quinta-feira, 2 de julho de 2015

POESIA NA ÁRVORE

Por Samuel da Costa (ALB-Anápolis, GO)

Eu prefiro frases feitas...
Adoro lê-las...
E pensar que são minhas!
Dizer: — Vou te amar para todo o sempre!
Usando velhos clichés.
***
Finjo ser poeta!
Às vezes contista...
Nessas horas uso velhos clichés.
Porque dizer: — Eu te amo...
Não é dizer bom dia!
***
Escuto velhas músicas!
E chego a pensar que a dor.
É realmente minha.
Mas não é!!!
É alheia!
***
Penso em ser prosador...
Para voltar para a minha infância!
Onde corro de novo.
Entre becos e vielas...
De braços bem abertos!
***
Mas volta para o tempo...
Presente mais que perfeito!
Onde finjo ser poeta...
Na pós-modernidade líquida!
A ignorar regras, rimas e métricas...
A desdenhar de antigas elegias!
Todas as velhas fórmulas...
Prontas e acabadas.
Velhas formas de amar musas, virgens intocadas...
E santas vaporosas...
***
Finjo ser versejador...
Nos tempos modernos!
E em meus versos!
Sinto que não fostes embora...
Estás perdida entre os meus versos...
Mais profanos...
Nos meus versos...
Finjo que não te perdi para sempre!
***
Às vezes leio velhas poesias.
Mas só às vezes!
E penso que são meus...
Aqueles idílios de saudade...
***
Nessa hora eu gostaria...
De ser um poeta de verdade.
Para pensar que não a perdi!
Para todo sempre...
***
Imortalizar-te-ia minha musa sagrada
Em meus versos mais profanos!
***
Às vezes penso ser poeta!
Na pós-modernidade liquefeita!
A usar velhos clichés!
Para poder ousar dizer:
— Te amo, não é bom dia!

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