogo. Taça aqui eu bebo, contido nele duas vezes seu corpo, pego-lhe entre dois dedos, pequenos na dimensão dos sonhos que tornam minhas noites molhadas. E eu, sempre no escuro, com meu escudo a tinta, a lápis, com as palavras em dúvidas de tecer o que sinto, muitas vezes fica no sentido despercebido em rascunho sempre que as duvido.
Duvidar no silêncio é um mistério, no escuro ainda mais, os dedos sentem-se substancial, e o corpo que liga a intercessão do real ao surreal. Faço-me esquema no labirinto da pátria para encontrar lugares que consente minhas dúvidas, meus prazeres, meu viver absolvido de amor que se reveste em palavras nas dúvidas, de sentir o desejo que nunca senti, mesmo quando os coloco sob orientação dos meus medos.
Fico com a poesia que amassa o meu coração, que quando o sangue bombeia, o corpo veste-se de pensamentos sã e saudável. Aprecio o vazio do belo que dizem estar nos vocês olhos. Ele que me contacta rapidamente quando as dúvidas alçam de voo os meus sentidos, sentindo a sensação do mal ardor, ou que o << OUVIR E FALAR >> faz parte de uma analogia única que tenciona encontrar as minhas próprias interrogações.
Quem sabe, se calhar um dia deste posso pontuar-me, um
daqueles sem continuar, nem mudar o ensejo e a solidão vai se infiltrar bem no
fundo do meu poço, e eu vou gritar sem fôlego, dando segmento aos gritos que se
vai encher na medida que as palavras vão fluindo, encenado com flúor de que o
melhor lugar para cogitar é; nada mais que se afogar num mar cheio de beira
sobre os gritos de nossas dúvidas.
Sobre o autor:
N'Dom Calumbombo é o pseudónimo de Domingos Félix Calumbombo,
natural de Luanda, aos 09 de Outubro. É licenciado em Secretariado Executivo e
Comunicação Empresarial pela Faculdade de Humanidades da Universidade Agostinho
Neto. Poeta, cronista, contista, activista social e Defensor dos Direitos
Humanos. Tem poemas publicado na Antologia da “Minha Infância”, e seus textos
são divulgados na Rádio Megaweb Portugal, em Portugal. Actualmente, é colunista
residente do Jornal OPaís.
POEMAS
Por José Geraldo Magno Assis (Juiz de Fora, MG)
a noite é só um veio de ouro
que Vila Rica esqueceu
e no inverno os sois se encontram
a iluminarem igrejas e corais
a nossa ladeira nunca chega ao céu.
Minas não passa por lá
mas Minas é tudo.
( participação no Festival Cultural Anual de Inverno promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, MG)
AMOR NO CERRADO
Por Ezequiel Munhoz (Campinas, SP)
No cerrado
vasto, em veredas que brilham,
Onde canta o sabiá e o vento encrespa a flor,
Nasceu um amor à sombra da paineira,
Entre o cheiro de pequi e a bruma que acalma a dor.
Ela era
filha do campo, morena de riso largo,
Ele, andarilho do sertão, com olhos de perder-se no azul.
Seus passos se cruzaram na festa do Divino,
Lá onde o tambor ressoa e a fé se faz ritual.
Ela
dançava na roda, saia rodopiando o chão,
Ele tocava a viola, seu peito aceso de paixão.
Mas o destino, ah, o destino sempre quis ser zombeteiro,
Ela prometida ao fazendeiro, ele livre como o ribeirão.
À noite se
viam às margens da cascata,
Troca de olhares, confissões que o vento levava,
Como folhas de buriti na correnteza do rio,
Amavam-se à distância, sabiam-se sem guarida.
A lua
cheia testemunhou seu último encontro,
O toque das mãos, as lágrimas sob a luz prata,
E na despedida, o som dos atabaques ao longe,
Como que marcando o fim, o adeus que o amor desata.
Ela ficou
nos campos, nos olhos negros a saudade,
Ele seguiu pelo sertão, um céu estrelado como norte.
Dois corações atados por laços invisíveis,
Separados pelo destino, unidos pela sorte.
No cerrado
as flores ainda brotam no verão,
E na festa do Divino, a viola ecoa saudade,
Dizem que na brisa das noites sem fim,
Os dois ainda se encontram, só no sutil da verdade.
Fone: (19)
99817-1605
Instagram:
@zecks.books
A VIDA NÃO É UMA DISPUTA
Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)
Ninguém é melhor que ninguém.
Apoiar não mata ninguém.
Dessa vida nada se leva.
Apenas terra na cara.
Seu carro vai ficar aqui.
Sua casa novos donos vão habitar.
Seus problemas não levarão com você.
Seus diplomas com você não vão descer.
Humildade porque somos
frágeis e pequenos.
A vida é um sopro
E é Deus que nos sustenta.
Não se perca em sua
arrogância e ignorância.
Nem modifique sua essência
pelos bens que você possui.
Apenas permaneça serena e
leve nessa vida.
Alegre-se pelo dom da vida.
Pois quando menos se espera,
Adeus sua vida!
Instagram: @liecifranborgesmartins
SÓ ME RESTA
Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)
Só me resta em Ti confiar,
Nos seus caminhos de Amor.
Me abandonar no seu
querer, meu Senhor.
A minha alma está muito
aflita e também sentida.
Me vejo até saltando,
entre os belos montes.
Meu coração está angustiado.
O meu espirito abalado.
Meus olhares tecer decepções.
Ai, Senhor, meu coração!
Confiei nas coisas dessa terra
E não em Ti, meu Deus!
Me apoiei em mim mesma
E não no seu Amor.
Só me resta confiar,
Confiar no seu Amor,
Me abandonar no seu querer!
Só me resta...
APRENDA A DEIXAR IR
Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)
Não sofra porque a
amizade acabou.
Nem mesmo porque o
namoro desandou.
Ou até mesmo porque ao fim chegou.
Entenda que nessa vida,
tudo é feito de ciclos.
Acolha o novo.
Aceite o agora.
Viva o seu presente.
O amanhã não te
pertence.
Deixa ir quem
tiver que ir.
Acolha os novos ciclos.
Abraça o agora.
Viva intensamente.
Aprenda a desapegar.
Aprenda a ser amar.
É assim você não sofrerá.
2024 ME FEZ FORTE
Por Liécifran Borges Martins (Cariacica, ES)
Esse ano tanta coisa:
Eu senti e vivi.
Que ano, meu Deus!
Obrigado, Senhor, por
ter segurado minhas mãos!
Sou muito grata a ti.
Por tudo até aqui.
Obrigado, Senhor, por
ter secado as minhas
doces lágrimas!
Obrigado, meu Deus,
por me fazer forte!
Gratidão, Senhor, por
todas as realizações
E também experiências!
Dois mil e vinte e quatro
eu aprendi:
A ser resiliente e, acima
de tudo, paciente.
Que ano difícil!
Chorei poesias,
Sangrei melodias,
Gritei em meus versos.
Ai, meu Deus, quanta dor
a céu aberto!
OPERA MUNDI: O CLUBE DOS ASSASSINOS! EPÍLOGO: DO DIÁRIO DE ESMA (2ª PARTE)
Por Samuel da Costa (Itajaí, SC) e Clarisse da Costa (Balneário Camboriú, SC)
Pacto selado, irmandade composta,
limites pré-estabelecidos e o primeiro caso definido, funções estabelecidas e
cronogramas acertados, tudo isso em uma noite apenas. Como soou natural e
mecânico a coisa toda, penso eu agora, como algo ou alguém sussurrando nas
nossas mentes. E não quero adentrar em detalhes atômicos sobre a nossa
aventura. Àquela hora, pensei no professor Faruk, não como um criminoso
perigoso, um facínora, não como uma vítima do sistema e sim como um erro a ser
corrigido.
Dias depois, eu e Amira,
investigamos a fundo a vida do professor Faruk, o proeminente musicista
clássico e popular, professor pesquisador universitário e outrora benquisto,
nas comunidades acadêmica e musical. Figura de trânsito fácil, em várias
camadas da sociedade, político e social, das altas esferas do poder, das
camadas mais baixas da sociedade. Dos bares das periferias, indo até as grandes
arenas da música clássica, dos grandes centros urbanos e nos interiores. Até
tudo vir abaixo, com denúncias graves de assédios sexuais. Foi isso que eu e
Amira descobrimos, percorremos os bastidores do mundo musical, a pretexto de
fazer uma pesquisa acadêmica, de grandes figuras proeminentes do universo
musical.
Pesquisa feita, o clube dos cinco
se juntou de novo e no mesmo lugar e indo direto ao ponto Samir e Natália
também fizeram as suas pesquisas, Samir no mundo do serviço de segurança e
Natália no mundo jurídico e da justiça. E Samir fez a sua lição de casa,
traçando um panorama das finanças e empresarial do professor Faruk. E para
resumir bem o caso Faruk é que não houve erros na investigação e nos processos
jurídicos que seguiu, somente a boa e velha solidariedade masculina. Policiais,
advogados, promotores, juízes e jornalistas, todos homens levaram a impunidade
do professor Faruk e sim a vida pessoal e empresarial do professor sofreu
fortes abalos.
E como foi fácil, partir para a
ação, eu e Amira nos envolvemos na associação das vítimas do professor Faruk,
um tanto elitizada e concentrada na academia das vítimas periféricas. E como
foi a campanha midiática, que começou na imprensa musical, para depois se
espalhar para a mídia de variedade e para a grande mídia. E como foi fácil,
unir mulheres musicistas e profissionais do mundo musical de várias vertentes,
para depois espalhar para outras mulheres artistas de várias áreas e
espetáculos foram realizados e notas públicas foram assinadas. Natália
mobilizou o mundo académico jurídico, o movimento estudantil, atos de protesto
foram realizados, artigos científicos foram feitos, monografias e aulas sobre o
caso Faruk. Ações que uniram vítimas, deram visibilidade ao caso Faruk.
E o passo seguinte, foram as ações
subterrâneas de Hassan e Samir, e de forma cirúrgica, detalhes da investigação
da foram vazados para a imprensa e grupos militantes do movimento feministas e
associados ocultos e conhecidos do professor Faruk foram expostos. Resultados?
Afogado em escândalos e com a vida devastada, Faruk perdeu o pouco prestígio
que ainda detinha, perdeu os contratos que tinha no meio musical. Preso
preventivamente cometeu suicido ainda na delegacia.
Eu não sei se me afundei eu um
sonho, ou perdi a minha sanidade, nesse primeiro grande caso do clube dos cinco
e que se seguiu foram casos anônimos e sem muitas repercussões. Mas a dinâmica
era sempre a mesma, eram casos passionais e crimes menores envolvendo elementos
subterrâneos do mundo do crime. E posso dizer que desde o primeiro caso as
nossas carreiras iniciantes foram impulsionadas de forma direta e indireta. Mas
como os casos de grandes sucessos em grandes empreendimentos, geralmente tem lá
as suas derrocadas.
E ressalto aqui, dois casos em
especial, foram dois elementos medianos do crime organizado, eram casos em que,
uma vez detidos, tiveram parte de suas delações foram divulgadas. E sabíamos
como eram as dessas dinâmicas, dessas delações terminavam, pois de delações em
delações, os elementos menores eram presos de forma espetaculares e os médios e
grandes elementos das grandes corporações criminosas acabam se livrando. Indo
parar presos pequenos criminosos e alguns elementos intermediários.
Pois bem, após a soltura de um
criminoso intermediário, divulgamos parte do acordo da delação e tempos depois
esse elemento morreu junto à sua esposa. Eles dois, foram atropelados um pouco
afastados da orla da praia, estavam de jet-ski e foram atingidos por um iate
desgovernado. E o outro caso similar, um outro elemento foi atropelado por um
carro desgovernado, estava ele na frente do clube Evo-85. E em ambos, os dois
casos, os condutores estavam embreados.
E que veio em seguida foi uma pausa
na nossa confraria, mas como acordamos no início da formação do clube dos
cincos, não nos reunimos todos no mesmo lugar, somente em casos especiais. Nós
nos reunimos, casualmente e em separado no dia a dia das nossas profissões e
vida pessoal e manteríamos contato virtual da mesma forma. E então, um assunto
se tornou comum entre nós, eram pesadelos e mal-estares, geralmente era na
calada da noite, durante o sono. Eram pesadelos atrozes, que a gente esquecia
quando acordávamos sobressaltados, esquecíamos e voltávamos a dormir e os
fragmentos vinham durante o dia. Eram uma criança, albina de aparência
alienígena, falando uma língua estranha.
Os pesadelos se avolumaram, não vou
aqui contar os detalhes indigestos dos pesadelos. E sim o que aconteceu a
posteriores, Natália e Samir acabaram internados em clínicas psiquiátricas, que
alternavam em catatonias e convulsões violentas. Hassan, o meu doce Hassan
sofreu um acidente de carro, foi atropelado por uma viatura da polícia, Hassan
estava de folga e o acidente até hoje não foi explicado. Amira, a boa e
fraterna irmã de alma, se foi em acidente enquanto se preparava para uma
apresentação, o caso insólito envolvendo um espelho.
Hoje, sozinha, sem a presença dos
meus irmãos e irmãs de alma, eu não sei o que fazer, e enquanto escrevo este
texto a criança albina, está ao meu lado muda, calada apontou para a janela
aberta.
Sobre os autores:
Fragmento do livro: Em perpétuos ciclos, por Samuel
da Costa, novelista, poeta e contista em Itajaí, Santa Catarina.
Argumento de Clarisse Cristal, bibliotecária, contista,
novelista e poetisa em Balneário Camboriú, Santa Catarina.
OPERA MUNDI: O CLUBE DOS ASSASSINOS! NEGRAS PÉTALAS
Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
‘’Procuro
sentido no inexato....
Meu
psicológico perplexo,
Somente
eu entendo,
Em
horas sombrias, do nada resplandeço
Como
em um dia ameno.
Chegando
à noite
A
minha alma se aquieta,
O
silêncio paira na madrugada,
O
desejo consome o meu corpo.
Emaranhada
de sentimentos!
Ofuscaram a minha visão’’
Fabiane
Braga Lima
Amira precisava voltar para a
realidade, por mais dura e cruel que fosse, por isto, a disque jóquei,
contemplou à parede de vidro trincada, manchada de sangue fresco, escorrendo
dentro do estúdio de tatuagem, uma névoa ocre, que gritava, que clamava por
Amira. Névoa ocre, convidava Amira a adentrar no pequeno espaço.
Ao olhar para frente, Amira
percebeu Abdelaziz a poucos centímetros dela, Abdelaziz o dono e gerente do
clube Evo-85, ele um homem pequeno e bem alinhado. Ele era o timoneiro do clube
noturno Evo-85, ali nada escava dos olhos negros e rasgados de Zizi, como era
conhecido. Ele cuidava de cada detalhe, de cada aspecto do maior e do menor
detalhe que ocorria na casa noturna. O clube Evo-85, era um dos poucos espaços
da cidade e cercanias, que escapava das influências diretas ou indiretas de
Omar. O todo poderoso Don Omar, que de forma direta ou indireta, do lícito e do
ilícito, controlava muitos aspectos do que ocorria na cidade balneário, poucas
coisas escapavam dos ditames de Don Omar. E como Amira, era um dos satélites,
que gravitavam na vasta constelação de Don Omar, as relações entre Abdelaziz e
Amira, eram sempre pisares em ovos, um andar em um campo minado, para ambos os
lados. Não que Abdelaziz, o dono do clube Evo-85, tivesse animosidades com
Omar, no mínimo os dois se toleravam, depois de muitos não que Zizi, tinha dito
a Omar.
Agora aquele homem diminuto, com o
seu terno de listras, feito sob medida, gel no cabelo, flor na lapela, sapatos
importados caros engraçados e um nada discreto lenço vermelho de linho, no
bolso esquerdo.
— Lady Amira! Boa noite! — Disse
Abdelaziz de forma solene, levando a mão esquerda a mão direita de Amira,
erguendo a mão da disque jóquei e a beijando.
— Que bobagem é esta Zizi?
Salamaleques? — Falou Amira, um tanto constrangida com a situação inesperada.
— É que...
— Não diga nada! Zizi meu amigo, eu
vi o cartaz lá na entrada, me custou muito, mas eu vi o cartaz, onde dizia que
Vestya irá se apresentar hoje. Hoje! — Esbravejou de forma aristocrática Amira.
— Não é isto minha amiga Ani! Esma
teve um problema e não vai poder se apresentar hoje, Vestya foi a solução...
— Omar? — Brusca, interrompeu
Amira.
— Sim e não! Sim, Vestya é uma
indicação de Don Omar e não ela não é contratada de Omar. É uma boa amiga em
comum. E sim, tu vai se apresentar com Vestya, ela vai incorporar o setlist de
Esma...
— O que houve com Esma? E o que
está havendo aqui? — Perguntou a desesperada Amira.
— Tu vais se ter que perguntar
diretamente para Omar! — Disse Abdelaziz dando de ombros. — E continuou — Pedi
pessoalmente para Anatoly te deixar na rua de trás. Assim que confirmastes a
tua vinda.
A rua de trás era onde ficava a
residência do Abdelaziz, uma casa anexa ao clube Evo-85, onde Zizi recebia
poucas pessoas e a usava como entrada e saída alternativa, em ocasiões
especiais. Era também onde havia um camarim para artistas, geralmente de
relevância ou estrangeiros, era também um local de entrevistas e pequenas
recepções, para poucas pessoas e pôr fim onde ficava o escritório de Abdelaziz.
E por questões óbvias, Amira nunca tinha posto os pés na casa de Zizi.
Amira, vocalista secundária,
tecladista e disque jóquei de uma banda de metal alternativo, conjunto musical
que ia do gótico, aos elementos do heavy metal industrial, heavy metal
tradicional, com vocais rasgados, falsetes e cavernosos urros guturais
alternados pelos integrantes do conjunto. A banda Saif-Escárcina, fez uma
digressão longa e bem-sucedida, pelo velho mundo e poucas apresentações no novo
mundo. Para depois se encarcerar em um estúdio de ensaios, para fazer a
pré-produção do terceiro álbum do conjunto. Amira e os outros membros do
Saif-Escárcina, estavam de férias, uma pequena pausa. A bem da verdade e o que
os músicos fazem quando estão de férias? Fazem música! E cada membro do
conjunto musical Saif-Escárcina, estava tratando dos seus projetos musicais
próprios.
Amira, procurou Esma, uma amiga de
infância, para formar um duo musical. A proposta era que Esma, uma vocalista da
vertente Darkwave, colocaria a voz, nas bases, remixes e samplers de Amira.
Ficou o encargo de Esma, escreveu as letras e pôr as vozes nas músicas e Amira
colaborou com poucos refrãos, depois de escrever todas as letras, músicas e
cantar no Saif-Escárcina. Amira estava cansada de se apresentar todas as noites
mundo afora então ela queria voltar para casa a ter o prazer de fazer música e
apresentar, como diversão apenas.
OPERA MUNDI: QUANDO A ESCURIDÃO TE ABRAÇAR POR COMPLETO
Por Clarisse Cristal (Balneário Camboriú, SC) e Samuel da Costa (Itajaí, SC)
‘’Nem
sempre, somos personagens de um teatro surreal,
Pois
a vida é tão fugaz que passa tão depressa.
Cuidemos
das nossas almas!’’
Fabiane Braga Lima
Omar abriu os olhos e só viu a
escuridão, tentou mexer os braços e descobriu que estavam amarrados nas costas.
Feito prisioneiro, logo pensou ele, ao ouvir voz que murmuravam, Omar tentou
gritar e não conseguiu, pois estava com a boca amordaçada. Omar tentou correr e
uma mão áspera o segurou pelo ombro
— Andale... Andale
cabrones? — Bradou em espanhol uma voz.
Omar tentou decifrar o sotaque
e a obviedade pelo terno calculou que não era o polido espanhol europeu e sim
rústico castelhano caribenho. E uma mão o empurrou para frente. E para Omar, o
pior dos pesadelos era o sutil apagamento das próprias memórias, Omar estava se
esquecendo de quem era, algo ou alguém estava apagando a existência de Omar. E
substituindo por memórias aterradoras, fleches surgiam na mente de Omar, dois
homens negro maltrapilhos estavam no chão, enquanto quatro homens chutavam os
maltrapilhos. Os quatro homens musculosos e tatuados, camisas brancas, usavam
coturnos e usavam suspensórios, que gritavam em alemão bávaro. Xingaram os dois
homens negros de impropérios e Omar se viu, jovem, bem-vestido, à moda
europeia, usando óculos escuros. Omar, se viu aos gritos, comandado o massacre,
até uma luz branca envolver ele e os companheiros de agressão, tudo se apagou e
acordou no estado que estava.
Abrupta uma mão tirou o capuz
que envolvia a cabeça de Omar, então um esquadrão de fuzilamento, vestido como
paramilitares russos, cossacos russos usando uniformes de inverno. Omar olhou
nos olhos dos paramilitares e notou as feições latinas caribenhas, eram seis,
usando armamento do início do século XX. Olhos ferozes e famintos e atrás dos
paramilitares, uma pequena audiência, eram homens e mulheres vestidos a rigor,
também a moda do início do século XX. Uma pequena elite local, calculou Omar,
que olhou para os lados e percebeu que estava ladeado dos companheiros do
massacre contra os homens maltrapilhos e percebeu que estavam em um pequeno
palco.
Aterrorizado Omar olhou para
frente e se destacou um pequeno grupo ao fundo do salão. Era uma jovem mulher
de ares monárquicos em trajes de gala espanhol, uma outra jovem mulher negra
com ares de nobreza elegantemente vestida à moda afro-caribenha, um militar de
alta patente da marinha soviética com um traje de gala, os olhos verdes e as
feições latinas impressionaram Omar. E por um homem de meia idade,
elegantemente vestido, que emanava poder, ou era um político influente ou era
um alto funcionário público. Todos olhavam com desprezo para Omar e seus pares.
— Escuadrón en formación! —
Bradou o capitão para a tropa, que bateu os cascos e o capitão continuou —
Prepárate! — A tropa destravou os fuzis! — Apuntar! A tropa que estava no
chão e em frente ao palco! — Fuego! — Gritou o capitão e um marrom se ergueu e
um estrondo de um trovão foi ouvido. Omar foi jogado para trás e ouviu os
aplausos e vivas vindo da plateia, o cheiro de pólvora e de carne queimada,
foram as últimas sensações vívidas, que Omar experimentou naquela hora
derradeira.
Sobre os autores:
Texto de Clarisse Cristal,
poetisa, contista, novelista e bibliotecária de Balneário Camboriú, Santa
Catarina.
Argumento de Samuel da Costa,
poetisa, contista e novelista em Itajaí, Santa Catarina.