domingo, 1 de novembro de 2015

LUIZ VAZ DE CAMÕES: A EPOPEIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

Por Gustavo Dourado (Academia de Letras de Taguatinga, DF)

Luiz Vaz de Camões
Em Lisboa o nascimento
Era Século XVI
O menino em advento
Veio ao mundo o poeta
Com o seu encantamento
1524
Provavelmente nasceu
Filho de Simão e Ana
Ambos a arte lhe deu
Conhecia astronomia
E o mito de Prometeu
Vasco Pires de Camões
Avô – Poeta – Trovador
Foi sacerdote letrado
Da arte, conhecedor
Repassou para Camões
Os sonhos de navegador
Foi morar em Coimbra
Contato com a poesia
A leitura de Petrarca
História e Geografia
Arte antiga e moderna
Clássicos e mitologia
Estudou humanidades
Poesia culta e popular
Literatura latina
A arte de navegar
Ciência da astronomia
Conhecimento do mar
Por D. Bento, tio materno
Camões foi bem educado
No Mosteiro de Santa Cruz
Menino, foi iniciado
Latim, Filosofia e Letras
Com ensino destacado
Isabel Tavares, "Belisa Ingrata"
Foi o seu primeiro amor
Era prima do poeta
Só desilusão e dor
Amor não correspondido
Deixou triste o trovador
Até 1542
Em Coimbra residiu
Depois foi para Lisboa
O amor lhe inquiriu
Aventuras amorosas
O seu coração partiu
Camões deixou os estudos
Para Lisboa seguiu
Na Corte foi inflamado
O amor lhe seduziu
Extravagância da idade
Que o sonho permitiu
Encantava as mulheres
Era galante e sedutor
Bem-visto e bem ouvido
Agia com destemor
"Cisne do Tejo" apelidado
Foi além do Bojador
1542
Durante o ofício sagrado
Numa sexta-feira santa
O amor é despertado
Por Violante de Ataíde
Camões foi enfeitiçado
Violante, filha prendada
Do Conde de Castanheira
Camões, pobre, irrequieto
Vida sem eira nem beira
Não era um bom partido
Pra querê-la companheira
Um poeta irreverente
Com ares de boemia
"Anfitriões", "El-Rei Seleuco"
Peças de dramaturgia
Desterro no Ribatejo
Em uma outra freguesia
Viveu a paixão platônica
Aguçou a fantasia
O amor pela infanta
Princesa Dona Maria
Filha de Dom Manuel
No auge da monarquia
Renascimento europeu
Ascenção da burguesia
Avanços da medicina
Física e enegenharia
Pesquisa da matemática
Química e astronomia
Serviço militar na África
O poeta foi convocado
Perde um olho na batalha
Convívio dificultado
Problemática no olhar
Deixa o vate amargurado
Pelas conquistas dos mares
Em batalha foi ferido
Em conflito com os mouros
O poeta foi atingido
Perdeu o olho direito
O guerreiro destemido
1549
Em Lisboa novamente
Ostenta uma cicatriz
Torna-se deficiente
Com apenas um olho
Na poesia, mais ardente
Ida e retorno de Ceuta
Do olho direito, o vazamento
A briga com Gonçalo Borges
Completo aprisionamento
Golpe de espada desferido
Ganhou multa e tormento
Se envolve em desordem
Gente de baixa moral
Na atmosfera de salão
Relação conflitual
Agride a Gonçalo Borges
Um encarregado real
Conflito com Gonçalo Borges
Na Rua de Santo Antão
Em dia de Corpus Christie
Distúrbio e confusão
Camões é trancafiado
Um bom tempo na prisão
Prisão no Tronco de Lisboa
Quase um ano na cadeia
Conquistou a liberdade
Jorrou sangue em sua veia
Com a carta de perdão
Ouviu o canto da sereia
1553
A 28 de fevereiro
Camões foi liberado
Liberdade por inteiro
Pagou quatro mil-réis
Deixou de ser prisioneiro
Por bom tempo na cadeia
O poeta foi libertado
Viajou para bem longe
A serviço do Reinado
Partiu para a peleja
Sob as ordens do Estado
Livre, seguiu viagem
Para a banda oriental
Tomou o rumo da Índia
Deu adeus a Portugal
Chembé e Mar Vermelho
Foi pra China afinal
Para longe de sua terra
Ao Oriente fez viagem
Pequena ajuda de custo
Para não ficar à margem
Luta, dor e sofrimento
Poesia sem estiagem
Violante, filha do Conde
Casa com o Sr. de Cascais
O Conde de Monsanto
Ao poeta, dor e ais
Amargura, desalento
Os desenganos fatais
Desembarca em Goa
Segue a vida militar
Em seguida novo rumo
Viaja para Malabar
Navegação permanente
Pelos caminhos do mar
1555
Participa de um cruzeiro
Combate navios turcos
O mar é o mundo inteiro
No cabo de Guardefui
Verso amargo marinheiro
1556
Assiste à representação
De seu auto Filodemo
Um momento de emoção
Antes de ir para a China
Em grande conturbação
Navega por várias ilhas
Sumatra, Java e Timor
Ternate, Tidore, Bornéu
Segue o navegador
Ilhas de Banda e Sonda
Com cenário encantador
Luta no Golfo de Aden
Na África Oriental
O regresso para Goa
Saudade de Portugal
Navega para a China
Pelo mar descomunal
1561
Para a Índia retornou
Reside por vários anos
Um bom tempo lá morou
Muitos dias no Oriente
Para a África embarcou
Quatorze anos no Oriente
Foi soldado e provedor
Acusado de delito
Em busca de defensor
Naufragou no rio Mecong
Foi grande a sua dor
Viagem para a China
A bordo de nau mercante
Perto do Rio Mecong
Naufrágio agonizante
Os Lusíadas, no original
Salva em modo triunfante

Sua musa Dinamene
Morreu por afogamento
Cantos de Os Lusíadas
Conseguiu o salvamento
A perda foi muito grande
Gigantesco o sofrimento
Conseguiu salvar a vida
Os cantos do manuscrito
A epopeia dos Lusíadas
Um elevado escrito
Com a benção dos deuses
E a graça de Jesus Cristo
No naufrágio do Mecong
Dinamene se afogou
O coração do poeta
Bem machucado ficou
Ti-na-men, a sua amada
Foi a água quem levou
Recolhe-se por um período
Pelo Extremo Oriente
Aventura-se na Malásia
Busca algo diferente
Tempo de dificuldade
Precisa seguir em frente
1568
“Sôbolos Rios”, redondilha
Ao Capitão de Sofala
Não segue a mesma trilha
Navegante mar adentro
Para além da camarilha
1568
Eis na África novamente
Aportou em Moçambique
Pobre, triste, descontente
Ganhou boa experiência
Nas bandas do Oriente
Camões segue viagem
Pra Moçambique navegou
Sem dinheiro, na dureza
Com os amigos contou
Depois de longo tempo
Para Portugal rumou
1569
Novamente em viagem
Lisboa é seu destino
Busca nova abordagem
A bordo da Santa Clara
Vai levar sua mensagem
Invoca as ninfas do Tejo
A quem pede inspiração
Canta os feitos portugueses
Dedica a Dom Sebastião
No mesmo padrão de Homero
Ideias, alma e coração
Lírico, épico e teatral
Fez elegias e canções
Lapidou as redondilhas
Com boas concepções
Mestre na arte da glosa
O inigualável Camões
Camões fez a fusão
Do clássico e do nacional
Foi soldado, navegador
Um talento descomunal
A angústia do exílio
Na poesia estrutural
Escrita de Os Lusíadas
Sete cantos no Oriente
Revisão em Moçambique
Retornou ao Ocidente
Epílogo a Dom Sebastião
Em Portugal, novamente
1570
Em Lisboa, Portugal
Sua mãe, velha e pobre
Padece de tanto mal
Tempo de dificuldade
De um poeta essencial
Após a longa viagem
Camões chega a Portugal
Desembarca em Lisboa
Epopeia cultural
Luta para publicar
A grande obra, afinal
Ficou triste ao saber
Da morte de Violante
Conclusão de Os Lusíadas
A vida segue adiante
El-rei e o Santo Ofício
Dão o aval importante
Parnaso, seu manuscrito
Por maldade foi roubado
Duro golpe ao poeta
Que ecoa o seu brado
Mas a luta continua
Mesmo com o desagrado
Antes da edição
O livro foi censurado
Depois de dois anos
O texto foi publicado
Epopeia magistral
De um poeta iluminado
1572
Os Lusíadas, editado
É obra monumental
Seu valor é registrado
Recebeu pouco incentivo
Dos poderes do Reinado
Edição de Os Lusíadas
Dedica a Dom Sebastião
Jovem rei de Portugal
Que lhe dá premiação
Quinze mil réis anuais
Por sua publicação
1572
Os Lusíadas em edição
15000 reis anuais
Do rei Dom Sebastião
Quantia insuficiente
Veio fama e projeção
Quinze mil-réis bem pouco
Apoio sem consistência
Mal dá para o alimento
Manutenção da existência
Pago irregularmente
Foi dura a sobrevivência
Os Lusíadas, livro-marco
Epopeia portuguesa
Viagem de Vasco da Gama
Via mar, a grande empresa
Altos feitos lusitanos
Incidentes e surpresa
Saga dos portugueses
Das ninfas, invocação
Para dar luz à poesia
Ao poeta inspiração
Ofertório ao menino
El-rei Dom Sebastião
Invoca as ninfas do Tejo
A quem pede inspiração
Canta os feitos portugueses
Dedica a Dom Sebastião
No padrão clássico de Homero
Com ideia, alma e coração
Canto às belas ninfas
As deusas da natureza
São as guardiãs do Tejo
Com toda sua nobreza
Verso universo reverso
Que germina a beleza
Dez cantos que encantam
Narrativas de viagem
Histórias de Portugal
Mitológica a mensagem
Em Melinde e Calicute
Floresceu boa linguagem
Epopeia de Os Lusíadas
A pátria e seu destino
Na glória e na desgraça
Na luz e no desatino
Poema que ilumina
Da noite faz sol a pino
Os Lusíadas se enumeram
Em 1102 estâncias
8816 decassílabos
Dez cantos, de relevâncias
78504 palavras escritas
Em infinitas fragrâncias
Grande epopeia portuguesa
Os Lusíadas é obra-prima
Camões, poeta maior
Tem excelência na rima
Santarém, Quinta do Judeu
Para a poesia é luz e ímã
Registra expansão monárquica
Aristocracia social
Os guerreiros da nobreza
O grandioso real
A estética do lirismo
No verso exponencial
Paixões humanas em voga
Ciúme, inveja e amor
Uma trama mitológica
Erotismo, vida e dor
Vênus, Baco e Netuno
E o gigante Adamastor
Os heróis são como deuses
Tem em Vênus proteção
Glorificação do corpo
O real em construção
Beleza e amor unidos
Atos do mundo pagão
Desafio ao reformismo
Auge do Renascimento
A épica camoniana pôs
O amor em movimento
À frente de sua época
Iluminou o sentimento
Modelo greco-romano
O épico na poesia
Júpiter defende os lusos
No Olimpo da magia
Para além da Taprobana
Nos versos de primazia
Moçambique e Mombaça
Os conflitos pelo mar
Ultrapassagem da morte
Vida a se glorificar
Luta pela cristandade
Luso a se consolidar
Fala das Tágides, de Febo
Navega em odisseia
Camões via oceano
Fez a sua panaceia
Como Pégaso avoa
Pelas flores da ideia
Varões, homens fortes, valorosos
De qualidade, força e coragem
Conquistaram novas terras
Tapobrana, é o Ceilão na viagem
Novo império, a Índia Portuguesa
Em Goa, brotou a nova linguagem
Retratou Ulisses em Homero
Sábio Grego, grandioso personagem
Os épicos da Odisseia e da Ilíada
Que ao mundo deixou boa imagem
O Troiano bravo Enéias na Eneida
Que Virgílio narrou boa mensagem
Alexandre Magno, Rei da Macedônia
Além do bravo imperador Trajano
São recordados por Camões
Que exalta o reinado lusitano
A epopeia dos nautas portugueses
As façanhas dos lusos no oceano
Referências a Marte, deus da guerra
Sem esquecer Netuno, deus do mar
A poesia épica das antigas musas
Hipocrene, com Pégaso ao luar
As Tágides, as ninfas do rio Tejo
Na fantasia eterna do navegar
Hipocrene inspira os poetas
Desde a remota antiguidade
Consagrada às musas e a Apolo
Pulsa a arte da flor da liberdade
Entusiasmo à luz da inspiração
Floresceu grande amor - fraternidade
As lembranças do profeta Maomé
Que descende do grande Abraão
De Agar que era mãe de Ismael
Que gerou uma vasta multidão
A Arábia onde os mouros plantaram
As sementes sagradas do Islão
Os Gentios não adotam a cristandade
Seguem deuses de outra elevação
Tantas crenças e uma fé diversa
Mas que pulsam amor no coração
Que bebem o licor do rio santo
O rio Ganges da purificação
O poeta descreve a maura lança
E os desafios da nova cristandade
Homenageia El-rei Dom Sebastião
E a sua luta pela liberdade
Versa os guerreiros da Mauritânia
Os lusos diante da adversidade
Façanhas reais, não inventadas
Que superam os estrangeiros
De Homero, Virgílio e Ariosto
Os heróis lusos são verdadeiros
Lutaram contra os vis desatinos
São valentes e bravos marinheiros
A Terra era o Centro do Universo
Na época camoniana
Era imóvel e obtusa
Vivia-se uma chicana
Inquisição e desengano
Era um tempo de hosana
Deus do fogo e do inferno
Dava os ares o velho Vulcano
Posseidon comandava os mares
Era o rei do vastíssimo oceano
Mercúrio, o Hermes mensageiro
Pelos céus navegava soberano
No Olimpo os deuses residiam
Júpiter, a poderosa divindade
O Senhor da Terra e dos céus
Refulgia em luminosidade
Seduzia as deusas e as musas
Com os poderes da multiplicidade
Santarém, Coimbra, Lisboa
Flui a verve camoniana
Dinamene, Violante, Natércia
Do Oriente à terra lusitana
Isabel, Grácia, Marias, Catarinas
São amores de uma vida cigana
Poesia de arte pura
Ritmo, graça e leveza
Em uma métrica diversa
Engrandeceu a realeza
A mística do transcendente
Do mito e da natureza
Camões, cavaleiro das letras
Poeta monumental
Um gênio da poesia
Do verso primordial
Poética de rara beleza
E de concisão verbal
Lírica, dramática, épica
A obra camoniana
Uma teoria do amor
Na essência lusitana
Os versos decassilábicos
De uma verve soberana
Poeta ímpar, inventivo
Fez poesia original
Da antiguidade clássica
A cosmogonia divinal
Trouxe os deuses do Olimpo
Às plagas de Portugal
Redescoberta do antigo
A luz do Renascimento
O grito da humanidade
O destino em movimento
Floresce a alma lusitana
Frutifica-se o sentimento
Camões expressa em verso
Renascente humanismo
Arte e imaginação
Com magia e lirismo
A expansão portuguesa
Luz do Sebastianismo
Poesia épica e lírica
O real transfigurado
Canta a coletividade
Herói personificado
Os feitos de sua gente
Um povo mitificado
Poeta de estilo clássico
Contexto renascentista
Mitologia greco-romana
Cosmovisão humanista
Preceitos da cristandade
E o mar sempre à vista
Portugal...Terra de Luso
Portugueses - Lusitanos
Condado Portucalense
Destino nos oceanos
Iberos e celtiberos
Nos tempos greco-romanos
Lusítano, Lusíada
O homem navegador
A glória de uma raça
Instinto descobridor
No ideal renascentista
A verve do desbravador
Pilar da história lusitana
Gen da Língua Portuguesa
Os Lusíadas é epopéia
Traduzida em língua inglesa
Esteve em vários países
E em Macau, terra chinesa
Lusidíaca prima-obra
Celebração de Portugal
As grandes navegações
Aventuras sem igual
Poeta Luís de Camões
Fez obra descomunal
Camos, Camones, Camões
Não tem poesia sem amor
Amor corta, dói e arde
Amor fere e cura-a-dor
Desatino dói e faz sofrer
Incendeia a alma de calor
Camões conclama à luta
Combateu o conformismo
Criticou a corrupção
Celebrou o humanismo
Louvou a mãe natureza
Brotou o lusitanismo
Estrofes de oito decassílabos
Dez cantos que encantam
Pelejas e aventuras
Nos corações se imantam
8816 versos na epopeia
Os deuses que nos encantam
Vasco da Gama navegou
Pelos mares ancestrais
Viajou com heroísmo
Às Índias Orientais
Percorreu os vastos mundos
Realizou feitos imortais
Ovídio, Homero, Virgílio
Fontes de inspiração
A Odisseia, A Ilíada
Na essência da canção
A Eneida e as Geórgias
Versos de transmutação
Em concílio no Olimpo
Inicia a narração
Dez cantos luminares
Propõe, faz invocação
Fez sua dedicatória
Ao rei Dom Sebastião
Parada em Moçambique
Mouros em oposição
Unidos ao deus Baco
Pra fazer contubação
Vênus com os lusitanos
Na rota de salvação
Cilada do rei de Mombaça
Escapou o navegante
Com Vênus e as Nereidas
Vasco seguiu adiante
Conta ao rei de Melinde
A sua história radiante
Os feitos de Afonso Henriques
Faz da Europa descrição
Invocação a Calíope
Pede a boa inspiração
Da batalha de Salado
Destaca na narração
Fala de Afonso IV
Maria de Portugal
Exalta Inês de Castro
Do período ancestral
Da grandeza lusitana
Na peleja contra o mal
Batalha de Aljubarrota
Nuno Álvares em ação
Do velho do Restelo
A cética meditação
A conquista de Ceuta
O império em expansão
D. Afonso V; Dom Manuel
As grandes navegações
Sonhos, projetos, conquistas
Poder, glórias, ilusões
O pulsar da Lusitânia
Incendeia os corações
Os adeuses de Belém
Lisboa, Zaire, o Equador
O Fogo de Santelmo
O gigante Adamastor
Assombrosa tromba-dágua
Nas Tormentas, pulsa a dor
A indiferença pela poesia
Por Camões é criticada
A tremenda tempestade
Aspereza na jornada
Ética, amor e sacrifício
Presentes na empreitada
Os "Doze da Inglaterra"
Luta, êxito e aspereza
As tramas do deus Baco
Rumores da natureza
A Índia e Calicute
Com toda a sua grandeza
Ninfas do Tejo e do Mondego
Em suas invocações
Visitas, cruzada lusa
Tantas manifestações
A Índia e sua magia
As célebres navegações
Histórias de Afonso Henriques
Poeta em reflexão
A vida e seus valores
O ouro, a corrupção
A revolta contra Gama
Nuno Álvares na canção
O regresso à pátria
As terras de Portugal
A recompensa de Vênus
Aventuras sem igual
Pela Ilha dos Amores
O prazer fundamental
As ninfas, palácio de Tétis
Eros e a ecologia
Maravilhas do amor
O gozo com poesia
O êxtase dos navegantes
Iluminou a fantasia
Ilha dos Amores, plenitude
Além da carnalidade
O humano e o divino
Prazeros na atividade
O ser e a consciência
Desejos de liberdade
Vênus seduz Júpiter
Com o amor essencial
E na Ilha dos Amores
Floresce o amor carnal
Atmosfera erótica
O desejar sexual
Caça às ninfas na floresta
O prazer libertador
Lábios de vulva na poiesis
"Os roxos lírios" do amor
A evocação do desejo
O gozo desbravador
O culto ao feminino
Puro amor em louvação
As mulheres do Restelo
Renúncia e devoção
A perfeição da mulher
Modelo de elevação
O banquete com Tétis
A propulsão do futuro
Miniatura do universo
A vida em bom auguro
A chegada a Portugal
Em um porto bem seguro
Portugal, a boa terra
Lamentos, exortação
As batalhas e as glórias
Vaticínios da paixão
O mito, a epopeia
El-rei Dom Sebastião
Na Renascença o homem
Buscava a consciência
Desafiava a natureza
Os mitos em sua essência
O mundo sobrenatural
Os mares em evidência
Poesia de raiz metafísica
Expressa o neoplatonismo
Sensorial e sublime
Entre o épico e o lirismo
Mares, Corte e tavernas
Do clássico ao maneirismo
Contradições do homem
No centro do universo
Desafios e limites
Na construção de seu verso
Camões, navegante da poesia
Transmutou-se em multiverso
O épico em Os Lusíadas
Rimas de Luís de Camões
O Auto de Filodemo
"Cartas" e Anfitriões
El-rei Seleuco escreveu
Textos de cosmovisões
Sonetos e redondilhas
Odes, quadras e canções
Oitavas de alto nível
Em ritmadas criações
Éclogas e sextinas
Nos escritos de Camões
Versos em oitava rima
Ao estilo decassílabo
Usou rimas variáveis
Criou até hexassílabo
Com estrofes variadas
Do simples ao polissilabo
Versos de lamentações
Ternura e melancolia
Exaltação dos heróis
Os reinos da mitologia
Entre a moral e o prazer
E os temas da filosofia
Transitoriedade das coisas
O senso do fatalismo
As armadilhas do destino
Desengano e pessimismo
Dificuldades da vida
Cruezas do realismo
Os sofrimentos do amor
Tormento existencial
A matéria e o espírito
Perene e universal
O mundo em desconcerto
Na sua luta contra o mal
Ansiedade e busca
O sonho da infinitude
Amor platônico e carnal
Desejo e beatitude
O ideal da esperança
A força da atitude
Os Lusíadas, poema épico
Arte e engenhosidade
Que prima pela grandeza
Ampla universalidade
O grito da Renascença
Que fala à modernidade
Viagem de Vasco da Gama
Às bandas do Oriente
De Portugal para a Índia
Plantou a boa semente
Glorificação dos lusos
Deu asas pra sua gente
Conflitos entre os deuses
Histórias em profusão
Lendas, ninfas e gigantes
A arte da imaginação
A experiência mundana
Que vem da navegação
Estilística engenhosa
Em sua munividência
Linguagem concepcista
Desconcertos da vivência
Memória, passado, glória
Tempos em reminiscência
Linguagem arrevesada
Dúvidas, congeminações
Fé, desejo, experiências
Constantes inquirições
Do Latim para o vernáculo
Sonhos e transformações
Período de descobertas
E tempo de invenções
Bússola e armas de fogo
De novas formulações
Sistema heliocêntrico
De grandes navegações
A Reforma Protestante
Cisão do Catolicismo
Censura eclesiástica
Um crescente pessimismo
Ansiedade e dispersão
Apego ao preciosismo
Decadência italiana
Uma nova Inquisição
Guerras, disputas políticas
Contra-Reforma, reação
Surge o maquiavelismo
A ética na contramão
A pequenez do homem
Reflete a insegurança
O poeta com bom estro
Demonstra sua pujança
Os deuses nos iluminam
Com arte, poesia e dança
A industrialização do ferro
A invenção da gravura
O surgimento da prensa
O renovar da cultura
Reforma da cronologia
Mudanças de estrutura
Descobrimentos marítimos
Avanços da astronomia
Evolução da ciência
E da trigonometria
A busca da natureza
De nova cosmologia
O mundo inteligível
Saudade e esperança
Busca de contentamento
Os efeitos da mudança
Os sentimentos do ser
Os arquivos da lembrança
Reflexões sobre o amor
As questões da existência
Real condição humana
O tempo de convivência
Amor-carne; amor-espírito
Saberes com experiência
João de Barros, Antônio Ferreira
A construção literal
Abriram o caminho
Para o poeta original
Novas rotas e fronteiras
Conquistas de Portugal
A retomada do clássico
Após o medieval
Neoplatonismo presente
Em busca do ideal
Um clima de euforia
Em tempo primordial
Mitologia greco-romana
Um amplo conhecimento
Xenofante e Lucano
O clássico em movimento
Petrarca e Torquato Tasso
Homero no pensamento
Poesia clássica e trovadoresca
A poética provençal
Garcilaso de la Vega
Influência literal
Boscán, Montemor, Silvestre
Confluência cultural
Horácio, Plauto, Gil Vicente
Em suas adaptações
Filodemo; El-Rei Seleuco
Dramas e cosmovisões
A onipotência do amor
Presente em Anfitriões
Navegadores lusitanos
Na epopeia de Camões
Novas raças e costumes
Além das lamentações
Novas terras, novos céus
E novas religiões
Nuno Álvares Pereira
Beato de Santa Maria
O Santo condestável
Destemor e valentia
Combate contra Castela
Lutou pela utopia
Erotismo e beleza
No ritmar da aventura
Pelejas e descobertas
No limiar da loucura
Homens, mitos e deuses
Com toda a sua bravura
Junção de eros e charitas
Neoplatonismo pagão
Magia e ocultismo
Mitilogia em ação
Comércio nas cidades
Constante navegação
Luso...Lusídico...Lusíadas
Lysia...Lysiadas...Lusitânia
Odisséia...Ilíada...Eneida
Sapientia camoniânia
Musas...deuses e viagens
Portugal...Sagres...Hispânia
Ibéria...Lusa...Grécia-Roma
Indo-China - Maroceano
Feitos, glórias e figuras
Adamastor e Vulcano
Homero, Virgílio, Dante
Camões no primeiro plano
Poeta Luiz Vaz de Camões
De "Os Lusíadas", criador
Estudou grego e latim
Foi um mestre em Amor
Histórico e Geográfico
Bem versou a sua dor
Camões, poeta intuitivo
Verve temperamental
Cultura prodigiosa
Dinamismo cerebral
Foi adolescente lírico
Antes do verso genial
Estudou diversos clássicos
Versado em cosmologia
Foi fidalgo navegante
Iluminado da poesia
Vítima de inveja-intriga
Sua poética tem magia
Camões... poeta magnífico
Vate do povo português
Bardo das navegações
Leitura pra mais de mês
Traduzido em todo o mundo
Em Alemão e Francês
Camões – gênio destemido
Herói e aventureiro
Ceuta, Índia, Portugal
Fez-se poeta inteiro
Loa à lusa universal
Aqui e no estrangeiro
Em Camões habita o sonho
A esperança, a paixão
Gênio e mártir português
De grande imaginação
Foi penalizado na vida
Sofreu com a ingratidão
Camões sempre moderno
É voz da pluralidade
Na dimensão normativa
A língua da diversidade
Amplitude na linguagem
Versou a multiplicidade
Diversificou os conteúdos
Elaborou com excelência
Descortinou o futuro
O logus da experiência
Desvelou com maestria
A práxis da consciência
Camões estudou Plínio
Laércio e Ptolomeu
Diógenes e Pompônio
O mito de Prometeu
Ariosto e Boccaccio
Sannazaro também leu
Influência de Petrarca
Nos sonetos e canções
Odes, glosas e cantigas
Éclogas e as variações
Pietro Bambo e italianos
Em suas transcriações
Cervantes chamou a Camões
"Cantor da civilização ocidental"
Torquato Tasso o elogiou
Com um soneto magistral
Lope de Vega e Gracían
Deram o destaque literal
Influenciou Goethe e Schlegel
John Milton e outros mais
Reconhecido por Góngora
Por nomes fundamentais
Richard Burton admirava
Os seus versos geniais
"Admirável pintor da natureza"
Assim Humboldt o chamou
Comparado a Homero e Virgílio
Camões se evidenciou
"Príncipe dos Poetas de Espanha"
Felipe II decretou
Edgar Allan Poe e Lord Byron
Elogiaram o lusitano
Wordsworth e Longfellow
Elogiaram-no no altiplano
Pound, Dickinson e Melville
Deram-lhe o selo soberano
Elizabeth Browning
A sua obra divulgou
Estudou a sua vida
A Camões elogiou
Pelos Estados Unidos
Seu nome se projetou
Carlos Drummond de Andrade
Tem Camões em sua essência
Até Haroldo de Campos
Com sublime sapiência
Reconheceu em Camões
A glória da referência
Teve grande influência
Na Literatura Brasileira
O épico Prsopopeia
De nosso Bento Teixeira
Gregório de Matos bebeu
Em sua fonte pioneira
O Uraguai, Basílio da Gama
Caramuru, Santa Rita Durão
Em forma e conteúdo
Em sua cosmovisão
Tem a verve de Camões
Presente na construção
Camões é voz marcante
Nos poetas do Arcadismo
Cláudio Manuel da Costa
Ecoou com brilhantismo
Tomás Antônio Gonzaga
Na força e no dinamismo
Traduzido mundo afora
Em italiano e alemão
Na França e na Holanda
Na Polônia é tradição
Na Suécia e na China
No Reino Unido e Japão
Crítica aos "infiéis"
A todos os traidores
Satirizou contundente
Os ardilosos detratores
Aos seres desprezíveis
Fulminou os desprezíveis
Padeceu as suas dores
Transmutador da linguagem
Eleva-se com transparência
Revolucionou a língua
Com a sua sapiência
Utilizou latinismos
Com saber e excelência
Camões amaldiçoou
A data de seu nascimento
Os insucessos da vida
Ante o seu devotamento
Castigo e resignação
Pela dor sem acalento
A efeméride do mundo
O homem e seu desengano
Impotências e fraquezas
Na condição do ser humano
A esperança corroída
Que na alma gera dano
A desilusão da morte
A vida que amargura
Os desencontros do amor
Entre a dor e a ternura
O desejo de ser feliz
As rotas da desventura
Miséria da condição humana
Maldição e desalento
Os desenganos do amor
As dores do seu tormento
Os desconcertos do mundo
A mágoa e o sofrimento
Fez a crítica de costumes
Engenho e arte, apologia
Crítica ao comportamento
Dos nobres sem fidalguia
Revelou as injustiças
A ingratidão na poesia
O exercício das virtudes
Do ânimo e da coragem
As proezas lusitanas
Os relatos de viagem
Questionou a vaidade
Reflete em sua mensagem
Expressa o eu universal
Joga com a escritura
O sentimento frágil
As dores da aventura
Linguagem insuficiente
O medo da desventura
Metáforas, antíteses, silogismos
Paradoxos e oposições
A distância e a saudade
Desejos e contradições
Tradição do amor cortês
No plano das abstrações
Rupturas e adesões
A contínua ambiguidade
Novas fórmulas poéticas
O ideal da liberdade
O uso de arcaísmos
Gen da complexidade
Natureza e bucolismo
A paisagem natural
Frustração e sofrimento
A tradição pastoral
O erótico e o hedonista
A busca do prazer carnal
Lenda – enigma – mistério
Cérebro – alma – intuição
Odisséia lusitana
Obra de elaboração
Epopeia por tu guesa
Grito da imaginação
Clássicos gregos e latinos
Na verve camoniana
A ilusão da conquista
A expansão lusitana
Os horrores da batalha
E a corrupção insana
Erotismo e beleza
No ritmo da aventura
Pelejas e descobertas
No limiar da loucura
Homens, mitos e deuses
Com toda a sua bravura
Apoteose da Pátria
Conquista da soberania
Espírito aventureiro
Poeta de rebeldia
Superou os inimigos
Floresceu a poesia
Navegadores lusitanos
Na epopeia de Camões
Novas raças e costumes
Além das lamentações
Novas terras, novos céus
E novas religiões
Camões nasceu pobre
E na miséria morreu
Foi rico em poesia
Boa história escreveu
O seu nome eternizou
E chegou ao apogeu
Perspectiva do declínio
Crítica e apologia
Arroubo emocional
O maneirismo anuncia
Uma escola anticlássica
O Barroco prenuncia
Reza a lenda que Camões
Tinha um escravo javanês
De porta em porta batia
Pra sobreviver ao mês
O grande poeta sofria
No reinado português
Enquanto vivo, pouco apoio
E muita força de vontade
A dura sobrevivência
A áspera realidade
Uma vida de tormento
De muita dificuldade
Nascido em dia incerto
Não se sabe mês e ano
Sabe-se o ano da morte
Do poeta soberano
1580
Foi-se o vate lusitano
1580
Morre o mestre da poesia
Dificuldade financeira
Momentos de agonia
Faleceu a 10 de junho
Deu adeus à fantasia
Camões, talentoso, culto
Morreu pobre-abandonado
Seu nome se eternizou
Pelo mundo é cultuado
Deu à Língua Portuguesa
Registro bem escriturado
Camões legou à posteridade
Sonetos, éclogas, canções
Odes, sextilhas, oitavas
Autos e variações
Dramas, elegias, cartas
Os Lusíadas em edições
Luiz Vaz de Camões
Grande poeta nacional
Com seu canto apregoou
Poder católico mundial
O auge dos lusitanos
A elevação de Portugal
Camões deu vida à Língua
Em sua graça felina
A fortuna da linguagem
De lucidez cristalina
Aspereza e claridade
Na verve diamantina
Em Camões, amor ardente
Espírito arruaceiro
A vária metamorfose
O voo do aventureiro
O conto dilacerado
De um criador guerreiro
Camões bradou a esplêndida poesia
Não esquece dos ombros de Atlante
Ouviu do Fado clamores e desatinos
Em seu canto o fim de Faetonte
Percorreu a imensidão do Oriente
E bebeu nas águas de Aqueronte
O poeta evocou as belas musas
Deu voz à sacra divindade
Pelos sete mares da vida
Com o impulso da vivacidade
Fez sua poesia bem ardente
Reacender o fogo da saudade
Camões invocou a sapiência
Os luminares da mitologia
Evocou as forças da natureza
Foi da arte à vã filosofia
Cantou em sonho o multiverso
Floresceu em seu verso a fantasia


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