sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

DIÁSPORA SURREAL

Por Samuel da Costa (ALB, Anápolis, GO)

(Para a poetisa Sheila Gois)

Ela disse
Que ia ali à esquina
E voltava logo
 Disse isso
Sem olhar para trás
***
Estas vendo seu moço
Quanto alvoroço
Como a vida é engraçada
Ficar aqui sozinho, infeliz e sem nada
***
Ela colocou a melhor roupa e disse:
- Eu vou ali na esquina
Meu amor
E volto daqui a pouco
E não demoro
***
São intermináveis nanossegundos
De solidão eviterna
***
Estás vendo seu moço
Quanto alvoroço
Quanto drama
Por causa de bela, vaporosa e diáfana dama
***
Ela disse para mim:
- Vou ali na esquina
E já volto...
***
São eviternos nanossegundos
De abstrações desesperadas
De solidão liquefeita
No pós-modernismo contemporâneo
***
 - Vou ali na esquina
E já volto meu amor

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