Por Samuel da Costa (Anápolis, GO)
Primeiro a música
tocada
Bem alto...
Para que todos ousam
Mesmo de longe
***
Depois vem uma breve
recaída
Em uma viagem ignota
Para a terra dos
sonhos
Um criar de asas
Para voar para além
do infinito
Depois?
Bem depois cair na
dura realidade
É claro!
***
Primeiro vem à música
Tocada ao extremo
Contada em uma língua
estrangeira
É claro!
Para depois
experimentar
A realidade na
pós-modernidade
Aos poucos quero ser
bem claro...
E de forma lenta!
***
Primeiro a música
tocada
Bem alto...
Tocada no auto-carro
último tipo!
Que roda em via
pública a toda a velocidade...
Para depois
experimentar
Todas as sensações
possíveis
E inimaginável
***
Uma recaída...
Um simples suplantar
A façanha de Ícaro!
Um criar de asas
Para um soerguer-se
aos céus
Irromper as brancas
nuvens
E se perder no
infinito
Por fim
***
Uma recaída e nada
mais
E lá vem a deusa de
novo
Como a Quianda
Que me embala com seu
Canto mais que
sagrado
E eu sem saber
O que fazer
***
Primeiro a música
sintética
Tocada bem alto
Um anticlímax
Para o que vem por ai
Pois ao longe a
divina dama de Ébano
Linda como sempre
Olha-me ao longe
Dá-me um simples
adeus
E nada mais
***
Primeiro vem a música
orgânica
Pois ouso um músico
solitário
Parado bem ali na
esquina
Um fadista?
Quem pode saber!
***
E se foram todos
embora
Todos os meus sonhos
mais ignotos
Destruídos pelo tempo
presente
Corroídos pela
realidade liquefeita
Jogados ao vento
Por fim
***
Primeiro vem de forma
estrondosa
A música
contemporânea
Divorciada da
realidade líquida
Um conjunto mal
formado
Que não sabe nem
tocar
Realidade
televisionada
Em tempo real
***
Agora volta para a
realidade
E dou um adeus
eviterno
Paras as ninfas e
fadas
Que habitam a
floresta encantada
Volta para o real
Que não é real
Pois sou de uma
geração entre séculos
Nenhum comentário:
Postar um comentário