Por Onã
Silva (Presidente da Academia Internacional de Poetas e
Escritores de Enfermagem - IPÊ, Brasília, DF)
Arrastando
a alpercata de couro
Lá
vem a lavadeira
A
Rainha Equilibrista
E
sua coroa de algodão
Uma
trouxa balofa na cabeça
E
uma lata de farofa na mão.
Cantarolando,
some pela estrada
Atrás
da procissão de lavadeiras
Caleja
os pés no cascalho
Até
encontrar o riacho risonho
Que
corre às gargalhadas
E
abraça o mundo
cantando
chuá, chuá!
A
rainha do rio senta-se no trono
Uma
pedra gorducha e cascorenta
Brinca
com as piabas, conta prosa.
Assobia
com os passarinhos
O
refrão das mulheres que lavam:
Ensaboa,
esfrega
bate
e torce.
Ajoelhadas,
estas mulheres reinam nas águas
Reverentes,
diante do quaradouro
–
o altar verdejantemente carinhoso
Beija
muda por muda de roupa
Deixando-as
brancas, brilhantes,
cheirosas,
como a alma de lavadeira.
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