Revista literária virtual de divulgação de escritores, poetas e amantes das letras e artes. Editor: Paccelli José Maracci Zahler Todas as opiniões aqui expressas são de responsabilidade dos autores. Aceitam-se colaborações. Contato: cerrado.cultural@gmail.com
quinta-feira, 1 de março de 2018
DASHT-E KAVIR (GABRIELA EM ANUNCIAÇÃO)
Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
Pediu-me
Desesperadamente
Para eu por na mítica eletrola
Um etéreo long-play
***
Murmurejou absoluta
Com o dilacerante negro olhar
Para eu apagar
Todas as celestiais luzes
Da zíngara alcova
***
Sussurrou magnanimamente
Com as nevoentas mãos
No meu ouvido
Que eu acendesse o cósmico abajur
***
Elevada
Pelas eburneas areias do Dasht-e
Kavir
Enlaçou-me
Com os negros cabelos
E inundou-me assim
Com os eremíticos canticos
desérticos
Com todos os infindáveis
Sidéreos orientais mistérios
SÃO FLORES NO ASFALTO
Por Samuel da Costa (Itajaí, SC)
De fronte para
praia de São Miguel da Boa Vista a poetisa olha com esplendor o mar como se
fosse a última vez que a apreciava ou como se fosse pela primeira. De uns dois
anos passados para até aquele momento as coisas mudaram por completo na vida
dela. A bem da verdade, tudo mudou de forma radical na vida da jovem artista.
Um renascer depois de anos de sobrevida na pequena cidade interiorana e
praieira. As correntes por fim se quebraram e mil pedaços, depois de há muito
enferrujarem.
E a aquela
velha vida limitada de marasmo não cabia mais nela. Um novo livro iniciado e
ainda com muitas páginas em brancos e ainda a serem preenchidas em negras
linhas. O olhar perdido de Clarisse Cristal para a infinitude do oceano ignora
o enorme barulho das ondas quebrando, com fúria na orla na praia e as aves
marinhas que gorjeavam estridentemente a poucos metros acima da cabeça
efervescente da jovem escritora.
— Vamos embora amor! Está passando da hora — Antônio tinha colocado a mão no ombro esquerdo da namorada com terno carinho, na vã esperança de traze-la de volta para a realidade em que viviam, pois o tempo urge e rugia bem alto para ambos.
— Mais um pouco amor, mais um pouquinho e já vamos embora! Pode ir amorzinho! Eu te encontro lá em cima, não demorar. Vai ligando a moto que eu já vou indo.
— Vamos embora amor! Está passando da hora — Antônio tinha colocado a mão no ombro esquerdo da namorada com terno carinho, na vã esperança de traze-la de volta para a realidade em que viviam, pois o tempo urge e rugia bem alto para ambos.
— Mais um pouco amor, mais um pouquinho e já vamos embora! Pode ir amorzinho! Eu te encontro lá em cima, não demorar. Vai ligando a moto que eu já vou indo.
O rapaz assim o
fez, deixou a jovem namorada sozinha na orla da praia. A moça foi para mais
próximo de onde as ondas quebravam, se abaixou e pegou um pouco de graos de
areia. Olha para a areia molhada, apertou bem forte e joga a areia de volta
para o mar. Era hora de voltar para a realidade e enfrentar o mundo real na
realidade liquefeita. Ao cruzar a areia norma da praia, naquele começo da manhã
e subir o pequeno elevado e encontrar o namorado Antônio em cima da motocicleta
e com os capacetes nas mãos esperando por ela com um sorriso nos lábios. E ela
não pensou duas vezes ao ver cena.
— Toninho, quem vai pilotar a tua lata velha hoje vai ser eu mesmíssima da silva!
Antônio não gostava quando a namorada chama a novíssima motocicleta dele de lata velha. Mas o espanto maior para o jovem músico foi o estranho pedido da namorada.
— Desde quando tu tens habilitação, para dirigir minha querida Cristal?
— Desde da semana passada, tirei carteira de moto e carro, já deixo de ser a sua escrava meu querido!
— Toninho, quem vai pilotar a tua lata velha hoje vai ser eu mesmíssima da silva!
Antônio não gostava quando a namorada chama a novíssima motocicleta dele de lata velha. Mas o espanto maior para o jovem músico foi o estranho pedido da namorada.
— Desde quando tu tens habilitação, para dirigir minha querida Cristal?
— Desde da semana passada, tirei carteira de moto e carro, já deixo de ser a sua escrava meu querido!
De fato Antônia era o motorista oficial do jovem casal. Quando o
jovem, branco e classe média alta apareceu na luz do dia com a namorada negra e
pobre foi um choque para ambas as alas da cidade. A ala rica, branca e teuta e
para a ala pobre e negra, não isso já não tenha acontecido antes. Jovens
rebeldes faziam isso vez ou outra para chocar a sociedade, mas eram breves
ficadas, pequenos flertes que não sobreviviam mais um dia ou dois. Mas aquele
encontro de jovens almas, livres e leves mais que romperam a barreira dos dois
dias, desfilavam nas ruas da cidade como um casal maduro e integrado.
— Não me olhe assim meu vampirão lindo, me dá logo a chave da lata velha e vamos correr as estradas, tenho fome de vida, temos muito o que fazer antes que dia termine!
O jovem Toninho não teve alternativa, senão jogar a chave do veículo para a hialina Clarisse Cristal. Ele sai da motocicleta para dar espaço para ela. Dali foram os dois ganharem as estrada para ver as provas do livro Flores no asfalto o mais novo Clarisse Cristal.
— Não me olhe assim meu vampirão lindo, me dá logo a chave da lata velha e vamos correr as estradas, tenho fome de vida, temos muito o que fazer antes que dia termine!
O jovem Toninho não teve alternativa, senão jogar a chave do veículo para a hialina Clarisse Cristal. Ele sai da motocicleta para dar espaço para ela. Dali foram os dois ganharem as estrada para ver as provas do livro Flores no asfalto o mais novo Clarisse Cristal.
CENTELHAS DE VIDA
Por Urda Alice Klueger (Enseada de Brito, SC)
Era uma vez,
lá no Paraíso Terrestre, quando Deus criou Adão e Eva e todos os animais, criou
Ele, também, um casal de cachorrinhos. Viviam todos, lá, muito felizes, e se
não fosse a preocupação de Eva e Adão de provarem dos frutos da Árvore do Bem e
do Mal, a festa lá ainda não teria acabado, e ninguém passaria nenhum tipo de
privação neste mundo.
Bem, o fato
é que lá, junto com Adão e Eva, havia um casal de cachorrinhos, e que enquanto
Eva era tentada pela Serpente, os cachorrinhos, muito naturalmente, tiveram
seus primeiros filhotes, que tiveram outros filhotes, que tiveram outros
filhotes, até que um dia, milhares de anos depois, nasceram os dois
cachorrinhos que vivem na rua do lado da minha casa.
Eu comecei a
vê-los no começo deste inverno que está tão frio: dois cachorrinhos amarelos,
dos mais legítimos vira-latas, a saírem para a entrada da rua, bem na minha
esquina, para ficarem ao sol que chega antes na esquina do que na casa deles.
Pequenas centelhas de vida explodindo de inteligência e alegria, eles
sabem exatamente a hora em que o sol
chega a um pedaço quadrado de asfalto na saída da rua, e lá vêm, lépidos e
alegres, a balançarem seus rabinhos na efusão gratuita de viver, para
aproveitarem o calor fraco do sol e se aquecerem.
Como se
divertem os dois bichinhos! Eles ainda são cachorrinhos muito novos, mal e mal
deixaram de ser bebês, e a idade adulta deve vir só lá pelo verão. Estão
naquela fase em que os cachorrinhos gostam de roer os chinelos das pessoas, e
onde a alegria é infinita dentro dos corpinhos peludos e inquietos de tanta
vida. Naquele quadrado de sol da esquina da minha rua, eles se aquecem com os
focinhos erguidos, e brincam, alternadamente, brincam um com o outro tendo a
certeza de que a coisa mais importante deste mundo é brincar. Eles conhecem
todas as crianças da redondeza, e todas as crianças os conhecem – quando elas
passam, cedinho, em direção da escola, eles interrompem suas brincadeiras para
fazerem festa às crianças, e acompanham-nas um bom estirão pelas calçadas, até
lembrarem-se que têm seu quadrado de sol no mundo, e voltarem à minha esquina.
Conhecem
gente grande também: recentemente, quis saber mais sobre eles. Minha amiga
Margarida contou-me que se chamam Toco e Bilú, e Margarida é uma mulher séria,
tesoureira de um banco, o tipo de pessoa que a gente não pensa que sabe o nome
de dois cachorrinhos de nada, duas centelhazinhas de vida que surgiram no
começo do inverno num quadrado de sol. Depois que Margarida contou-me até o
nome deles é que vi o quanto estão populares em toda a vizinhança.
Sabedora,
agora, dos seus nomes, ontem de manhã fui lá falar com eles. O dia estava
nublado, e o pedaço de sol não tinha aparecido na esquina. Os cachorrinhos,
porém, sabiam perfeitamente onde ele iria surgir, se surgisse, estavam lá
sentados com cara de aborrecidos pela falta daquele amigo Sol que os tem
aquecido desde que se lembram, na sua curta vida. Eles ainda não me conheciam –
sempre os observo de longe, de dentro da garagem – e se mostraram indiferentes
até que chamei:
– Toco!
Na hora
descobri quem era Toco, pois ele veio pular em mim arrebentando de alegria, e
foi só chamar “Bilú”, para que Bilú também entrasse num paroxismo de prazer e
de pulos, ambos inteiramente cônscios da sua identidade neste mundo. Nasceram
faz pouco tempo: da vida só conhecem o quadrado de sol e as crianças que
passam, mas sabem muito bem como cada um se chama, e como ficam gratuitamente
felizes quando um adulto se digna dar-lhe o pequeno nome que é quase tudo o que
possuem!
Eles pularam
e me lamberam até que eu tive de ir-me. Pelo retrovisor do carro, fiquei vendo
como, depois da alegria de terem sido reconhecidos por um adulto, esqueceram-se
de que o quadrado de sol não tinha vindo, naquele dia, e passaram a brincar com
a mesma alegria de quando se sentiam aquecidos!
Se Adão e
Eva não tivessem acabado comendo do fruto da Árvore do Bem e do Mal,
cachorrinhos como Toco e Bilú nunca sentiriam frio, e nunca precisariam ficar
brincando num quadrado de sol na esquina de uma rua, e não haveria na minha
vida a luz das suas pequenas centelhas de vida. Até que Adão e Eva não erraram
de todo!
Blumenau, 04 de agosto de 1996.
AO LADO DA ESTRELA D'ALVA
Por Urda Alice Klueger (Enseada de Brito, SC)
(Um ano
depois)
Quando
eu era pequena, havia aquela estrela no céu, assim, de tardinha, sozinha e
luminosa, e aprendi cedo que se tratava da Estrela Vésper, ou da Estrela d’Alva,
e desse nome eu gostava mais, pois tinha até uma música homenageando aquele
astro mágico, que vinha antes da noite, e que diziam que, de manhãzinha cedo,
quando todas as outras estrelas iam embora, ela continuava lá, firme, como
nenhuma outra.
Pensei
muito nela, hoje, nessa estrela que aparecia dentre morros de verdura e
umidade, quando era criança com tempo para prestar atenção a tudo,
principalmente quando se tratava de astros. Ao longo da vida o tempo foi
encurtando e os horizontes estreitos da minha cidade de morros foram fazendo
com que eu prestasse menos atenção na Estrela d’Alva, até que hoje, bem no dia
de hoje, lembrei tanto, de novo, daquela estrela que tinha até música, e saí
para a amplidão da minha Enseada para verificar se ela continuava lá no mesmo
lugar, chegando antes da noite, encantando o mundo com sua presença luminosa em
plena tarde, e foi aí que veio a surpresa: a Estrela d’Alva já não está
sozinha!
Incrivelmente,
agora lá no horizonte, no final da tarde, são duas as estrelas. Julguei
entender o que acontecia: aquela um pouco menor, se bem que tão cheia de luz,
era a mesma Estrela d’Alva que via dentre os morros verde-escuros da minha
infância – mas, e a outra? Muito mais luminosa, maior, irradiando uma luz que
tanto era vermelha, quanto terna, quanto doce, lá estava a nova estrela, e não
ficava dúvida sobre de onde vinha: era a estrela chamada Marisa Letícia que
hoje tomou o rumo do céu, que agora sempre vai estar por lá cuidando do que se
passa com esta humanidade que consegue ser tão vil, às vezes, que a gente nem
entende como o universo a suporta. Bom demais saber que Dona Marisa está lá,
agora, livre e solta, sem mais sofrimentos, acima de qualquer opressão ou
maldade que queiram lhe fazer, como aquela dos pedalinhos para os netinhos – ô
gente nojenta que há sob o sol, gente podre, capaz de fazer maldades desse tipo
– se bem que ela também viveu coisas muito grandiosas, como receber chefes de
Estado na sua cozinha de gente humilde para comer o seu arroz com feijão e
bife, e lembro de Fidel Castro, vindo do continente africano e dando uma
paradinha na casa de Dona Marisa, e quando os repórteres insistiram para que
viesse até à porta e dissesse alguma coisa, ele declarou, sumamente satisfeito:
“Que delícia essa comida proletária!”. Comidinha feita por Dona Marisa, a
querida, agora Estrela.
Sou
pobre de palavras quando se trata de falar de Dona Marisa, e então vou me
apropriar do que disse hoje o professor Dr. Jaci Rocha Gonçalves, dentre outras
coisas teólogo e antropólogo, a respeito dessa mulher que tão luminosa foi que
acabou virando estrela: “Uma trajetória de luta, de sabedoria silenciosa, de
coerência e firmeza com os valores que contam. O maior deles: cuidar, como mãe,
dos excluídos. A história reconhecerá no tempo oportuno em que toda a verdade
virá à tona.”
O
amor que eu tinha por ela era de tal monta que passei a maior parte do dia de
hoje chorando dolorosamente – só comecei a me conformar quando a tarde foi para
o fim e a vi, luminosa e encantadora, lá no céu, assim como tinha sido aqui na
terra.
Aumenta,
hoje, a minha galeria de perdas irreparáveis, mas nasceu uma nova estrela!
Querida Dona Marisa, a gente ainda vai se encontrar!
Enseada
de Brito, 02 de fevereiro de 2017.
SEM MUROS
Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Lugares
Olhares
Mundos
Sem muros
Eu
Você
O oculto abismo
Do querer;
Eu e você
Um leque de sensações
Que não cabe
Neste mundo de
Absurdos;
Surdos
Mudos
Cegos
Em seus egos
Querem de nós
Uma resposta
Nem que seja pronta
Para dar realidade
Às vossas fantasias.
O APRENDIZ DE VIAJANTE
Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
O verbo escrever vem do latim
scribete. Scribete em latim quer dizer traçar; marcar com estilo. Então posso
dizer que escrever leva o humano a expressar as suas ideias.
E ali, numa mesa, num canto qualquer debulhado em papéis, o homem rabisca palavras como se rabiscasse a vida. A vida toda com o cotidiano e turbulências.
Os rabiscos tomam formas e cada palavra estrofes que retratam o seu sentimento e o viver. Mas não o viver fantasioso, o viver real dentro da ciranda da vida.
É fato, retrato, pranto, plano, contra plano, verso, reverso, retrocesso. Um vôo por novos mundos! Fico à pensar...
O que é o poeta sem palavras e livros? Talvez um homem perdido e não um viajante. Os viajantes acumulam histórias, uma vida bem vivida. Com suas palavras Vivaldo Terres é um viajante na longa caminhada.
E ali, numa mesa, num canto qualquer debulhado em papéis, o homem rabisca palavras como se rabiscasse a vida. A vida toda com o cotidiano e turbulências.
Os rabiscos tomam formas e cada palavra estrofes que retratam o seu sentimento e o viver. Mas não o viver fantasioso, o viver real dentro da ciranda da vida.
É fato, retrato, pranto, plano, contra plano, verso, reverso, retrocesso. Um vôo por novos mundos! Fico à pensar...
O que é o poeta sem palavras e livros? Talvez um homem perdido e não um viajante. Os viajantes acumulam histórias, uma vida bem vivida. Com suas palavras Vivaldo Terres é um viajante na longa caminhada.
Viaja pelos saberes do conhecimento
como um eterno aprendiz e na sua simplicidade não ousa ser superior ao outro,
apenas ser melhor do que é. O poeta aprendiz na escola da vida!
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE
Por Clarisse da Costa (Biguaçu, SC)
Assassinaram
o Brasil. Chora a mulher a dura realidade de não ter o que comer o seu filho.
Lá no canto chora a outra mãe a morte de sua filha. Morre fulano, morre
sicrano... E a culpa é sempre da bala perdida. E quando não, é a falta de
atendimento médico de qualidade.
Assassinaram
o Brasil, assassinaram o povo. O carnaval se encontra com alegria enquanto a
criminalidade passeia livre. E o tal Zé não passa de um mané que luta pra
ser alguém, mas para ele dizem "não" quando fala da sua falta de
experiência.
Fecham
aporta e o Zé na rua retrata a expressão, "assim caminha a
humanidade".
CENSURADA MAS NÃO CALADA
Por décadas calaram a real história sobre os negros e a escravidão dos africanos. Hoje querem calar os poetas. Cala-se um poeta, calam-se todos! Uma restrição da liberdade e do conhecimento. Exercido normalmente por um regime ditatorial. Uma análise crítica muitas vezes cruel, que pode consistir em uma determinada obra literária ou artística. Na maioria das vezes antes de ser apresentada ao público em geral. E há censura em diversos campos, de diversas formas e em toda parte. Censurada violaram a minha licença poética. Ah, o amor tão sublime não pode ser falado! O desejo sentido não pode ser revelado. Querem calar a minha voz, silencia cada palavra textual das minhas emoções, do cotidiano perdido e em versos. Querem… Mas não vão me calar. Em linha negras de páginas brancas todos os sentimentos e ao mundo revelados.
As minhas asas não serão cortadas,
as digitais das minhas palavras sempre estarão conecta as com os meus leitores.
Bloquearam-me sem motivo certo enquanto se vê inúmeras violências morais no Facebook e tantos outros meios da internet. Por que não bloqueiam pessoas que
ofendem outras por causa da cor da sua pele ou pela sua opção sexual? Fui
bloqueada por um simples poema que fala de amor e desejos. Mas afinal, quem
nunca amou? Quem nunca sentiu desejos? Você é humano ou uma máquina?
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