Por Humberto Pinho da Silva (Porto, Portugal)
Estando a ver canal de televisão
– não me recordo quando, nem qual, – apenas sei, que foi há muitas anos, –
escutei o seguinte:
Jornalista fora passar ferias ao
campo, era em Trás-os-Montes, e deparou com rapazinho a pastorear seu rebanho.
Como era menino, indignou-se,
por ser tão jovem, e estar a trabalhar.
Investigou de quem era filho, e
resolveu ir inquerir o pai. Este ficou surpreso, e repostou – o filho andava na
escola, mas gostava de permanecer na serra, guardando o rebanho paterno.
Acrescentou, que não lhe faltava
nada, pois sua casa era farta.
O jornalista foi para a Capital,
indignado; e, perante as câmaras, insurgiu-se por haver, no seu país, crianças
que trabalhavam. Talvez com apoio de telespectador, levou, o garoto, à Capital,
para ver um jogo de futebol.
Agora, na época dos incêndios,
todos se lamentam de não haver cabras e rebanhos, para " limparem",
os terrenos...
Recentemente escutei comentador,
declarar: " Paguem cinco mil euros e não faltará quem queira ser pastor
". Até doutores – digo eu, – se ofereceriam para essa humilde tarefa...
Quando vivia nos arredores da
minha cidade, tive que reformar a casa. Apareceu homem com aprendiz. O rapaz
falava inglês e arranhava alemão, mas não sabia fazer massa.!... Tenho prima,
que vive em Cascais, que tem, com empregada doméstica, economista; e tinha
amiga, que possuía uma formada em Letras! Pensei que com a entrada maciça de
imigrantes, vinham profissionais: canalizadores, eletricistas, carpinteiros...
mas não se encontram facilmente...
Conheço vinicultora do Douro,
que teve de contratar africanos, para colher as uvas, já que os jovens da
terra, emigraram ou foram viver para a cidade.
Quase ninguém quer trabalhar na terra, é por
isso, que há tantos incêndios. O interior está mosqueado de lindas moradias,
mas os proprietários, só vão lá para veranear. Nem eles, nem os descendentes,
querem trabalhar na agricultura. Há exceções, mas são raríssimas
Com tal pensar, o país não pode
progredir, sem os imigrantes...
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