Por Leandro Bertoldo Silva (Padre Paraíso, MG)
Quero fazer dos meus olhos mentira
Para acordar igual a um passarinho
Ouvindo ao longe, bem longe do ninho
O que o cansaço fadiga e suspira.
Oh, mar de gente, de sangue e de ira!
Torpe desejo de espúrio caminho.
Faça-me livre de seu escarninho.
Não me embandeire; seu ardil não me inspira.
E nesta febre que (se)invade – há jeito?
Saudades tenho as que me recordo
Quando, feliz, dormíamos no leito.
Há de chegar o dia em que a bordo,
Mesmo a noite sendo em meu peito,
Desta cingida nau outro me acordo.
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